Primeira providência: para fazer uma viagem assim, você precisa de pelo menos 20 dias. De preferência, reserve 30 dias.
(Instagram: @blogprimeiraclasse)
Segundo conselho: não tente abraçar o mundo. Entre Munique e a Riviera Francesa, há muita coisa para ver, pois são cinco os países percorridos. Sem foco, não dá certo.
Terceira (e mais importante) dica: escolha o carro ideal. Não tem problema de orçamento? Um supercarro, ou ao menos um preparado de fábrica (AMG, RS, M), se houver muita mala para levar. Não quer gastar tanto? Veículo a diesel, sem dúvida. É mais eficiente e, na maioria dos países da Europa (leia mais aqui), o diesel é mais em conta que a gasolina.
Quarta providência: escolha algumas cidades com bases para explorar uma região, mas procure reservar os hotéis com opção de cancelamento gratuito. Nesse caso, você pode mudar de ideia e decidir passar uma noite em uma cidadezinha simpática que viu pelo caminho.
Na hora do planejamento da viagem, tenha essas quatro ideias em mente. Executadas, com certeza você terá uma das “road trips” mais legais de sua vida.
Quem acompanha o Instagram do blog sabe que, no ano passado, eu fiz uma viagem de carro de mais de 2 mil quilômetros, de ida e volta, entre Munique e a Riviera Francesa. A época escolhida foi excelente: entre o fim de maio e meados de junho.
Primeiramente, porque a maior parte do trajeto foi em regiões da Itália e da França que são muito quentes. Porém, o período em questão, fim da primavera, tem temperaturas um pouco mais amenas que no alto verão. Dá para pegar praia sem sofrer demais. Além disso, o objetivo era acompanhar “in loco” o GP de Mônaco, disputado nessa época.
Na ida, percorri os 800 km entre Munique e Monte Carlo quase sem parar, deixando para trás Áustria e Suíça, onde não há cabine de pedágio, mas é preciso pagar uma tarifa (veja aqui). Encerrado o GP, começou o passeio.
Foi minha segunda vez na Riviera Francesa; na primeira, em 2012, também fui de carro, mas a partir de Barcelona, na Espanha. O que visitar por lá? Nice, Cannes, Éze, Saint Paul de Vence, Menton. Para ver detalhes sobre os locais, e também opções de hospedagem e rotas, clique aqui.
Da Riviera, iniciamos nossa viagem de volta à Alemanha. Entre os dois países, há a Itália e, para quem não quer desviar demais da rota, o ideal é explorar a região da Ligúria. Não muito longe estão Toscana, Emilia Romagna e Veneto, mas, como disse no início do post, não vale a pena tentar abraçar o mundo.
A Ligúria é também conhecida como Riviera Italiana. Logo após a fronteira com a França, você encontrará as históricas cidades de Ventimiglia e Sanremo, deixando claro, com suas casinhas coloridas, que você chegou à Itália. Vale uma parada em ambas, de preferência no mesmo dia.
Nesta área da Ligúria, também há algumas belas praias, como a Baia dei Saraceni, com pedras e mar verde esmeralda cristalino. Ela fica em Varigotti, no caminho entre Sanremo e Gênova, a capital da Ligúria.
Em Gênova, fique duas ou três noites, para visitar o centro histórico da cidade, o lindo Palácio Real, o renovado porto e as praias, que são belas e têm confortáveis clubes para se passar a tarde.
Gênova também é a base para visitar a pérola da Riviera Italiana, Portofino, a 35 km. O vilarejo charmoso tem ótimos restaurantes e lojinhas, barcos de tirar o fôlego e um castelo, o Brown. Vale subir até lá só para ter uma das vistas mais deslumbrantes da história.
No mesmo dia do passeio a Portofino, você pode fazer uma parada na bonita praia de Paraggi, mas só se estiver disposto a cacifar pelo menos 20 euros por uma das cadeiras de seus clubes de praia. A faixa de areia livre de tarifa é curta e fica lotada.
Outro passeio a ser feito no mesmo dia é pela simpática Santa Margherita. Almoçar a beira mar ou jantar ao por do sol são ótimas opções.
Também na Ligúria está um local considerado belíssimo pelas paisagens naturais e urbanísticas e pelas vistas deslumbrantes. Trata-se do Cinque Terre. Infelizmente, não tive tempo de visitar. Fica para a próxima.
De Gênova, parti para Milão, que fica em outra província, a Lombardia. Se seu negócio é fazer turismo durante o dia, por pontos históricos, uma noite na cidade resolve. Há o Duomo e as ruas do mundo da moda, basicamente.
Se você gosta de restaurantes estrelados e muita badalação noturna, fique mais. Milão, capital da moda, é cosmopolita e vibrante. Suas atrações noturnas lembram muito as de São Paulo.
Partindo de Milão, pare no Lago Como. Se for uma viagem romântica, vale a pena passar a noite no luxuoso hotel Villa D’Este. Por lá, também no fim de maio, ocorre o mais importante encontro de carros clássicos da Europa.
A Itália então é deixada para trás e, na Suíça italiana, a primeira parada obrigatória é a cidade de Lugano. Entre os programas estão visita ao centro histórico e passeio de barco pelo lago.
A paisagem então vai mudando; a Suíça “italiana” vai dando lugar à “alemã”. A temperatura cai e as montanhas começam a dominar as paisagens. São os alpes suíços.
A rodovia, até então de mão dupla e sem emoção nenhuma, transforma-se em uma via simples, cheia de curvas travadas. Mas, cuidado: nesse trecho, a velocidade máxima permitida é de 100 km/h. E desrespeitar o limite, na Suíça, resulta em apreensão do veículo.
Para visitar, esse trecho é mais interessante no inverno, pois há diversas estações de esqui no trajeto – inclusive a famosa Saint Moritz.
O país seguinte é a Áustria, mas em uma região não muito interessante, e por apenas 50 quilômetros. Há algumas cidadezinhas a beira de um lago. Vale parar para tomar um café e tirar uma foto.
E, então, chega-se à Alemanha. A região da viagem é o sul do país, passando pelos alpes alemães. Por ali há, por exemplo, a estação de esqui de Elmau.
Porém, o mais interessante mesmo no trecho de quase 200 km de estradas alemãs, até Munique, é poder acelerar o carro sem medo de levar multa. Na Alemanha, há trechos de rodovias sem limite de velocidade. Mais: não há nem cobrança de pedágio. Lindo, não?
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