Primeira Classe

Por que o sedã mais amado saiu do top 10

Ele está perdendo espaço, mas não vendas

Rafaela Borges

04 de set, 2018 · 7 minutos de leitura.

Sedã Toyota Corolla" >
Toyota Corolla
Crédito: Foto: Felipe Rau/Estadão

O Corolla, sedã mais amado do Brasil, chegou a ser o quinto carro mais emplacado do País. Nos dois últimos anos, ele dificilmente ficou fora da lista dos dez mais vendidos.

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De uns meses para cá, porém, as coisas estão piorando para o sedã Corolla. Ele está perdendo posições no ranking. Isso significa que também está conquistando participação menor em vendas.

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Não no segmento de sedãs médios, é claro, mas no mercado brasileiro como um todo. Na categoria da qual faz parte, o Corolla continua soberano, muito acima dos demais modelos.

Em agosto, o sedã da Toyota somou 5.238 unidades vendidas. Nem de longe este foi seu pior mês do ano em emplacamentos.

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Por outro lado, agosto foi o melhor mês para as vendas de carros desde janeiro de 2015. Diversos modelos, portanto, tiveram recorde de vendas em 2018.

O Onix, por exemplo, atingiu o melhor resultado de sua história, com mais de 21 mil emplacamentos. No caso do Corolla, agosto não foi nem seu melhor mês do ano.

Esse posto ficou com abril, quando ele obteve 5.664 unidades vendidas. Já o pior mês do Toyota em 2018 foi fevereiro, quando o carro teve menos de 4 mil emplacamentos.


 

VEJA TAMBÉM: OS CARROS MAIS VENDIDOS EM AGOSTO DE 2018

 


Por que o sedã Corolla despencou

O número total de vendas não foi o problema do Corolla em agosto. Sua posição do ranking, 13ª, é o fator que acende o sinal de alerta.

Esta é a pior colocação do sedã médio no ranking não apenas em 2018, mas nos últimos anos. Mas por que o Corolla despencou no ranking?

Como mostramos acima, tem muito mais a ver com os outros que com seu próprio desempenho. O sedã Toyota, inclusive, vendeu bem mais que em julho, quando havia somado 4.364 emplacamentos.


O crescimento em relação a julho foi de 20%, ante os pouco menos de 15% do mercado. Ele poderia ter crescido mais, para manter sua participação? Poderia, já que outros cresceram e acabaram tomando seu lugar.

Mas o fato é que crescer 5% a mais que o mercado é um mérito e tanto. Só que outros três modelos que costumavam ficar atrás do sedã médio foram ainda melhor.

Dois deles, aliás, já haviam superado o Corolla também em julho. Trata-se do Jeep Compass e o da Fiat Toro. O outro é o Hyundai Creta.


Creta, Compass e Toro x sedã Corolla

Pelo segundo mês seguido, a Toro foi a picape mais vendida do Brasil, deixando para trás a Strada. Aqui, não dá nem para “julgar” suas altas vendas no atacado como falta de empatia do público com o modelo.

A Toro vende mais na modalidade direta que no varejo? Sim. Isso, porém, ocorre com 90% das picapes, sejam elas pequenas, intermediárias ou médias.

O atacado, aliás, teve uma de suas maiores participações do ano nas vendas, com 44.8% do total. Tanto Creta quanto Compass ficaram acima dessa média.


Dos Creta vendidos em agosto, 46% foram pela modalidade direta. O carro é um dos mais procurados pelo público PCD.

No caso do Compass, 61,7% das vendas foram no atacado.

E, em um mês no qual o atacado teve tamanha representatividade, o Corolla manteve sua tradicional média. Dos exemplares emplacados, 31,9% foram provenientes de vendas diretas.


Esta, portanto, é a principal explicação para a queda de participação do sedã Toyota. Ele continua sendo amado pelo público, e tendo números grandiosos de vendas. Porém, outros modelos não-populares estão cada vez mais “atacando” na modalidade de vendas diretas.

E o Yaris?

O Yaris abalou o Corolla? Os números não dão a entender que sim. O hatch foi o 20º carro mais vendido do Brasil em agosto (confira na galeria acima).

O sedã, que tem mais chances de afetar o Corolla, também teve números expressivos. Ele somou 2.250 unidades vendidas em agosto.


Ainda assim, como foi explicado acima, o Corolla cresceu mais que o mercado. Por isso, ao menos por ora, o carro afetado pela chegada do Yaris é a linha Etios que, mês a mês, vem perdendo relevância.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.