Primeira Classe

Montadoras francesas ‘perderam a mão’ no Brasil

Peugeot e Citroën já brigaram por vendas com a Renault. Hoje, só estão a frente de marcas que trabalham exclusivamente com importação

Rafaela Borges

17 de out, 2014 · 6 minutos de leitura.

Montadoras francesas 'perderam a mão' no Brasil
Crédito: Peugeot e Citroën já brigaram por vendas com a Renault. Hoje, só estão a frente de marcas que trabalham exclusivamente com importação

 

Em outros tempos, a Peugeot chegou a brigar com a Renault pelo posto de marca que, em vendas, estaria imediatamente atrás das quatro grandes (Fiat, Volkswagen, Chevrolet e Ford) no País.

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Há alguns anos, a Citroën, que chegou ao Brasil depois da Peugeot, passou a ficar a frente de sua “irmã” no ranking de emplacamentos.

Agora, Citroën e Peugeot, as marcas do Grupo PSA – que recentemente passou a ser controlada pela chinesa Dongfeng – amargam a 11ª e a 12ª posições do ranking brasileiro, respectivamente.


Estão à frente apenas de empresas que só trabalham com importação, a exemplo da Kia e de marcas chinesas, além das luxuosas BMW, Audi, Mercedes, Volvo…

Peugeot 2008 brasileiro

A posição é ainda mais incômoda quando comparada à da terceira montadora francesa a atuar no Brasil, a Renault, quinta colocada, atrás das quatro grandes.

Detalhe: no geral, os carros de Peugeot e Citroën são mais bonitos, bem acabados e com qualidade superior aos Renault, marca que, nos últimos anos, vem investindo na racionalidade no mercado nacional – lançando por aqui produtos de baixo custo de sua subsidiária romena, a Dacia.


Ainda assim, nem Citroën nem Peugeot são marcas premium. A maioria de seus carros é mais em conta do que os de Toyota e Honda, por exemplo – embora Hyundai e Nissan tenham surgido como novas forças, com veículos de alto volume (HB20 e March, respectivamente).

O que, então, está acontecendo com as marcas do Grupo PSA? Em primeiro lugar, houve drástica redução da linha de produtos feitos no Mercosul. O hatch Citroën C4, que era produzido na Argentina, saiu de linha e não teve substituto.

Como atrair o público alvo desse carro? “Temos o (monovolume) C3 Picasso e o próprio (sedã) C4 Lounge”, diz o diretor geral da montadora no País, Francesco Abbruzzesi.


Outra que deixou de ser oferecida no Brasil foi a minivan C4 Picasso. A versão renovada estará no Salão do Automóvel, a partir de 30 de outubro. Porém, de acordo com Abbruzzesi, não foi definido se o carro, produzido na Europa, voltará a ser vendido no País.

DS6 WR

Por ora, a linha Citroën feita no Mercosul é composta por C3 (hatch, Picasso e Aircross) e o sedã C4 Lounge.

No caso da Peugeot, a lista de carros produzidos no Brasil e Argentina é um pouco mais extensa. Há 207, 208, 308 e 408. Saíram de linha recentemente, também sem previsão de substitutos, a picape Hoggar e o sedã 207 Passion.


NOVIDADES

De novidade sul-americana do Grupo PSA para os próximos anos, haverá apenas o crossover 2008. O modelo, que concorrerá com Ford EcoSport, será apresentado aos brasileiros durante o Salão . Sua produção em Porto Real (RJ) deve começar no primeiro semestre de 2015.

No caso da Citroën, está prevista apenas a renovação da linha C3. Nada de produtos inéditos nacionais – apenas importados. De acordo com Abbruzzesi, os estrangeiros só representam 10% das vendas da marca no mercado brasileiro.


Há expectativa de que a empresa venda no País o francês DS6, que pode tanto brigar com Honda CR-V e Toyota RAV4 quanto com Mercedes GLA e Audi Q3, mais sofisticados – o posicionamento ainda não foi definido pela Citroën.

É pouco, para marcas que vêm perdendo cada vez mais espaço no mercado nacional. Ao menos nos próximos anos, não há perspectiva de avanço para a PSA.

 


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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.