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Volkswagen Golf deixa de ser vendido no Brasil após 27 anos
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Volkswagen Golf deixa de ser vendido no Brasil após 27 anos

Produzido no Paraná por quase duas décadas, o Volkswagen Golf foi um sonho de consumo, mas perdeu espaço nos últimos anos para os SUVs

Diogo de Oliveira, Especial para o Estado

16 de dez, 2020 · 6 minutos de leitura.

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Volkswagen Golf GTE
Crédito:Volkswagen/Divulgação

A Volkswagen não comercializa mais o Golf no Brasil. Após 27 anos à venda no país, o hatch médio não aparece mais no configurador do site brasileiro da marca alemã. E, a princípio, não tem prazo para voltar.

A última fornada veio importada: o híbrido Golf GTE. Com apenas 99 unidades disponíveis, a configuração chegou no fim de 2019 por salgados R$ 199.990. E com a nova geração a ser lançada para os europeus.

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SUVs sepultaram o Golf no Brasil

A última década foi dura com o Golf e os rivais, como o Ford Focus. A guinada dos SUVs e a proximidade de preços atingiram em cheio os hatches médios. Dessa maneira, a categoria perdeu competidores. E o Golf é o penúltimo a apagar os faróis – só resta o Chevrolet Cruze Sport6.

Na gama da marca, o hatch médio sai de cena e abre espaço para a chegada do SUV Taos. O novo utilitário da Volkswagen chega ao Brasil entre abril e maio de 2021 para desafiar o Jeep Compass, que foi o SUV mais vendido por três anos consecutivos (2016, 2017 e 2018) – e continua no pódio.

A montadora está focada na sua “ofensiva SUV”. Bem como está tocando o projeto da nova picape Tarok. Curiosamente, os dois modelos – Taos e Tarok – utilizarão a mesma plataforma MQB-A do Golf. A 7ª geração do hatch foi um dos primeiros veículos a nascer da base modular.


Volkswagen Golf de 4ª geração (VW/Divulgação)

Trajetória de sucesso

Importado pela primeira vez em 1994, o Volkswagen Golf imediatamente caiu no gosto dos brasileiros. O modelo de 3ª geração desembarcou do México a princípio na icônica versão esportiva GTI.

Em 1997, a montadora apresentou a 4ª geração do hatch na Europa. E o novo Golf IV não demorou a chegar aqui. Com a demanda crescente, a Volkswagen logo depois resolveu produzir o modelo no Brasil, a partir de 1998, na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná.


Os anos seguintes foram de sucesso. Contudo, em 2007, a montadora promoveu uma reestilização no Golf brasileiro. E a mudança não pegou bem. O modelo europeu tinha acabado de ganhar a 5ª geração. Por causa disso, o nacional acabou sendo chamado de “Golf 4,5” pela imprensa.

Com preços competitivos e bom volume, o hatch médio ficou em linha sem trocar de geração até 2013. Todavia, àquela altura a Europa já tinha a 6ª geração. Foi quando a montadora, então, decidiu apostar novamente no modelo. E trouxe o Golf VII ao Brasil naquele mesmo ano.


A 7ª geração desembarcou no final de 2013, importada da Alemanha, colocando fim ao hiato. No ano seguinte, passou a vir do México. A nacionalização chegou em 2015, na fábrica paranaense de São José dos Pinhais. Entretanto, o Brasil estava em crise econômica.

Novo Volkswagen Golf GTE de 8ª geração (VW/Divulgação)

Carro de nicho

Com sucessivas quedas nas vendas, o VW Golf seguiu firme até meados de 2019, quando a marca decidiu, então, encerrar a produção local. Logo após o fim da linha nacional, o híbrido GTE foi importado. E da mesma forma a eletrificação pode ser o caminho de volta para o hatch médio no futuro.


Até nos mercados mais ricos o Golf vem perdendo espaço para os SUVs. Assim, a tendência é que o tradicional hatch se torne cada vez mais um carro de nicho. Se voltar ao Brasil, o que pode acontecer já em 2021, a 8ª geração do Golf virá de novo na versão híbrida plug-in GTE.



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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”