Enquete: qual foi o superesportivo mais emblemático da década passada?

Decidi criar uma nova seção aqui no blog: “Carros para relembrar”. A ideia é mostrar detalhes e fotos de modelos que já saíram de linha, mas que marcaram suas épocas. Vamos começar com os superesportivos mais representativos da primeira década dos anos 2000: Ferrari Enzo, Lamborghini Murciélago, Porsche Carrera GT, Ford GT e Mercedes-Benz SLR McLaren.

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Responda também à enquete abaixo: qual desses cinco superesportivos foi o mais emblemático?

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FERRARI ENZO

Este foi um dos carros mais emblemáticos da história da montadora italiana. Tanto que recebeu o nome do fundador da marca, Enzo (Ferrari). Lançado em 2002, o superesportivo sucedeu a F50 e teve 349 unidades produzidas até 2004, quando saiu de linha.

Assim como ocorre atualmente com a LaFerrari, a Enzo também não era para qualquer um. Não bastava ter dinheiro para comprá-lo; era preciso já ter sido proprietário de um modelo Ferrari ou receber indicação de um dos integrantes desse “clube”.

O preço do modelo, anunciado no Salão de Paris de 2002, era equivalente a US$ 700 mil – na cotação de hoje, cerca de R$ 2,1 milhões. Porém, o último exemplar produzido foi doado ao Vaticano, que, por sua vez, o leiloou – com renda revertida à caridade. O valor arrecadado foi de US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 3,3 milhões).

Com motor V12 central traseiro de 6 litros, a Enzo entrega 660 cv. À época, era o modelo com propulsor aspirado mais potente do mundo. Com 67 mkgf de torque e transmissão semi-automática baseada na dos carros da Fórmula 1 – foi, inclusive, um dos primeiros carros de rua a ter hastes para trocas de marcha atrás do volante -, ela acelera de 0 a 100 km/h em 3,65 segundos.

A velocidade máxima impressiona: 355 km/h. As suspensões são independentes e os amortecedores ativos podem ser ajustados na cabine. A Ferrari Enzo foi o modelo que marcou a celebração dos 60 anos da montadora.

LAMBORGHINI MURCIÉLAGO

 

Seguindo a tradição de nomenclaturas da Lamborghini, o antecessor do Aventador como topo de linha da marca recebeu o nome de um touro famoso. No fim do XIX, o animal homenageado se destacou por sua bravura, que impressionou um toureiro com fama de matador a ponto de este poupar sua vida em uma tourada. O episódio ocorreu em Barcelona.

Sucessor do inesquecível Diablo, o Murciélago (palavra que, em português, significa morcego) foi apresentado no Salão de Frankfurt (Alemanha) de 2001. Sua carreira foi mais longa que a da Enzo, com quem concorria, já que a produção só foi encerrada em 2010. Até por isso, é um modelo menos exclusivo: foram feitas quase 4 mil unidades das versões cupê e roadster.

O superesportivo italiano teve várias versões de motor V12. A primeira, com 6,2 litros, foi feita até 2006 e rende 580 cv. Depois, vieram os exemplares de 6,5 litros, com potências de 640, 650 ou 670 cv, dependendo da versão.

A última configuração era da opção Super Veloce, que, de acordo com dados da Lamborghini, acelera de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos, atingindo velocidade máxima de 340 km/h.

PORSCHE CARRERA GT

O conversível é um dos carros mais festejados da história da montadora alemã. Entre os fatores que alavancaram o Carrera GT ao posto de grande astro está o fato de que ter sido o único Porsche de rua equipado com motor V10. Este propulsor gera 612 cv, que só viriam a ser superados, na gama da marca, pelo 918 Spyder, um híbrido cuja potência combinada (propulsor V8 + elétricos) é de 887 cv.

Voltando ao motor do GT, ele tem 5,7 litros e 59,5 mkgf de torque. A transmissão é manual de seis velocidades. De acordo com dados da Porsche, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em apenas 3 segundos, número melhor que os de Enzo e Murciélago. Já a velocidade máxima é de 330 km/h.

Entre as tecnologias do carro, está o uso abundante de fibra de carbono em sua estrutura, a fim de reduzir o peso – que é de 1.380 quilos. Ar-condicionado e air bags eram de fábrica, mas não o sistema de som – para permitir ao motorista escutar o V10 trabalhando sem interferência. Porém, se o cliente desejasse, o recurso era instalado sem custo adicional.

Lançado em 2004, o Carrera GT teve uma curta carreira. O fim de sua produção ocorreu em 2006, com 1.270 unidades fabricadas.

Recentemente, uma polêmica colocou o carro em evidência. O astro da franquia “Velozes e Furiosos” Paul Walker morreu após um acidente em que era passageiro de um exemplar 2005 do Carrera GT. A viúva do motorista e dono do carro, Roger Rodas (que era também sócio do ator) processou a Porsche, alegando que o carro tinha um defeito de fábrica que causou a violenta batida.

No entanto, a perícia provou que o acidente foi influenciado pela alta velocidade em que o carro se encontrava, bem acima da permitida na via. Além disso, os pneus do superesportivo nunca haviam sido trocados.

FORD GT

Inspirado no GT40, com o qual a Ford obteve grande sucesso, durante a década de 60, na 24 Horas de Le Mans, o superesportivo foi lançado em 2005 e produzido até 2006. A fabricação total foi de 4.038 exemplares.

A carroceria do modelo é retrô, bastante fiel ao conceito do GT40 original. Porém, ele recebeu tecnologias modernas, como os faróis de xenônio, por exemplo.

Com compressor mecânico, o motor 5.4 V8 do GT gera 550 cv. De acordo com a Ford, ele acelera de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e atinge 330 km/h de velocidade máxima.

A segunda geração do carro, cuja versão conceitual foi apresentada em janeiro, no Salão de Detroit (EUA), será lançada no ano que vem. Haverá também uma versão de pista, que deverá marcar o retorno da Ford à 24 Horas de Le Mans.

MERCEDES-BENZ SLR MCLAREN

O McLaren F1 foi um dos superesportivos mais marcantes dos anos 90, mas, na primeira década dos anos 2000, a montadora inglesa também marcou forte presença. Isso graças à parceria, que teve início na Fórmula 1, com a Mercedes-Benz. Da colaboração entre as duas empresas, surgiu, no Salão de Frankfurt de 2003, o Mercedes-Benz SLR McLaren.

O carro logo chamou a atenção por suas portas com abertura do tipo “tesoura”. À época, comentou-se que seria inspirado no 300 SL dos anos 50 – a Mercedes-Benz chegou a publicar uma foto dos dois modelos juntos. Porém, essa informação mostrou-se equivocada, uma vez que o clássico tinha abertura do tipo “asas de gaivota”, que foi utilizada, posteriormente, no sucessor do SLR, o SLS AMG.

O motor do modelo é um 5.5 V8 sobrealimentado por compressor, com potência de 625 cv. De acordo com informações da Mercedes-Benz, o SLR McLaren vai de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e atinge 334 km/h de velocidade máxima.

Foram feitas as versões cupê e conversível. Já a série especial Stirling Moss não tinha teto nem para-brisa. A produção foi encerrada em 2010.