Fabricantes de esportivos investem em ‘jipes’

 

A Porsche deu o exemplo e se deu bem. Com o utilitário-esportivo Cayenne, colocou suas finanças no azul. E fez escola: agora, toda montadora antes especializada em carros esportivos – ou superluxuosos – também quer ter um Cayenne para chamar de seu.

Estão neste grupo a italiana Lamborghini e as inglesas Bentley e Jaguar. Na semana passada, o presidente do Grupo Audi, do qual faz parte a Lamborghini, prometeu o lançamento da versão final do Urus para 2018 – a produção na Eslováquia começa em 2017. Vale lembrar: a data já foi adiada diversas vezes.

Os motivos do atraso? Talvez a Lamborghini tenha medo de “errar a mão”. Se o Cayenne já causou polêmica entre os fãs puristas da Porsche, imagine o que pensarão os entusiastas da Lamborghini. Porque, se a alemã é uma fabricante de esportivos, a italiana é especializada em superesportivos. A marca é a maior concorrente da Ferrari.

 

Ferrari esta que chegou a considerar ter um utilitário, mas desistiu. O mais próximo que chegou de um veículo que foge aos seus padrões de esportividade foi a polêmica FF, uma espécie de perua 4×4.

A verdade é que um utilitário-esportivo não combina com a linha de cupês e conversíveis de alto desempenho de Ferrari e Lamborghini. Nem da McLaren. O presidente da empresa, Mike Flewitt, disse recentemente que a marca jamais produzirá um jipão. “Nosso foco é nos esportivos. Assim vamos continuar.”

Mas, atrasos e polêmicas à parte, parece que o Urus vai mesmo se transformar em realidade.

Menos preocupada com esses pormenores está a Jaguar. Até porque um utilitário-esportivo, apesar de não ser tradição da marca, até combina com sua linha. O protótipo C-X17, que foi apresentado no Salão de Frankfurt (Alemanha), em setembro, tem linhas bem próximas às da versão definitiva, cujo lançamento está previsto para 2016. É bem bonitinho, aliás.

 

Com a Bentley, o problema é grande. A marca quer ter seu Cayenne, mas o protótipo que daria origem ao utilitário, EXP9, não foi bem aceito pelo público, que o considerou feio. Por isso, a marca estaria trabalhando na reformulação visual do conceito.