O museu da Mercedes, em Stuttgart, na Alemanha, se confunde com a invenção do automóvel, pois lá está o primeiro carro patenteado, o Benz Patent-Motorwagen, de 1886 (a história deste e de outros dos 160 modelos expostos você poderá conferir em breve, em reportagem do Jornal do Carro). Porém, mais que o automóvel pioneiro e de diversos carros que pertenceram a celebridades, o que chama atenção é um modelo que tem valor estimado em até R$ 210 milhões – ou 60 milhões de euros.
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Este é o valor máximo, segundo a Mercedes, do 300 SLR de 1955. O mínimo é de 40 milhões de euros, ou R$ 140 milhões.
Essa estimativa coloca o 300 SLR entre os carros mais caros do mundo, se a Mercedes-Benz estivesse interessada em vendê-lo. O que não é o caso. Foram feitos apenas dois exemplares do carro e ambos continuam em posse da montadora alemã, que não tem interesse em se desfazer deles. Um deles está exposto no museu.
Trata-se da versão de rua construída a partir do 300 SLR de corrida, que disputou o Mille Miglia, na Itália, e venceu o Campeonato Mundial de Turismo de 1955. Porém, naquele mesmo ano, o carro esteve envolvido em um catastrófico acidente na 24 Horas de Le Mans, o que fez a montadora cancelar seu programa de competição.
Os dois exemplares homologado para as ruas do 300 SLR, que tem portas do tipo asas de gaivota, foram os únicos remanescentes. À época, um deles se tornou o carro de uso pessoal do chefe de design da companhia, Rudolf Uhlenhaut, que desenhou suas belas linhas.
Por isso, o carro recebeu o apelido de “Ulenhaut Coupé”. Este é o exemplar que hoje está exposto no museu da Mercedes.
Com 1.117 quilos e motor de oito cilindros com 310 cv de potência, o 300 SLR é capaz de atingir nada menos que 290 km/h. Por isso, foi considerado o carro de rua mais rápido de sua época.
Há, inclusive, uma história folclórica sobre ele – que até hoje não se sabe se é real ou apenas um rumor. À época, circulou a informação de que Uhlenhaut teria percorrido os 220 km entre Stuttgart e Munique em apenas uma hora. Mesmo hoje, com carros rápidos e vias com trechos sem limite de velocidade, a estimativa média da viagem é de duas horas.
Gostaram do carro? Então não percam a reportagem sobre as outras joias do museu da Mercedes.
Ah, o SLR McLaren, superesportivo dos anos 2000, é considerado a releitura do carro.
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