Primeira Classe

Honda WR-V está perdendo o brilho

Honda WR-V, que teve um bom começo no Brasil, foi apenas o décimo SUV mais vendido do Brasil em abril

Rafaela Borges

07 de mai, 2018 · 7 minutos de leitura.

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Honda WR-V
Crédito: Modelo foi apenas o décimo SUV mais emplacado em abril (Foto: Honda)

O Honda WR-V estreou no Brasil no ano passado e, mesmo dividindo as concessionárias com o “queridinho” HR-V, conseguiu ganhar seu espaço. Porém, as coisas estão mudando em 2018.

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Na verdade, começaram a mudar já no fim de 2017. Foi ali que o Honda WR-V começou a perder espaço no mercado. Na época do lançamento, ele chegou a ficar entre a sexta e a sétima posições do ranking de SUVs.

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Aparecia sempre à frente de 2008, Tracker e dos dois modelos da Renault (Captur e Duster). Porém, no fim de 2017, começou a oscilar, e perdeu de vez o lugar para o Captur.

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No “nascer” de 2018, o Tracker deixou  o Honda WR-V para trás. O modelo da Chevrolet, na verdade, subiu de patamar no ranking. Ele deixou o pelotão do “fundo” e passou a disputar com o EcoSport as posições intermediárias.


O ápice do momento ruim, porém, veio agora, em abril. Considerando todo o segmento de SUVs, o Honda WR-V caiu para a décima posição do ranking.

Apenas entre os compactos, ele é o nono colocado. Isso porque o líder é um SUV médio, o Jeep Compass.

Entre os modelos das marcas mais tradicionais do Brasil, o WR-V só ficou, em abril, atrás do Peugeot 2008. Enquanto o Honda teve 1.185 emplacamentos, o Peugeot somou 763.


No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, porém, o Honda WR-V ainda está à frente do Duster. Se o ritmo atual se mantiver, porém, pode logo ser ultrapassado. O Renault somou, em abril, 1.633 exemplares vendidos.

Veja quais foram os 15 SUVs mais emplacados do Brasil na galeria abaixo.

Razões da queda do Honda WR-V

A Honda, em breve, vai transferir a produção de seus carros de Sumaré para Itirapina, ambas no interior de São Paulo. Um eventual ajuste motivado por essa transferência poderia até explicar a queda do carro.


Porém, não não parece ser a razão. Isso até poderia explicar, eventualmente, a queda do HR-V em abril. O Honda maior foi apenas o quinto SUV mais vendido do Brasil no mês passado.

No caso do Honda WR-V, no entanto, encontramos exemplares a pronta entrega, das duas versões, em todas as concessionárias consultadas (foram quatro). Os vendedores, inclusive, estão oferecendo descontos, que só são negociados na loja, conforme informaram ao blog, por telefone.

Na tabela, os preços do WR-V são de R$ 80.200 para a versão EX e de R$ 84.200 para o EXL.


Este, em minha opinião, é o principal problema do Honda WR-V: preço alto para um carro tão compacto. Quando o modelo chegou, a expectativa é de que custasse bem menos, e fosse o acesso do público aos SUVs da Honda.

Porém, os preços vieram muito próximos aos do HR-V. Mais espaçoso, bem equipado, maior e com motor mais potente, o SUV mais velho parte de R$ 81.900 com câmbio manual e R$ 88.900 com o CVT.

Início vencedor

Em um primeiro momento, foi natural a aceitação do Honda WR-V pelo público. Afinal, ele já vem com câmbio CVT desde a versão de entrada. Quem quer um HR-V automático tem de investir um pouco mais.


Além disso, há o fator novidade e a boa reputação da Honda. Porém, em meu ponto de vista, com o tempo a inferioridade do WR-V ante o HR-V foi ficando evidente. Então, veio a queda, com o consumidor tomando consciência de que vale investir um pouco mais para ter os atributos que espera um SUV urbano.

A realidade é que o WR-V está muito mais para o monovolume Fit (em mecânica, aparência, dirigibilidade e equipamentos) do que para o HR-V.

Isso, porém, não está afetando os planos de outras montadoras, que estão se preparando para investir no segmento de “SUVs mais que compactos” – que, na verdade, são versões incrementadas de hatches e monovolumes.


A Ford, por exemplo, vai lançar, este ano, o Ka FreeStyle como um utilitário-esportivo compacto (ele, porém, deverá ter um preço mais competitivo que o do WR-V).

Assim, segue os passos da Renault, que chama seu hatch Kwid de SUV urbano. E elas não estão erradas: os critérios estipulados pelo Inmetro permitem classificar WR-V e Kwid como SUVs. E também o Ka Freestyle, em breve.

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