Primeira Classe

Novos pilotos brasileiros se inspiram em alemão, inglês…

Jovem kartista brasileiro tem a Fórmula 1 como alvo e tem pilotos estrangeiros como referência

Rafaela Borges

15 de nov, 2015 · 10 minutos de leitura.

Novos pilotos brasileiros se inspiram em alemão, inglês...
Crédito: Jovem kartista brasileiro tem a Fórmula 1 como alvo e tem pilotos estrangeiros como referência

 

Ele nasceu em 2002, oito anos após a morte de Ayrton Senna. Começou a correr de kart aos sete anos, em 2009, um ano após Felipe Massa quase vencer o título e protagonizar o último momento de euforia brasileira na Fórmula 1. Quem são, então, as inspirações do jovem campeão de kart Gianluca Petecof, que neste sábado (14) completou 13 anos – muito bem celebrados no paddock do GP do Brasil?


(No Instagram: @blogprimeiraclasse)

Sebastian Vettel, em primeiro lugar. E ele nem acha o alemão o melhor piloto do grid, heim. “Não dá para ignorar que houve uma dinastia do Vettel nos últimos anos”, ele disse ao blog, referindo-se aos quatro campeonatos do piloto da Ferrari (todos conquistados em parceria com a Red Bull).

Além do alemão, ele cita também Kimi Raikkonen, pois se lembra o quanto foi legal a conquista inesperada do único título do finlandês, em 2007. E também Lewis Hamilton, pelo que fez nos últimos dois anos. E, por último, Felipe Massa. Afinal, aquela bela batalha de 2008, perdida nos últimos metros do GP do Brasil (para Hamilton), não pode ser ignorada.


Petecof, inclusive, teve um belo encontro com dois de seus ídolos na última quinta-feira. Integrante da academia de pilotos da Shell (fornecedora de combustível da Ferrari) desde o início do ano, o jovem kartista passou cerca de 40 minutos conversando com Sebastian Vettel.

“Ele me contou sobre a vida dele, a carreira, incluindo o início. E perguntou sobre a minha”, conta. “Também me deu conselhos: “Ele me disse que eu tenho sempre que acreditar em mim, mas o mais importante para um campeão é ter humildade e respeitar o time, a equipe, pois sem eles, não é possível vencer.”

O kartista admira Vettel, inclusive, por sua humildade. “Nunca vou me esquecer de 2012 (ano em que o piloto alemão conquistou o tetracampeonato). Aqui no Brasil, após a corrida, ele ficou no autódromo até o fim, ajudando a equipe a desmontar a estrutura (para que todos pudessem ir mais rápido aproveitar a festa armada pela Red Bull).”


Raikkonen surpreendeu o garoto. Com fama de calado e nada entusiasmado pelas ações com patrocinadores, ele foi também muito solícito. “Nós conversamos pouco, mas ele perguntou sobre minha carreira e desejou boa sorte”. Após a primeira conversa, ainda retornou ao local do encontro e deu um boné autografado a Petecof.

Ele conta que sei pai sempre foi um entusiasta do kart, mas, quando ele nasceu, parou de correr. “Antes ele competia, depois passou a correr só por diversão”, diz. Quando tinha quatro anos, Pentecof começou a acompanhar os pais à brincadeira. E se apaixonou. Com cinco anos de idade, ele já corria regularmente e, aos sete, começou a disputar campeonatos.

Logo se tornou campeão. Ele relembra as conquistas do Brasileiro de Kart, em 2013, e do Florida Winter Tour, um dos mais importantes campeonatos dos Estados Unidos, em 2014. Este ano, está na disputa do Paulista de Kart. “Falta uma corrida, e sou segundo colocado. Tenho chances.”


Os próximos passos? No ano que vem, ele já pretende pilotar carros de corrida de verdade. Categorias de base como GP3 e GP2 estão no plano a curto prazo. “O Max Verstappen (que estreou este ano na F1, aos 17 anos) é uma inspiração.”

A Fórmula 1, claro, é o foco. Mas, para Petecof, existem outras categorias interessantes. “Prefiro a Fórmula 1, mas a meta é estar em qualquer categoria top do automobilismo.”


Maduro para seus treze anos, Petecof dá respostas concisas e sabe bem o que quer. Fala inglês fluentemente, algo primordial para um piloto que pretende ter carreira internacional. Além disso, conhece e valoriza a história do automobilismo, como seu ídolo, Vettel.

Lauda ou Hunt? “Iguais. Um, arrojado. Outro, focado. Eles se complementavam”, opina, citando o fato de ter assistido – e adorado – “Rush – No Limite da Emoção”, filme de 2013 sobre a rivalidade entre os dois pilotos. Já Senna ele considera maior que Prost e Schumacher, superior a Hakkinen e Alonso.

“Ele (Schumacher) tinha um objetivo e fazia tudo o que era necessário para alcançar. Era um piloto completo.” E sobre o trio mais badalado da atualidade, Hamilton, Vettel e Alonso?


“Vettel e Alonso estão no mesmo nível. Eles se complementam e acredito que evoluíram juntos.” Também admira Hamilton. Reconhece que o inglês tem um carro muito superior, mas ainda assim o coloca no mesmo nível do alemão e do espanhol.

Sua equipe do coração? A Ferrari. Os polêmicos jogos de equipe no qual se envolveu o time italiano nos últimos 20 anos não o intimidam. “No automobilismo, algumas coisas são necessárias, mas nem todo mundo entende”, ele diz.

EM TEMPO


Fui ao Grande Prêmio do Brasil pela primeira vez em 2005. Até 2008, sempre acompanhei “in loco”, em Interlagos. Fiquei sem comparecer ao autódromo para a corrida brasileira em 2009 e 2010, mas, de 2011 em diante, sempre estive lá. São nove grandes prêmios.

E nunca, nunca, jamais, vi um tão entediante quanto o de hoje. Chato mesmo. Nada aconteceu. Quase fiz a dança da chuva, para ver se algo acontecia.

O troféu salvação do fim de semana, portanto, vai para irreverência de Fernando Alonso. O espanhol esbanjou carisma no fim de semana (leia aqui as peripécias do piloto da McLaren). Virou meme na internet. Todo mundo riu. A aposta no paddock? Será que Alonso vai invadir o pódio e roubar o troféu? Ninguém duvidava.


Teve um lance engraçado na coletiva de imprensa dos três primeiros colocados. Sebastian Vettel é sempre o cara que faz gozação com os pilotos da Mercedes – neste ano, a maioria dos pódios teve ele, Nico e Lewis. De vez em quando arranca risadas dos rivais. Às vezes, Rosberg e Hamilton ficam carrancudos. A imprensa presente sempre ri.

No Brasil, porém, foi o alemão o alvo da “gozação”. Lewis disse a ele baixinho, com a mão na boca, mas todo mundo percebeu do que se tratava: o campeão de 2015 estava fazendo piada, na frente da imprensa, do fato de ele ter contado, no grid de largada, com o apoio de um grid boy, e não uma grid girl, para segurar sua placa.

Mas Sebastian é espirituoso. Entra sempre na brincadeira. É um alemão de humor britânico, esse menino. Sua espontaneidade faz bem à Fórmula 1. A de Lewis, hoje, também fez. Os garotos mandaram bem. A gente adora!


 

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