A Mercedes retornou para a Fórmula 1 em 2010 com pompa e circunstância, trazendo para seu elenco de pilotos ninguém menos que o heptacampeão Michael Schumacher. Além disso, chegava com a vantagem de ter comprado a equipe campeã do ano anterior, a Brawn GP. No pacote, veio Ross Brawn, atuando como diretor na equipe.
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O currículo de Brawn incluía, além do triunfo no ano anterior – à frente de uma equipe que surgiu das cinzas da Honda, que abandonara “de última hora” a categoria -, os anos de ouro da parceria Ferrari-Schumacher.
Nesta constelação, ninguém deu muita atenção a Nico Rosberg, que foi considerado pela mídia o “segundo piloto”, ou um “tapa buracos”. Porém, logo no início da temporada de 2010, o filho de Keke Rosberg já deixou claro que não era um mero coadjuvante na equipe.
Não que a Mercedes tivesse grande destaque nesta época. Em seus dois primeiros anos, a equipe sofreu com resultados pífios, deixando claro, logo de início, que a “herança” estrutural da campeã Brawn GP não foi de grande ajuda. Mas, independentemente da posição do time no grid, Rosberg quase sempre andou à frente de Schumacher.
Então, quando no dia 15 de maio de 2012, em sua terceira temporada após o retorno à Fórmula 1, a Mercedes finalmente venceu sua primeira corrida, ninguém se surpreendeu com o autor da proeza. Foi Nico Rosberg o vencedor. Aquela também era a primeira vez que o alemão ganhava uma prova de Fórmula 1.
O feito foi assinalado, portanto, exatamente três anos atrás. O Grande Prêmio em questão era o da China. E aquela foi a única vitória da Mercedes na temporada. Nico chegou a ocupar o pódio novamente, ao terminar o GP de Mônaco na segunda posição. Já Schumacher foi terceiro em Valência.
A Mercedes terminou aquela temporada no quinto lugar, atrás de Red Bull, Ferrari, McLaren e Lotus. Era um resultado, inclusive, pior que os de 2010 e 2011, quando a equipe foi quarta colocada. No entanto, aquela vitória deixou claro que a montadora não tinha ido à Fórmula 1 a passeio. Era um vislumbre dos próximos anos.
O APOGEU
No fim de 2012, Schumacher se aposentou e foi substituído, para a temporada seguinte, pelo campeão de 2008, Lewis Hamilton. Comentou-se, à época, que Hamilton fazia uma loucura ao trocar a McLaren, equipe de ponta, pela mediana Mercedes. Mas os comentaristas estavam enganados.
Hamilton já chegou chegando e, na segunda e terceira corridas (Malásia e China), obteve o pódio, ainda que no lugar mais baixo.
Mas não foi ele também a conquistar a primeira vitória de 2013 da Mercedes. Novamente, a glória ficou com Nico Rosberg, que venceu o GP de Mônaco. Ninguém mais enxergou a Mercedes, a partir de então, como equipe mediana.
Em 2013, foram outras duas vitórias, no GP da Inglaterra, com Rosberg, e no da Hungria, a primeira de Hamilton pela Mercedes. Um grande mérito, considerando que, das 19 corridas disputadas naquela ano, 13 vitórias ficaram com Sebastian Vettel.
O resultado foi que a Mercedes terminou aquele campeonato na segunda colocação, atrás da Red Bull. Finalmente, a equipe alemão saía do fundo do paddock para ocupar à área destinada às equipes de ponta.
Bem, 2014 é história, né? Com a mudança de motores, a equipe protagonizou um dos maiores domínios da Fórmula 1, comparável ao exercido pela McLaren no fim dos anos 80, com Senna e Prost. Foram 16 vitórias em 19 corridas. Título de construtores, evidentemente, além do de pilotos para Lewis Hamilton.
Nesta temporada, das três corridas disputadas, a Mercedes venceu duas, e com folga. Só uma completa reviravolta, meio milagrosa, impediria a equipe de voltar a conquistar os campeonatos de pilotos e construtores.
Vida longa à Mercedes, portanto! Uma equipe que mostra que, para as grandes montadoras, vale sim à pena investir na Fórmula 1.
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