Entenda por que o SUV CR-V é tão caro

A grande polêmica do lançamento do SUV CR-V foi seu preço, de R$ 179.900. Foram diversos os comentários sobre o alto valor do SUV CR-V no Facebook do Jornal do Carro e nos vídeos que produzi para meu perfil no Instagram. Mas o modelo é mesmo caro?

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Creio que existem duas respostas, antagônicas, para essa pergunta. Comparado à concorrência, o Honda é muito caro. Porém, levando em conta seu preço nos EUA, de onde é trazido, ele não é (e você entenderá isso melhor abaixo).

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O CR-V é mais caro que alguns SUVs de luxo. Ele tem valor superior aos das versões mais baratas de Q3, GLA e do XC40, que ainda nem foi lançado no Brasil.

É certo que esses SUVs são um pouco menores que o Honda. No entanto, garantem um status que o CR-V não tem, por ser um carro de marca generalista (que não é focada em modelos premium).

A prova definitiva de que o SUV CR-V é caro fica evidente quando olhamos seus concorrentes diretos. O Equinox parte de R$ 137.490 na versão LT, que tem tração 4×2. A de topo, Premier, com tração 4×4, sai a R$ 155.990.

A Premier é equivalente em equipamentos à única disponível para o CR-V, na versão Touring. Mas há uma diferença: o Honda tem motor de 190 cv e o Chevrolet, de 252 cv. Uma imensa diferença.

Para ficar nos rivais mais recentes do CR-V, o Peugeot 2008 parte de R$ 145 mil (importado da França). Porém, como o Equinox é mais vendido que ele, tomaremos o exemplo do Chevrolet para comparação.

PREÇO NOS EUA

O Equinox Premier completo sai por US$ 40.600 nos Estados Unidos. O CR-V Touring custa US$ 35 mil por lá.

Na conversão direta, o preço do Equinox é equivalente a R$ 135 mil. O do SUV CR-V, a R$ 116 mil. Há uma série de impostos embutidos nos preços desses carros quando eles entram no Brasil.

Entre o Equinox e o CR-V, no entanto, há uma diferença. O Honda recolhe imposto de importação. O Chevrolet, não, pois é importado do México – há um acordo bilateral entre os dois países.

Descartando-se os outros impostos, o preço do Equinox é mantido em R$ 135 mil. O do CR-V, acrescido dos 35% de tarifa alfandegária, vai a R$ 156.600.

Com os demais impostos (nos EUA, inclusive, há um taxa média de 8% além do preço; no México, não), os preços dos dois carros ficam bem próximos aos dos cobrados no Brasil.

O ‘AZAR’

Ou seja: o “azar” do CR-V chama-se imposto de importação. Na geração anterior, que vendeu muito bem, ele vinha do México – e não recolhia essa taxa.

Porém, a produção do México tem como objetivo principal (para toda montadora) atender o mercado dos EUA. A Honda resolveu rever seu mix de produção e transferir o CR-V para os Estados Unidos.

No México, ficou a linha de produção do HR-V destinado ao mercado norte-americano. Sendo assim, o CR-V perdeu a vantagem que a geração antiga tinha para os brasileiros.

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A HONDA PODERIA FAZER ALGO A RESPEITO?

A Honda poderia subsidiar o preço do CR-V. O que isso significa? Cobrar menos do que ele realmente custa.

Mas por que a Honda faria isso? Bem, algumas montadoras adotam essa prática, nem que seja por alguns meses, com modelos mais sofisticados.

Isso porque esses carros, cheios de tecnologia, são “de imagem”, e agregam valor à montadora. Se o carro tem baixo volume, dá para bancar um subsídio que não prejudique o balanço da empresa.

Para a Honda, porém, essa prática, no momento, não faz sentido. Como o CR-V é o SUV mais vendido dos EUA, o volume que a marca conseguiu negociar para trazer ao Brasil é muito baixo.

De abril, quando o SUV CR-V chegou às lojas, até dezembro, a Honda trará apenas 500 unidades. Isso significa cerca de 55 exemplares por mês.

Não há razão para subsidiar o preço, pois esse volume a marca consegue vender facilmente. Afinal, o SUV CR-V tem uma boa história no Brasil, e alguns fãs.

Então, não adianta reclamar, ou achar que a Honda é a vilã da história. O SUV CR-V é, sim, um carro caro para o Brasil. Seu preço, no entanto, é justo. Cabe a você decidir se ele vale os quase R$ 180 mil ou não.

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