Primeira Classe

Nissan apresenta o GT-R de Le Mans

Carro do Campeonato Mundial de Endurance recebeu o nome do esportivo de rua

Rafaela Borges

03 de fev, 2015 · 6 minutos de leitura.

Nissan apresenta o GT-R de Le Mans
Crédito: Carro do Campeonato Mundial de Endurance recebeu o nome do esportivo de rua

(Fotos: Nissan/Divulgação)

 

O nome do protótipo que a Nissan usará no Campeonato Mundial de Endurance, GT-R, não poderia ser mais apropriado. Afinal, trata-se da nomenclatura utilizada em um dos mais festejados esportivos do mundo. Que, por sinal, é sucessor de um mito japonês, o Skyline GT-R (leia mais aqui).

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Mas voltemos ao WEC, competição da qual a principal prova é a 24 Horas de Le Mans, em 13 e 14 de junho na França. O modelo com que a Nissan concorrerá na categoria LMP1, a principal e destinada a protótipos, se chama na verdade GT-R LM Nismo. O nome do meio é uma referência a Le Mans. Já Nismo é a divisão de preparação da Nissan.

O protótipo tem algumas soluções inusitadas, tal como a combinação de tração dianteira e motor posicionado na frente – esta solução, por sinal, é o que faz a parte frontal do carro ser bem larga e volumosa.


Por falar em motor, o carro utilizará um 3.0 V6 biturbo a gasolina, combinado a câmbio sequencial de cinco marchas. O propulsor a combustão será combinado a um sistema de recuperação de energia que, segundo a Nissan, é revolucionário. Esse recurso poderá fazer a potência ultrapassar os 1.000 cv.

Neste ponto, há uma controversa. De acordo com as regras do WEC, os protótipos da LMP1 têm de ser híbridos. A Nissan, no entanto, não mencionou motor elétrico em seu material de divulgação. A hipótese é que o sistema de recuperação de energia se enquadre nas regras para desempenhar este papel. A conferir…


Com 4,64 metros de comprimento, o GT-R LM Nismo pesa apenas 880 kg graças ao amplo uso de fibra de carbono em sua estrutura. A estreia nas competições ocorrerá em 12 de abril, na 6 Horas de Silverstone (Inglaterra), etapa de abertura do WEC.

COMPETIÇÃO ENTRE MARCAS

Ford GT (Foto: Fabrizio Costantini/New York Times)

É impressionante o interesse que o Mundial de Endurance vem despertando nas montadoras. Dos anos 2000 até o início desta década, a categoria foi dominada pela Audi, com uma leve participação da Peugeot. Apesar de ter vencido a 24 Horas de Le Mans em 2009, a marca francesa acabou desistindo do WEC dois anos depois.


Então, em 2012, veio a Toyota, que já demarcou seu território. No ano passado, venceu quase todas as etapas do WEC – com exceção de Le Mans e São Paulo – e conquistou o título da categoria. Promete se manter firme nos próximos anos.

Então, em 2014, a Porsche, maior vencedora da história da 24 Horas de Le Mans, com 16 títulos, retornou. E conseguiu vencer a última prova do ano, em São Paulo.

Este ano, a categoria ganha o reforço da Nissan, quarta equipe oficial de fábrica na categoria LMP1. Não para por aí: para 2016, estará nas pistas de Le Mans e dos outros circuitos do calendário a Ford, que quer reviver seus anos de glória em Le Mans com o GT, que será inspirado no protótipo mostrado no Salão de Detroit deste ano.


Por fim, protótipos da Ferrari têm sido flagrados na Europa e há esperanças de que a marca retorne a Le Mans. A fabricante travou belos duelos, nos anos 60 e 70, tanto com a Ford quanto com a Porsche. As brigas com a alemã, inclusive, serviram de inspiração para o filme “As 24 Horas de Le Mans”.

Assim, o Mundial de Endurance promete ser, em breve, uma belíssima disputa nas pistas entre as montadoras. E, como não tem tantas restrições quanto a Fórmula 1, funciona, de fato, como um laboratório para os carros de rua dessas marcas, que podem testar componentes mecânicos e aerodinâmicos.

Por fim, a WEC deve se tornar uma forma esportiva de manifestar a paixão por uma marca, torcendo para ela como para uma equipe. Uma disputa entre velocidade e tecnologia.


 

 

 


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