Rodei. Duas vezes. Achei até bem divertido, mas levei bronca do instrutor alemão: “Cuidado. É um carro de 165 mil euros”, me falou o piloto Rob Kunst, um dos responsáveis pelo Audi Driving Experience, em referência ao R8. Fiquei tímida com a bronca, mas isso não tirou nem um pouco da minha diversão.
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Afinal, eu estava ao volante da nova geração do Audi R8 Plus, com impressionantes 610 cv entregues por seu motor V10. E um V10 aspirado, à moda antiga, desses barulhentos, que fazem o amante da velocidade arrepiar.
Participei, na Alemanha, de um dos programas do Audi Driving Experience. São diversas as modalidades oferecidas, voltadas à direção segura, ao uso dos recursos do carro ou à esportividade. Participei da terceira, e mais divertida, opção, chamada de R8 Experience.
O nome do programa deixa claro: tudo acontece ao volante do R8 de segunda geração, que será mostrado aos brasileiros em novembro, durante o Salão do Automóvel. O cenário? A pista de Neuburg, na sede da Audi Sport, a divisão de automobilismo da montadora – por lá, também são testados os carros da DTM e do WEC, campeonato que inclui a 24 Horas de Le Mans.
O traçado, inaugurado em 2014, é bastante desafiador e tem 2,2 km. A maioria das curvas é de média e alta velocidade. Faz falta uma reta longa, mas não importa. A diversão é garantida mesmo assim.
No R8 Experience, o objetivo é claro: dirigir esportivamente. O instrutor – no caso, Kunst – que guia um comboio de cinco exemplares do R8 – ensina os participantes a usarem o ponto correto de frenagem e contornarem uma curva como fazem os pilotos de automobilismo.
O curso dura meio período – na verdade, pouco menos de quatro horas – e custa 420 euros (cerca de R$ 1.720) de manhã e 450 euros (R$ 1.840, aproximadamente) à tarde.
Tudo começa com a parte chata, mas ela não dura mais que meia hora. São as instruções teóricas, em uma sala de briefing, com os pilotos responsáveis pelo curso. Eles apresentam os detalhes do carro, como motor, potência, torque, câmbio e recursos eletrônicos. Recomendam, também, que o controle de tração esteja sempre ligado. Na apresentação, são mostrados também os detalhes da pista.
A próxima etapa consiste em um treino, com exercícios de slalom e frenagem. Particularmente, eu acho esse tipo de prática bem chato. Já fiz provas assim muitas e muitas vezes. Porém, ela são importantes para que os participantes conheçam as reações do carro antes de levá-lo para a pista.
Ah, a pista. A próxima etapa é partir para ela, que, inicialmente, é dividida em duas. O grupo tem dez carros e cada instrutor fica responsável por um comboio de cinco. Cada R8 é ocupado por duas pessoas. Enquanto um pilota, o outro pode analisar o traçado, tirar fotos e fazer vídeos, entre outras atividades.
Por mais de uma hora, ficamos percorrendo a meia parte da pista. São cerca de dez voltas por pessoa em uma metade, e outras dez na outra. Na última meia hora, os participantes são liberados para percorrerem toda a extensão do circuito.
O comboio, no meu caso, foi guiado por Kunst. Não é permitida ultrapassagem – a não ser que o motorista imediatamente à sua frente esteja muito, muito lento. Neste caso, o instrutor abre uma exceção, mas é preciso pedir autorização por rádio.
Os carros vão se alternando atrás do R8 guiado pelo instrutor. E essa é a hora mais divertida. Na prática, é o participante quem dita o ritmo. O instrutor vai percebendo os limites do motorista e acelerando mais ou menos seu próprio R8.
Pelo rádio, ele vai dando instruções sobre o ponto de frenagem, a maneira de virar o volante para contornar a curva e a velocidade a ser aplicada em cada ponto, entre outros fatores.
Além disso, ele adora estimular o participante a acelerar mais e mais. “Vamos! Você tem 610 cv à sua disposição. Use-os”, o instrutor disse várias vezes, meio alto, quase gritando. Estava bravo? Estava nada. Alemão fala assim mesmo, as pessoas se acostumam. Ele estava é se divertindo tanto quanto a gente.
Foi em uma das vezes em que eu seguia o “carro-madrinha” que rodei. Na saída de uma curva de alta, acelerei e, quando notei, virei passageira. Foi tão rápido que nem deu para perceber o que aconteceu. Um pouco mais tarde, descobri: sem querer, eu havia desligado o controle de tração.
Bronca levada, eu continuei acelerando o R8, mas com todos os controles ligadas e sem nem pensar em transpor meus limites. Afinal, toda a eletrônica embarcada está lá para que nós, reles mortais nas pistas, possamos brincar com segurança – já que esse tipo de carro costuma ser arisco, muito arisco, mas isso é assunto para outro post.
Para quem quiser informações sobre o R8 Experience, basta clicar aqui. Há descrição completa dos programas, datas disponíveis e preços, entre outras informações. E também dá para ver aqui os outros programas do Audi Driving Experience, sejam eles em Neuburg ou em outras pistas e locais.
Para finalizar, Neuburg fica a 30 km de Ingolstadt, sede da Audi, e a 80 km do aeroporto de Munique, no sul da Alemanha.
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