Por custarem acima de R$ 100 mil em suas versões mais vendidas, Compass e Corolla surpreendem no ranking de vendas: constantemente, os dois carros aparecem entre os dez mais emplacados.
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Essa lista, alguns anos atrás, só tinha modelos de entrada (basicamente hatches e sedãs compactos). Essa realidade mudou com a crise econômica, que tirou poder aquisitivo dos consumidores de alguns desses carros.
Os modelos mais caros (SUVs e sedãs médios) passaram a visitar, ou ter posição de honra, no “top 10”. Mais que esse panorama, no entanto, está a capacidade de Compass e Corolla de massacrarem a concorrência.
De uns anos para cá, o sedã da Toyota não deixa espaço – ou deixa pouco – para os rivais. Em 2017, ele já vendeu 29.188 unidades. É o dobro do principal rival, Honda Civic (14.696).
O Cruze tem cerca de 8 mil emplacamentos e os demais não passam das 2,5 mil unidades vendidas.
Já em seu primeiro mês completo de vendas, janeiro de 2017, o Compass teve mais emplacamentos que a soma de todos os rivais juntos. Seus concorrentes principais, diretos, são Honda CR-V, os Hyundai ix35 e Tucson, o Mitsubishi ASX e o Toyota RAV 4.
No primeiro semestre deste ano, foram emplacados 22.003 Compass. O ix35, segundo colocado entre os SUVs médios, teve apenas 4.587 unidades vendidas.
O sucesso é tão intenso que nos meses de abril e maio, o Compass chegou a ser o SUV mais vendido do Brasil. Ele ficou à frente, inclusive, de compactos que custam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil a menos.
AS RAZÕES
Conversei com repórteres e editores do Jornal do Carro sobre os fatores que levam ao sucesso dos dois carros. Após debates, a conclusão geral é: os dois carros são compras seguras.
Ou, em outras palavras: os clientes de Compass e Corolla têm medo de ousar.
Eu acho que essa lógica se aplica mais ao Corolla que ao Compass. O sedã é velho conhecido do consumidor.
Sua marca tem boa fama de pós-vendas. Além disso, o consumidor a percebe como uma fabricante de carros que não quebram.
Basta ver pesquisas de satisfação dos clientes, nas quais a Toyota sempre ocupa a primeira ou a segunda posição.
GALERIA: COMPASS X COROLLA
Compass x Corolla
Modelos dominam as vendas de seus respectivos segmentos e aparecem frequentemente entre os dez mais emplacados do Brasil
Compass x Corolla
Toyota Corolla
Compass x Corolla
Toyota Corolla
Compass x Corolla
Toyota Corolla
Compass x Corolla
Toyota Corolla
Compass x Corolla
Toyota Corolla
Compass x Corolla
Jeep Compass
Compass x Corolla
Jeep Compass
Compass x Corolla
Jeep Compass
Compass x Corolla
Jeep Compass
Compass x Corolla
Jeep Compass
Vale também falar com os donos de carros da Toyota: quase não há reclamações. No boca a boca, a fama se espalha, e quem não tem passa a desejar.
Dos carros da Toyota, o Corolla é representante do segmento que, até alguns anos atrás, era o principal símbolo automotivo da classe média. E, nessa categoria, o Corolla passou a ser a escolha segura.
Ele não é emocionante, nem um estouro de crítica. Mas é um bom carro, espaçoso e confortável, além de econômico. O cliente paga caro, mas ganha “status”, por ter um carro admirado, e a sensação de que não terá dores de cabeça após a compra.
COMPASS
O Jeep é um novato. Segundo carro da marca feito no País, ele chegou para ser tudo o que o Renegade não conseguiu.
O Renegade despertou os desejos do brasileiro. Por quê? Por causa da marca. Quem tem um Jeep, tem um jipe de verdade. Essa, pelo menos, é a ideia do consumidor. E a marca, afinal, é mesmo especialista em utilitários.
O problema do Renegade é que ele tem fatores que não atendem o consumidor desse segmento – que, aliás, é o mesmo dos sedãs médios. Falta espaço, e falta porta-malas.
Além disso, o motor flexível do Renegade é fraco, e deixa o desempenho ruim. O do Compass, se não o transforma em um exemplo de agilidade, faz dele um carro um pouco mais esperto que o SUV menor.
O Compass custa sim mais caro que os compactos, mas e daí? Ele tem custo-benefício melhor, ou ao menos igual, ao dos verdadeiros concorrentes, os SUVs médios.
Tudo isso com a “aura” da marca Jeep, e toda a tradição off-road que a fabricante representa. Então, como o Corolla, virou também uma compra segura.
O Compass entrega tudo o que o público desse segmento precisa. E seu dono ganha o status de ter um autêntico off-road – mesmo que a versão mais vendida não seja a 4×4 a diesel, e sim a flexível, que é 4×2.
Ah, o motor a diesel também merece destaque. Com exceção do Renegade, não existe SUV a diesel no Brasil tão barato quanto o Compass.
VEJA TAMBÉM: USADOS FÁCEIS DE MANTER
TOYOTA ETIOS
O Etios já está no mercado desde 2012. Com mecânica simples, robusta e eficiente, não dá muita dor de cabeça aos donos, que não são fiéis a toa. Tanto hatch quanto sedã, independentemente da motorização, são valentes e baratos a longo prazo.
HYUNDAI TUCSON
Apesar de grandalhão, o Tucson tem a seu lado o fato de ter sido produzido até recentemente no Brasil e sem muitas alterações. As peças, mesmo que não sejam tão baratas, são mais fáceis de encontrar, independentemente do ano do modelo.
CHEVROLET ASTRA
Com motores robustos, o Astra é uma boa pedida para quem não quer ter muita dor de cabeça com mecânica. Sendo um dos mais "velhinhos" da lista, vale prestar atenção no estado de conservação antes da compra. No entanto, as peças são baratas e fáceis de achar.
VOLKSWAGEN FOX
O Fox tem motores 1.0 e 1.6 de construção relativamente simples e não costumam dar defeitos a toa. O carrinho ainda é econômico e tem peças fáceis de encontrar.
HYUNDAI HB20
O grande trunfo do HB20 é sua garantia de cinco anos. Apenas agora as primeiras unidades vão sair do prazo de manutenção garantida pela fabricante. Basta conferir se todas as revisões foram feitas em concessionárias da marca antes de procurar um usado.
HONDA CITY
O City faz jus à fama de robustez da Honda. O modelo é outro a não ter muitas "firulas" e dificilmente dar trabalho na manutenção. As revisões tendem a ser baratas e vão garantir o perfeito funcionamento do City por anos a fio.
NISSAN VERSA
O Versa é espaçoso, potente e econômico em vários aspectos. As revisões na Nissan são baratas e o modelo não dá defeito a toa.
TOYOTA COROLLA
Queridinho entre os sedãs médios, tem revisões bem baratas nas concessionárias da marca e fama (real) de não quebrar nunca. Mesmo unidades mais rodadas serão bons negócios se tiverem com a manutenção em dia.
RENAULT LOGAN
O Logan aposta numa simplicidade que se reflete em baixo custo de manutenção. Além disso, peças têm preços relativamente baixos e o sedãzinho não será dos mais caros de manter.
HONDA FIT
As primeiras unidades da atual geração do Fit são de 2014 e já povoam os classificados de usados. Fácil de manter e robusto, só pede atenção na suspensão. Durinha, ela sofre um pouco com a buraqueira das ruas brasileiras. De resto, é simples e barato de manter.
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