Primeira Classe

Porsche 911 tem vendas iguais às do JAC J3

Neste ano, tanto o Porsche 911 quanto o JAC J3 venderam apenas 80 unidades

Rafaela Borges

13 de jul, 2017 · 4 minutos de leitura.

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Porsche 911
Crédito: Chegada da nova geração levou o carro a 175% de crescimento (Foto: Porsche)

A vida anda boa para a Porsche e péssima para a JAC. Neste ano, tanto o Porsche 911 quanto o JAC J3 tiveram 80 unidades vendidas no Brasil – de janeiro a junho.

(No Instagram: @blogprimeiraclasse)

O mesmo número tem interpretações completamente diferentes para as duas montadoras. No caso da Porsche, estamos falando de um carro cujo preço inicial é de cerca de R$ 510 mil.

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Além disso, o 911 tem versões que custam mais de R$ 1 milhão. Outro ponto a favor do Porsche é o crescimento que teve em relação ao mesmo período do ano passado. A alta foi de nada menos que 175%.

Isso num contexto em que a indústria de carros de luxo, como um todo, está caindo (leia aqui). A Porsche, aliás, é a única marca premium que cresce no Brasil.

A razão do amplo crescimento é a chegada da nova geração do 911. O esportivo ficou mais caro, mas também muito mais moderno e tecnológico – num segmento nada sensível a preço.


O J3, por outro lado, custa R$ 37.990. É mais barato que os modelos de mesmo porte – que, aliás, são os líderes do mercado.

Os carros com que o J3 deveria concorrer são Onix, HB20 e Ka, por exemplo. A marca chinesa, porém, vem há anos enfrentando problemas no Brasil.

De um início promissor, tendo Faustão como garoto-propagando, a marca foi vendo suas vendas despencarem. Várias concessionárias fecharam.


 

FATORES

As razões foram, entre outras, as políticas destinadas pelo Inovar-Auto (regime automotivo que está em fim de ciclo) aos importadores. Para uma marca de baixo custo, como a JAC, alta de imposto pesa bastante.


Outro fator importante é a defasagem do carro, que foi perdendo espaço diante da modernização dos modelos brasileiros desse segmento.

Por fim, o brasileiro, principalmente os que compram carros mais simples, são muito sensíveis a fatores como pós-venda e desvalorização. A JAC não conseguiu ainda a confiança desses clientes, que optam por marcas mais tradicionais ou, ao menos, mais mundialmente relevantes.

 


GALERIA: OS CARROS MAIS CAROS DO MUNDO

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”