Primeira Classe

O SUV ‘sem sal’ que todo mundo ama

Entenda por que o Honda HR-V, mesmo não sendo unanimidade de crítica, é a melhor opção entre os SUVs compactos

Rafaela Borges

14 de dez, 2017 · 8 minutos de leitura.

Honda HR-V" >
Honda HR-V
Crédito: Modelo da Honda não é o melhor em nenhum aspecto, mas se dá bem por não deixar a desejar em nada (Foto: Sergio Castro/Estadão)

A crítica não costuma o considerar um carro dos mais empolgantes. Além disso, há muitos consumidores e especialistas que o classificam como caro. Mas, no fim das contas, todo mundo que quer um SUV compacto acaba em lugar comum: Honda HR-V.

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Não é à toa que a chegada de diversos novos SUVs, neste ano, abalou vários carros já consagrados no segmento. Menos o HR-V. Ele continua firme e forte na liderança dos compactos.

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Mas o que faz o HR-V, aquele SUV que não tem nada muito empolgante, ser tão especial? Mais que isso: tão desejado e até mesmo amado?

Para mim, o principal trunfo do HR-V é não deixar a desejar em nada, mesmo não sendo o melhor em nenhum aspecto. Não é o mais rápido, nem o mais espaçoso, nem o mais econômico, nem o mais tecnológico, muito menos o mais bem equipado.

No entanto, cumpre bem todos esses quesitos. Em resumo: enquanto todos os concorrentes têm ao menos uma falta grave, o Honda HR-V não tem nenhuma.


Por incrível que pareça, mesmo sendo, de certa forma, caro (de R$ 80.900 até R$ 107.900), o Honda HR-V se tornou uma opção racional. Abaixo, vou listar os pontos fracos de cada um dos carros importantes do segmento, para mostrar por que o HR-V seduz.

 

CRETA


O Hyundai lançado neste ano acaba sendo a principal alternativa ao HR-V pois, entre os compactos, é um dos mais espaçosos da categoria. E a montadora, no decorrer de 2017, foi lançando mais versões, deixando o carro mais interessante e ampliando seu alcance de mercado.

Os dois primeiros problemas do Creta são estéticos. O exterior não é atraente e a cabine lembra muito a do HB20. O HR-V é o mais bonito e bem acabado dos SUVs compactos? Não. Ele é superior ao Creta nesses quesitos? É.

O principal problema do Hyundai, no entanto, é o motor 2.0. Mesmo sendo mais potente que o 1.8 do HR-V, o SUV da sul-coreana anda menos. E gasta mais combustível.


KICKS

O Nissan, além de ser muito mais barato que o Honda (o Kicks custa entre R$ 71.990 e R$ 75.990), traz um belíssimo interior. Esteticamente, também atrai mais (até pelo fato de ser mais novo). O espaço também é equivalente ao do líder dos SUVs compactos.

Qual é o problema do Kicks? O desempenho. O conjunto formado pelo motor 1.6 e o câmbio CVT deixa o carro muito lento. Ele sofre demais para fazer ultrapassagens, por exemplo. Nesse quesito, o HR-V está anos-luz à frente do Nissan.


RENEGADE

Ele tem eficiente versão a diesel, visual de Jeep de verdade e é o único do segmento de compactos a trazer suspensão independente nas quatro rodas.

O principal problema do Renegade é algo fatal para o segmento. Ele não tem espaço interno nem porta-malas para atender às demandas do público alvo da categoria, as famílias.


Além disso, com o motor 1.8 flexível, o Renegade é “gastão” demais. Nesse quesito, só perde para o EcoSport 2.0.

 

VEJA TAMBÉM: OS VACILOS DO HONDA HR-V


 

ECOSPORT

Após mudar de geração e ganhar motor 1.5, o EcoSport começou a se recuperar no ranking. Porém, o principal problema do antigo campeão de vendas da Ford é o mesmo do Renegade: falta espaço.


E, como já explicado acima, com o motor 2.0, ele é “dono” do maior consumo do segmento.

DUSTER/CAPTUR

Os dois carros mais espaçosos da categoria compartilham esse trunfo, e também alguns problemas. Eles têm dirigibilidade ruim, e mecânica que deixa a desejar. Nas versões automática (com motor 2.0) e CVT (com o 1.6), são muito lentos.


O Duster não tem visual atraente, nem interior. Porém, compensa essas falhas com um dos melhores preços da categoria.

O Captur é bonito e tem interior mais caprichado. No entanto, custa mais.

TRACKER


É um dos mais rápido da categoria, com seu moderno 1.4 turbo de até 153 cv. Além disso, está também na lista dos mais econômicos.

O principal problema do Tracker é o espaço interno e o porta-malas. Só são melhores que os do Renegade.

Além disso, durante a maior parte deste ano, o carro não tinha ESP. O item, que passará a ser obrigatório em novos projetos de carros do Brasil a partir do ano que vem, é muito importante no segmento de SUVs.


Agora, o Tracker ganhou uma versão mais cara, que traz a possibilidade de receber ESP – como opcional. As mais em conta continuam “órfãos” do item de segurança.

2008

Não tem câmbio automático nas versões com o motor 1.6 turbo de até 173 cv. Isso é fatal para os clientes da categoria.


E O COMPASS?

O Compass é o novo líder de todo o segmento de SUVs. Porém, com ele a história é outra, pois não é classificado como compacto, e sim como médio.

Enquanto o HR-V faz parte da categoria que é a porta de entrada dos SUVs, o Compass já é algo a mais, garantindo mais status. Seu preço inicial, de mais de R$ 105 mil, é próximo ao valor máximo do Honda.


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Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.