Você está lendo...
Deputados querem obrigar montadoras a manter carros no mercado por dez anos
Notícias

Deputados querem obrigar montadoras a manter carros no mercado por dez anos

Proposta também afirma que alterações de ano-modelo nos veículos prejudicam o consumidor e servem apenas para aumentar custo

Redação

07 de jul, 2017 · 3 minutos de leitura.

Publicidade

Crédito:Marcos de Paula/Estadão

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que proíbe que as montadoras façam mudanças técnicas e estéticas nos automóveis por até um ano depois de eles terem chegado ao mercado.

A peça impõe, ainda, que só será possível alterar a codificação de ano-modelo “mediante relevante inovação técnica, estética ou mecânica no automóvel ou motocicleta”. A justificativa do projeto, que possui como relator o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), seria o fato de que o consumidor sai prejudicado no atual calendário de lançamentos. “Os consumidores brasileiros são frequentemente surpreendidos por uma rápida desvalorização de seus bens, à medida que são lançados novos modelos no mercado em um prazo muito exíguo em relação ao modelo anterior”, afirmou Lopes. Segundo o projeto do parlamentar, os modelos só poderão ser atualizados a partir do mês de setembro de cada ano, e não no mês de janeiro.

Lopes também incluiu no relatório um projeto de lei proposto pelo ex-deputado Inocêncio Oliveira. Elaborado em 2003, o texto obriga as montadoras a manterem um modelo lançado no mercado por pelo menos dez anos, bem como a manutenção e a oferta de peças para os veículos. Agora, o projeto de lei deverá passar pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Publicidade


Atualmente, segundo o Código de Defesa do Consumidor, os fabricantes devem garantir peças de reposição durante um “tempo razoável” no mercado de pós-venda, o que torna nebuloso o entendimento quanto ao período de manutenção de peças para carros que já saíram de linha.

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”