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Presidente da Toyota reclama de impostos e cobra equilíbrio fiscal
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Presidente da Toyota reclama de impostos e cobra equilíbrio fiscal

Para o chefe da Toyota brasileira, é urgente adotar uma carga tributária mais justa e promover o equilíbrio fiscal entre as montadoras

Diogo de Oliveira, Especial para o Estado

05 de fev, 2021 · 4 minutos de leitura.

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suv do corolla
Toyota prepara o lançamento do inédito Corolla Cross, seu primeiro SUV produzido no Brasil
Crédito:Toyota/Divulgação

A Toyota vai concluir em breve o ciclo de investimentos de R$ 1 bilhão na fábrica de Sorocaba, no interior paulista. Assim, a unidade começará a produzir o Corolla Cross, primeiro SUV nacional da marca. Entretanto, a japonesa sinaliza preocupação com o momento do Brasil, ainda envolto de incertezas econômicas e políticas.

Por isso, o presidente da Toyota brasileira, Rafael Chang, cobrou uma carga tributária mais justa. Bem como um maior equilíbrio fiscal na indústria. “Precisamos de condições mais equilibradas e justas, inclusive tributárias”, afirmou Chang. Além de impostos, o executivo refere-se aos benefícios fiscais concedidos a outras montadoras.

Toyota Corolla Cross
Toyota/Divulgação

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Projeção menor de crescimento

Com a chegada do Corolla Cross, a Toyota projetava um crescimento de 38% nas vendas para 2021. Entretanto, após um início de ano ruim, a japonesa refez as contas. E prevê crescer 25% nos emplacamentos. Assim, passará das 134 mil unidades de 2020 para cerca de 170 mil carros.

“Uma agenda de competitividade se faz mais do que necessária neste momento. Em curto e médio prazos, vai possibilitar atrair novos investimentos. E, assim, gerar mais empregos e renda, tão necessários ao desenvolvimento do País”, disse Rafael Chang.



O executivo lembrou das recentes decisões de Ford e Mercedes-Benz, que fecharam fábricas no país. “Vimos importantes empresas do nosso setor deixarem de produzir no Brasil. Estamos sempre abertos ao diálogo e prontos para compartilhar valor e soluções em conjunto”, ressaltou Chang.


No fim de 2020, a Toyota criticou publicamente a renovação dos benefícios fiscais para fábricas do centro-oeste do Brasil. Neste caso, o Grupo Caoa, com unidade em Anápolis, Goiás. E a HPE Automotores, que representa Mitsubishi Motors e da Suzuki Veículos, com instalações em Catalão.

Para a japonesa, a medida traz desequilíbrio à indústria.

Toyota Etios
Toyota/Divulgação

Entra Corolla Cross, sai linha Etios

O Corolla Cross vai chegar às lojas em março para concorrer com o Jeep Compass, atual campeão da categoria. Dessa maneira, a Toyota vai aposentar a linha Etios após quase nove anos. Da mesma forma, vai reposicionar o Yaris como opção de entrada.

O Corolla Cross deverá ter preço inicial próximo de R$ 130 mil. E chegará antes de outro arquirrival, o Volkswagen Taos, que estreia em abril.


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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”