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CNH: pode usar boné, hábito e turbante na foto do documento?
Legislação

CNH: pode usar boné, hábito e turbante na foto do documento?

Resolução do Contran exige uma boa visualização do rosto do condutor na CNH; mas não há leis que proíbem vestimentas e acessórios

Jady Peroni

16 de fev, 2024 · 5 minutos de leitura.

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CNH
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Crédito:Detran/Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento para o uso de trajes religiosos que cubram a cabeça ou parte do rosto em fotos de documentos oficiais. Como é o caso do RG e da CNH, por exemplo. O caso teve origem por volta de 2019. Na época, o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma ação contra o Detran do Paraná, que proibiu uma freira de utilizar o hábito religioso na foto de renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

De acordo com o levantamento do MPF, a foto da carteira anterior foi feita com a utilização do traje. Inicialmente, a Justiça Federal julgou o pedido como procedente. Dessa forma, está em andamento. O relator e presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, comentou a intolerância religiosa não é característica do povo brasileiro. “Nunca foi e não pode passar a ser. Portanto, o Poder Judiciário brasileiro rejeita todo tipo de animosidade de natureza religiosa”. 



Epitácio Pessoa/Estadão
Epitácio Pessoa/Estadão

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Seja como for, a União e o Departamento de Trânsito do Estado do Paraná (Detran/PR) entraram com o um recurso. Atualmente, não há nenhuma lei que estabeleça a proibição de vestimentas ou acessórios. Apenas uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que faz exigências para que o rosto do condutor fique claro na imagem. O julgamento, de acordo com o STF, foi suspenso para avaliação. Mas voltará em data indefinida.

O que é exigido na foto da CNH?

Segundo a resolução do Contran, o rosto do condutor deve estar claro na imagem do documento para possibilitar o reconhecimento. Para isso, o órgão solicita para que o cabelo não esteja no rosto, por exemplo. Além disso, exige não utilizar bonés, gorros e chapéus que possam cobrir parte da face, bem como causar algum tipo de sombra.

Entretanto, existem algumas exceções. Esse é o caso, por exemplo, do hijab (vestimenta tradicional das mulheres muçulmanas). Além disso, outros tipos de vestuários como hábitos, o véu islâmico e turbantes, por exemplo, costumam não ser proibidos. Afinal, são de natureza e prática religiosa. Seja como for, as exigências podem variar pela falta de especificação na lei.


No geral, a recomendação é evitar alguns acessórios. Óculos escuros, bem brincos e colares chamativos, gorros e chapéus devem ser evitados. Entretanto, o condutor pode utilizar óculos de grau, caso não faça reflexo, e outros acessórios mais discretos. Em termos de expressão, não há lei que proíba o sorriso. Mas não é recomendável muitas expressões.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.