Primeira Classe

O sedã que bombou e o hatch que despencou

Na lista dos 20 carros mais vendidos em maio, novo Kwid é um dos que sofreram a maior baixa. Já o Virtus passa pelo melhor momento em sua escalada

Rafaela Borges

27 de mai, 2018 · 7 minutos de leitura.

Novo Kwid" >
Novo Kwid
Crédito: Hatch da Renault é apenas o 15º mais emplacado em maio (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

A vida no novo Kwid tem sido cheia de altos e baixos. O modelo estreou em setembro do ano passado com um avassalador segundo lugar no ranking de vendas.

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Em seguida, no entanto, a Renault anunciou recall de todas as unidades já produzidas até ali. Com isso, houve problemas de entrega, e o carro começou a despencar no ranking.

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A partir do início deste ano, o novo Kwid voltou a se destacar. Em maio, porém, volta a sofrer uma ampla baixa: é um dos carros que, na lista dos 20 mais vendidos, mais perderam posições no ranking.

 

 


Na contramão do novo Kwid, o Virtus, lançado em fevereiro, continua sua escalada rumo ao topo do ranking de sedãs compactos. E também da lista dos dez carros mais vendidos do Brasil.

Em maio, o Virtus vem registrando seu melhor desempenho até agora.

 


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Novo Kwid e a queda

O novo Kwid voltou à lista dos dez mais emplacados em alto estilo. Em março e abril, ele havia sido o quinto carro mais emplacado do Brasil.


Já havia possibilidade de, em breve, começar a ameaçar Polo e Prisma no acumulado do ano. Maio, porém, vai ser um banho de água fria nas pretensões do Renault.

Do quinto lugar, o novo Kwid despencou para a 15ª posição do ranking. Isso no período de 1º a 25 de maio.

O modelo, porém, não deve ir muito além dessa posição. Isso porque faltam apenas três dias de emplacamentos para o encerramento do mês (28, 29 e 30).


O novo Kwid tem, no período, 3.686 emplacamentos. Não sofre ameaça do 16º colocado, o Mobi, que está mais de 200 unidades atrás (tem 3.461 unidades vendidas).

Já em relação ao 14º colocado, a Saveiro, o Kwid está um pouco mais próximo. A Volkswagen tem 3.750 emplacamentos.

Dá para descontar essas 64 unidades? Em condições normais, seria até fácil. Porém, há a greve dos caminhoneiros, que está causando problemas de abastecimento e logísticos no País. A tendência é que ela afete o ritmo de emplacamentos nos próximos três dias.


O Virtus (veja mais abaixo), talvez, o Kwid pode até alcançar. Daí para frente, a vantagem dos demais modelos já é muito ampla para ser descontada.

Problemas de entrega?

Da lista dos 20 mais emplacados, apenas um modelo perdeu tantas posições quanto o novo Kwid. Trata-se do “irmão” Sandero. Ele foi da oitava posição em abril para a 18º de 1º a 25 de maio, quando teve 3.170 unidades vendidas.

O Sandero tinha obtido um mês atípico em abril. Ele conseguiu vendas muito fortes no atacado, que impulsionaram seus emplacamentos. Isso porque, nos meses anteriores, o hatch já estava fora do “top 10”.


Esse não é o caso do Kwid. Nas concessionárias, ainda há espera pelo carrinho, que é um dos mais baratos do Brasil. Pode estar havendo problemas de entrega da Renault novamente? Sim, essa é uma possibilidade. Certamente, a queda do novo Kwid não é resultado de desinteresse do público.

No início do ano, a Renault havia anunciado uma produção extra (de 10 mil exemplares) para suprir a demanda. Essas unidades já podem ter se esgotado, gerando novamente queda nas entregas. Ou seja: o Kwid, como o Creta e outros modelos da Hyundai, pode ter problema de produção limitada.

A escalada do Virtus

De 1º a 25 de maio, o Virtus é o 13º carro mais vendido do País. Se essa colocação se confirmar, será a melhor já obtida pelo sedã desde seu lançamento, em fevereiro.


Em abril, ele havia entrado na lista dos 20 mais vendidos, com a 18ª posição. A escalada do Virtus rumo ao “top 10” tem sido persistente e gradual.

Claro que não dá para dizer que ela é tão avassaladora quanto a do Polo, com o qual compartilha plataforma. O hatch praticamente já estreou na lista dos dez mais vendidos.

Porém, o segmento de sedãs compactos não é tão popular quanto o de hatches. Assim, mais do que a aproximação do “top 10”, a melhor notícia para o Virtus é que, cada vez mais, ele se concretiza como segundo sedã compacto mais vendido do Brasil.


Em maio, com um ingrediente extra: o modelo ensaia uma aproximação do Prisma. Isso porque o Chevrolet, líder da categoria, vem registrando queda no ranking deste mês.

O Prisma, oitavo colocado, somou de 1º a 25 de maio 4.466 emplacamentos. O Virtus tem 3.798 unidades vendidas no período.

 


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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.