Primeira Classe

Carros que estão perdendo espaço em 2018

No grupo dos modelos que perderam participação em 2018, um dos destaques é o novo Ford EcoSport

Rafaela Borges

13 de mar, 2018 · 8 minutos de leitura.

Novo Ford EcoSport" >
Novo Ford EcoSport
Crédito: Mudanças não conseguiram impulsionar a participação de mercado do carro (Foto: Felipe Rau/Estadão)

O primeiro bimestre deixou um sinal de alerta para alguns carros à venda no Brasil. Modelos que faziam sucesso há pouquíssimo tempo parecem estar perdendo espaço. Desse grupo, um dos casos que dá a impressão de ser o mais grave é o do novo Ford EcoSport.

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O novo Ford EcoSport, ex-líder, mudou no ano passado. Porém, ainda não reagiu quando o assunto é participação de mercado.

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Outro que tem situação preocupante é o Renault Sandero. O hatch vem caindo em vendas desde o ano passado.

Há, porém, casos que podem ser apenas pontuais. Os próximos meses dirão se esses modelos vão se recuperar, ou se estão mesmo perdendo espaço para a concorrência.

 


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Desse grupo, fazem parte Argo, Mobi, Creta, Civic e Q3. Abaixo, veja as razões que podem estar levando cada um deles a perder participação no primeiro bimestre.


NOVO FORD ECOSPORT

Pioneiro no segmento de SUVs compactos, o novo Ford EcoSport perdeu a liderança da categoria em 2015. Naquele ano, chegaram HR-V e Renegade. Depois, vieram outros concorrentes, como Kicks e Creta, só para citar os mais famosos.

É natural, portanto, que novo Ford EcoSport tenha perdido espaço. O problema é que o modelo não está conseguindo se recuperar.


No segundo semestre do ano passado, chegou o novo Ford EcoSport. O modelo recebeu reestilização, ganhou tecnologia e novos motores. Além disso, abandonou o polêmico câmbio Powershift.

O preço, que sempre foi competitivo, continuou atraente. Porém, ao menos nos primeiros meses, essas modificações não surtiram efeito. O novo Ford EcoSport não emplacou.

Em dezembro de 2016, por exemplo, ele era o terceiro SUV mais vendido do Brasil. No primeiro bimestre de 2018, caiu para a quinta posição. Agora, ele está brigando com o Tracker pelo quinto posto do segmento, de acordo pela Fenabrave, federação das concessionárias.


A chegada do Creta e o crescimento do Kicks contribuíram para a queda do novo Ford EcoSport. Além disso, apesar de renovado, trata-se de um modelo lançado em 2003. Ele já mudou de geração, claro, mas o público gosta de novidades – leia-se modelos inéditos.

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Surgiram SUVs mais novos e atraentes, principalmente no quesito espaço. Porém, acredito que, pela reputação que já conquistou no mercado, o EcoSport ainda pode voltar a brigar com os líderes (ou ao menos pela terceira posição). É um excelente produto. A conferir.


SANDERO

Ele sempre foi o hatch compacto racional. No ano passado, parecia estar em plena ascensão, chegando a aparecer como quarto modelo mais vendido do País. Mas aí veio o Kwid, e tudo mudou.

Com a chegada do hatch menor, o Sandero saiu da lista dos dez mais vendidos. E não voltou mais. Mesmo com o período de “baixa” pelo qual passou o Kwid.

Em meu ponto de vista, a chegada do Polo também prejudicou o Sandero. Afinal, são modelos de mesmo porte, embora, no geral, mais caros.


No primeiro bimestre de 2018, o Sandero foi apenas o 20º carro mais emplacado do País.

ARGO

Lançado no ano passado, o Argo demorou a chegar no “top 10”. Porém, nos últimos meses de 2017, conseguiu.

No entanto, o Fiat parece ser o modelo que mais sofre os efeitos do sucesso do Polo. O VW é, este ano, o quarto carro mais vendido do País.


O Argo, por sua vez, caiu para a 12ª posição em fevereiro. No primeiro bimestre, porém, ainda conseguiu manter a oitava colocação, o que pode ser um bom sinal.

MOBI

Assim como o Argo, ele demorou a entrar no “top 10”. Depois, se consolidou nesse grupo. Porém, é uma das maiores vítimas do sucesso do Kwid, do qual é rival direto.


O Kwid se recuperou em fevereiro. Após meses de baixa, foi o quinto carro mais emplacado do País. O Mobi, em contrapartida, caiu para o 14º lugar. No bimestre, é 11º.

Q3

Após liderar o segmento de SUVs de luxo em 2016, e ocupar essa posição durante a maior parte de 2017, o Q3 despencou.

No primeiro bimestre, somou apenas 260 emplacamentos. Enquanto isso, o GLA ficou com mais de 500 e o X1, com quase 600.


Porém, no segmento de luxo, com volumes baixos, virar o jogo é mais fácil.

CIVIC

A ameaça que o Cruze representou ao Civic desde a chegada das novas gerações dos dois carros ficou mais séria no primeiro bimestre de 2018. O Chevrolet ultrapassou o Honda.

Leia aqui todos os detalhes sobre a disputa entre Civic e Cruze.


CRETA

O sinal de alerta disparou para aquele que é um dos queridinhos do Brasil. Lançado em 2017, o Creta logo caiu no gosto do povo e chegou a figurar no primeiro lugar no ranking de vendas de SUVs compactos.

Porém, há dois meses seguidos, aparece atrás do Kicks. O HR-V continua firme na primeira posição.

A disputa entre Creta e Kicks promete ser uma das mais interessantes do ano.


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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.