Na manhã deste domingo (3), durante a transmissão do Grande Prêmio da Áustria, no autódromo que desde 2011 leva o nome de Red Bull Ring, e é localizado na pequena cidade de Spielberg, uma informação errada pronunciada diversas vezes pelo locutor do evento, Galvão Bueno, me deixou inicialmente incomodada, e, por fim, indignada.
(No Instagram: @blogprimeiraclasse)
Galvão falou bem mais do que uma vez: “O autódromo se chamava Österreichring (Österreich é o nome da Áustria em alemão, o idioma oficial do país) e passou a se chamar Spielberg.”
Essa informação está errada. O autódromo não se chama Spielberg, e sim Red Bull Ring. Ele foi inaugurado em 1969, como Österreichring. Nos anos 90, passou a se chamar A1 Ring. Foi comprado pela Red Bull, empresa austríaca que detém também a equipe de Fórmula 1, em 2011, e foi rebatizado de Red Bull Ring. Em 2014, voltou a sediar o Grande Prêmio da Áustria de Fórmula 1.
Sempre esteve em Spielberg, já que nunca mudou de localização geográfica. Então, sempre foi o autódromo de Spielberg, assim como o José Carlos Pace costuma ser chamado de Interlagos, o bairro da zona sul de São Paulo em que está localizado.
Não pode dizer o nome de uma empresa que não é patrocinadora do evento durante a transmissão? Não sei se pode ou não pode, e nem é objetivo desse post debater sobre políticas das empresas. De todo modo, não haveria nenhum problema se ele passasse a transmissão inteira chamando o circuito de autódromo de Spielberg. Não estaria errado.
O que não pode é dizer, várias vezes, que o autódromo mudou de nome, de Österreichring para Spielberg, porque esta sim é uma informação equivocada, errada mesmo. Uma desinformação ao telespectador. E a função dos locutores e comentaristas é passar conhecimento à sua audiência. Caso contrário, não seriam necessários em uma transmissão.
Galvão não sabe o nome verdadeiro do autódromo? Acha mesmo que é Spielberg? Ele praticamente se dedicou à Fórmula 1 durante toda a sua carreira, e é grande conhecedor dos autódromos e das cidades onde eles estão localizados, mas pode ser que realmente não saiba, né? Deveria ter se informado, é claro, mas tem o direito de errar.
Nesse caso, nós, telespectadores, esperamos uma correção. Quando um comunicador divulga uma informação errada, é dever divulgar posteriormente a correção dessa informação.
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