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Honda Fit encara Chevrolet Spin em briga de familiares completos
Comparativo

Honda Fit encara Chevrolet Spin em briga de familiares completos

Reestilizados, Honda Fit e Chevrolet Spin fazem disputa de modelos familiares em versões topo de linha EXL e LTZ

José Antonio Leme

01 de mai, 2019 · 9 minutos de leitura.

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HONDA FIT x CHEVROLET SPIN
Crédito:FELIPE RAU/ESTADÃO

O segmento de carros familiares no Brasil praticamente se resume aos SUVs. Para quem pretende fugir à regra, há a minivan Chevrolet Spin e o monovolume Honda Fit. Eles foram renovados recentemente e são opções bastante interessantes.

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Neste comparativo de versões de topo, se deu melhor o Fit EXL (R$ 83.300), que tem lista de equipamentos mais ampla e dirigibilidade e acabamento melhores. A favor da Spin LTZ (R$ 86.590) há o câmbio de respostas mais ágeis, a opção de sete lugares e mais espaço no porta-malas.

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O Honda tem motor 1.5 flexível de até 116 cv e 15,3 mkgf e câmbio automático do tipo CVT, que simula sete marchas. A Chevrolet traz um 1.8 bicombustível de até 111 cv e 17,7 mkgf e transmissão automática de seis velocidades.

A Spin tem desempenho um pouco melhor porque o torque máximo , mais alto, é entregue a 2.600 rpm, ante os 4.800 rpm do Honda só a 4.800 rpm. Isso deixa o modelo da Chevrolet mais ágil em arrancadas e retomadas de velocidade.

O câmbio da Spin faz trocas mais rápidas no modo automático ou manual (nesse caso, as mudanças são por botão na alavanca, solução ruim de usar). Já o Fit oferece aletas atrás do volante, um sistema bem mais prático. Porém, o CVT é mais lento e exige alguma paciência nas retomadas.


 

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A dirigibilidade do Honda, que é mais próximo ao chão, é melhor, assim coma direção mais direta. Na Chevrolet, ela é anestesiada e mais lenta. A posição de guiar também é melhor no Fit. O ajuste de banco permite ao motorista ficar mais próximo ao assoalho, o que é confortável para quem é alto.

Na Spin, mesmo com o banco na posição mais baixa, o condutor fica elevado e a cabeça de quem tem mais de 1,80 metro se aproxima do teto. A suspensão agrada em ambos, mas a do Honda é mais firme e não deixa a carroceria balançar muito em curvas. Por ser mais alta e ter acerto sistema com acerto mais mole, a Chevrolet tende a rolar mais.


Honda Fit tem bom pacote de segurança

O Fit não oferece sete lugares e seu porta-malas é menor que o da Spin (quando há apenas cinco pessoas a bordo). Porém, a lista de equipamentos, especialmente os voltados à segurança, é mais caprichada.

De série há seis air bags, controles de tração e estabilidade, faróis de LEDs, ar-condicionado digital e volante com ajuste de profundidade e altura e aletas para trocas de marcha. A Spin só tem os dois air bags obrigatórios por lei e não traz controles eletrônicos, mas oferece acendimento automático dos faróis, sensor de pressão dos pneus e o sistema de rastreamento e concierge OnStar.


Os dois modelos têm câmera atrás e controle de velocidade de cruzeiro. Vêm também com central multimídia com integração a Android Auto e Apple CarPlay. A do carro da Chevrolet é bem mais prática, ágil e com uma interface mais agradável que a do Honda. E por falar em usabilidade, na Spin há porta-objetos maiores e mais abundantes que no rival.

FELIPE RAU/ESTADÃO

O painel analógico do Fit oferece melhor visualização, mas a tela digital do computador de bordo da Spin é melhor. Nesse quesito, há um empate.


Por dentro, o acabamento do Honda é melhor. O painel e os puxadores de porta são de couro e há um acolchoado que deixa o toque suave. Na Spin, o couro marrom dos bancos e a faixa do painel na mesma cor ajudam a dar mais requinte para a versão de topo. Ainda assim é perceptível a qualidade inferior.

O espaço é bom para quatro adultos no Fit. A Chevrolet leva o quinto com mais conforto. A terceira fila da Spin serve apenas a crianças. Os bancos podem ser rebatidos ou retirados.
No quesito porta-malas, o do Fit tem 363 litros e da Chevrolet varia de 553 litros (com cinco pessoas) a 162 l (com sete).

O visual da Spin melhorou muito com a reestilização de meia vida, mas ainda carece de detalhes para ter mais personalidade. Já o Fit traz linhas modernas e os vincos na carroceria dão um aspecto mais jovial.


OPINIÃO: Spin só pela razão

Remanescentes do segmento de monovolumes, que tais como as peruas perderam a relevância no Brasil, são funcionais e práticos, mas não atendem o lado emocional do consumidor. A Spin apela fortemente para o custo-benefício de quem está interessado em um carro com sete lugares. É o único abaixo da casa dos R$ 100 mil a ter essa solução.

A minivan da Chevrolet ganha o cliente pelo lado racional, com muita praticidade no uso diário. O Fit, além de ser mais seguro, com eletrônica e três vezes mais air bags, tem ainda acabamento de melhor qualidade e um visual que agrada mais quem busca espaço mas não abre mão de ter um carro bonito.


Se os sete lugares não são uma necessidade, dificilmente você vai optar pela Spin ante o Fit, que, apesar de ter menos espaço, oferece um interior funcional para carregar todo tipo de coisa. Para ficar melhor, só falta uma calibragem do câmbio CVT que deixe o deixe mais esperto.

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Jornal do Carro
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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”