Primeira Classe

O dia em que Alonso foi simpático e espirituoso

Espanhol protagonizou cenas hilárias em Interlagos

Rafaela Borges

14 de nov, 2015 · 6 minutos de leitura.

O dia em que Alonso foi simpático e espirituoso
Crédito: Espanhol protagonizou cenas hilárias em Interlagos

Ninguém nega que Fernando Alonso é um piloto extraordinário, um dos melhores do grid atual e, talvez, da história. Porém, quando sai de cena o piloto, e entra o ídolo, aquele que todo mundo quer ver de perto, pedir autógrafo, tirar foto junto, o espanhol não é dos mais populares.

(No Instagram: @blogprimeiraclasse)

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Hoje mesmo, em Interlagos, eu presenciei diversas pessoas dizerem, ao saberem que, talvez, Alonso visitaria o camarote de um patrocinador: “Ah, não. Alonso não. Queremos o Button”.

Estranho, não? O espanhol é considerado um dos melhores da história. O inglês é muito bom, mas está longe dessa lista. Por que a má vontade com Alonso, então? Porque ele não tem carisma.

 


Teve a tramoia de Briatore em Cingapura 2008 (Alonso diz que não sabia), a suspeita de delação da espionagem da McLaren à Ferrari, a exigência por privilégios na equipe inglesa, quando correu com Hamilton, os ataques à capacidade de Vettel, de quem ele perdeu quatro vezes, como piloto.

Tem também o jeitão não muito afável dele. Não chega a ser um Kimi Raikkonen, mas, no paddock, volta e meia está carrancudo, não gosta muito de atender os fãs. Enfim, não cativa. Diferentemente de Button, que, talvez, junto com Daniel Ricciardo e Felipe Massa, seja o piloto mais carismático da F1. E de Vettel, um alemão de espírito inglês, engraçado, fácil de lidar e extremamente gentil.


Mas hoje Alonso surpreendeu em duas fotos. Primeiro, quando abandonou o treino classificatório, em vez da típica carranca mal humorada, ele adotou uma expressão serena e… simplesmente descolou uma cadeira para tomar um solzinho, antes de voltar aos boxes. Foi hilário.

Mais tarde, após os treinos, quando ele subia a escadaria que dá acesso à área de imprensa para atender as redes de TV, foi puxado por Button. Para quê? Para subir ao pódio e posar para fotos. Foi de bom humor, sorriu, levou na esportiva. Algo do tipo: só assim para a gente subir no pódio, né?

Parece que está começando a relaxar mais. A entender que este ano, para a parceria McLaren-Honda, foi de aprendizado, e que é preciso paciência e trabalho em equipe para as coisas começarem a melhorar e, quem sabe, ficarem boas.


Eu não sei quanto a vocês, mas, comigo, Alonso ganhou muitos pontos hoje. Que continue assim, relaxado, tentando curtir o que faz mesmo nos momentos difíceis. Faz bem para ele. E atitudes descontraídas, espontâneas e sinceras fazem bem para a Fórmula 1.

PARA REGISTRO

Foi bem estranho uma outra coisa que ocorreu hoje. E com Lewis Hamilton. O inglês, que também é bem simpático, no geral, adotou uma atitude bem estranha após a classificação.


De praxe, após os treinos classificatórios, os três primeiros posam para fotos, antes de se dirigirem a sala de imprensa para uma entrevista coletiva.

Hoje, porém, Hamilton, que larga no segundo lugar amanhã, passou direto por Rosberg (primeiro) e Vettel (terceiro). Os dois alemães, com expressões confusas, ainda ficaram esperando pelo campeão do mundo. Mas, como ele não apareceu, decidiram posar só os dois mesmos para as fotos.


(Foto: Rafaela Borges)

A essa altura, os jornalistas já estavam na sala de imprensa (eu entre eles) para fazer perguntas (eu soube do ocorrido mais tarde, por meio de um fotógrafo que presenciou a cena). Então, ninguém perguntou para os pilotos o que aconteceu, porque ninguém que estava lá viu.

Durante a coletiva Lewis estava quieto, expressão fechada, meio monossilábico, mas nada muito alarmante. A seu favor: homenageou o Brasil com um boné da Mercedes nas cores da bandeira do País.

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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.