Primeira Classe

Um desafio na pista com o novo Audi R8

Veja como é participar do curso de direção esportiva oferecido pela Audi em pista no sul da Alemanha

Rafaela Borges

15 de mar, 2016 · 8 minutos de leitura.

Um desafio na pista com o novo Audi R8
Crédito: Veja como é participar do curso de direção esportiva oferecido pela Audi em pista no sul da Alemanha

Fotos: Rafaela Borges

 

Rodei. Duas vezes. Achei até bem divertido, mas levei bronca do instrutor alemão: “Cuidado. É um carro de 165 mil euros”, me falou o piloto Rob Kunst, um dos responsáveis pelo Audi Driving Experience, em referência ao R8. Fiquei tímida com a bronca, mas isso não tirou nem um pouco da minha diversão.

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(No Instagram: @blogprimeiraclasse)

Afinal, eu estava ao volante da nova geração do Audi R8 Plus, com impressionantes 610 cv entregues por seu motor V10. E um V10 aspirado, à moda antiga, desses barulhentos, que fazem o amante da velocidade arrepiar.

Participei, na Alemanha, de um dos programas do Audi Driving Experience. São diversas as modalidades oferecidas, voltadas à direção segura, ao uso dos recursos do carro ou à esportividade. Participei da terceira, e mais divertida, opção, chamada de R8 Experience.


O nome do programa deixa claro: tudo acontece ao volante do R8 de segunda geração, que será mostrado aos brasileiros em novembro, durante o Salão do Automóvel. O cenário? A pista de Neuburg, na sede da Audi Sport, a divisão de automobilismo da montadora – por lá, também são testados os carros da DTM e do WEC, campeonato que inclui a 24 Horas de Le Mans.

O traçado, inaugurado em 2014, é bastante desafiador e tem 2,2 km. A maioria das curvas é de média e alta velocidade. Faz falta uma reta longa, mas não importa. A diversão é garantida mesmo assim.


No R8 Experience, o objetivo é claro: dirigir esportivamente. O instrutor – no caso, Kunst – que guia um comboio de cinco exemplares do R8 – ensina os participantes a usarem o ponto correto de frenagem e contornarem uma curva como fazem os pilotos de automobilismo.

O curso dura meio período – na verdade, pouco menos de quatro horas – e custa 420 euros (cerca de R$ 1.720) de manhã e 450 euros (R$ 1.840, aproximadamente) à tarde.


Tudo começa com a parte chata, mas ela não dura mais que meia hora. São as instruções teóricas, em uma sala de briefing, com os pilotos responsáveis pelo curso. Eles apresentam os detalhes do carro, como motor, potência, torque, câmbio e recursos eletrônicos. Recomendam, também, que o controle de tração esteja sempre ligado. Na apresentação, são mostrados também os detalhes da pista.

A próxima etapa consiste em um treino, com exercícios de slalom e frenagem. Particularmente, eu acho esse tipo de prática bem chato. Já fiz provas assim muitas e muitas vezes. Porém, ela são importantes para que os participantes conheçam as reações do carro antes de levá-lo para a pista.


Ah, a pista. A próxima etapa é partir para ela, que, inicialmente, é dividida em duas. O grupo tem dez carros e cada instrutor fica responsável por um comboio de cinco. Cada R8 é ocupado por duas pessoas. Enquanto um pilota, o outro pode analisar o traçado, tirar fotos e fazer vídeos, entre outras atividades.

Por mais de uma hora, ficamos percorrendo a meia parte da pista. São cerca de dez voltas por pessoa em uma metade, e outras dez na outra. Na última meia hora, os participantes são liberados para percorrerem toda a extensão do circuito.

O comboio, no meu caso, foi guiado por Kunst. Não é permitida ultrapassagem – a não ser que o motorista imediatamente à sua frente esteja muito, muito lento. Neste caso, o instrutor abre uma exceção, mas é preciso pedir autorização por rádio.


Os carros vão se alternando atrás do R8 guiado pelo instrutor. E essa é a hora mais divertida. Na prática, é o participante quem dita o ritmo. O instrutor vai percebendo os limites do motorista e acelerando mais ou menos seu próprio R8.

Pelo rádio, ele vai dando instruções sobre o ponto de frenagem, a maneira de virar o volante para contornar a curva e a velocidade a ser aplicada em cada ponto, entre outros fatores.


Além disso, ele adora estimular o participante a acelerar mais e mais. “Vamos! Você tem 610 cv à sua disposição. Use-os”, o instrutor disse várias vezes, meio alto, quase gritando. Estava bravo? Estava nada. Alemão fala assim mesmo, as pessoas se acostumam. Ele estava é se divertindo tanto quanto a gente.

Foi em uma das vezes em que eu seguia o “carro-madrinha” que rodei. Na saída de uma curva de alta, acelerei e, quando notei, virei passageira. Foi tão rápido que nem deu para perceber o que aconteceu. Um pouco mais tarde, descobri: sem querer, eu havia desligado o controle de tração.

Bronca levada, eu continuei acelerando o R8, mas com todos os controles ligadas e sem nem pensar em transpor meus limites. Afinal, toda a eletrônica embarcada está lá para que nós, reles mortais nas pistas, possamos brincar com segurança – já que esse tipo de carro costuma ser arisco, muito arisco, mas isso é assunto para outro post.


Para quem quiser informações sobre o R8 Experience, basta clicar aqui. Há descrição completa dos programas, datas disponíveis e preços, entre outras informações. E também dá para ver aqui os outros programas do Audi Driving Experience, sejam eles em Neuburg ou em outras pistas e locais.

Para finalizar, Neuburg fica a 30 km de Ingolstadt, sede da Audi, e a 80 km do aeroporto de Munique, no sul da Alemanha.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.