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Audi na tomada: marca alemã de luxo só lançará carros elétricos a partir de 2026
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Audi na tomada: marca alemã de luxo só lançará carros elétricos a partir de 2026

Enquanto as rivais alemãs BMW e Mercedes-Benz adotam cautela, CEO Markus Duesmann classifica projeto da Audi como “ambicioso" e "decisivo”

Redação, Com Ítalo Cosme, Especial para o Jornal do Carro

25 de jun, 2021 · 7 minutos de leitura.

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Audi carros elétricos
Audi vai partir para a eletrificação total e anuncia que só lançará carros elétricos a partir de 2026
Crédito:Audi/Divulgação

A Audi anunciou esta semana que vai eliminar gradualmente a produção de motores de combustão interna até 2033. Assim, a meta da marca das quatro argolas é, a partir de 2026, lançar no mercado global apenas carros exclusivamente elétricos. A ambiciosa estratégia estipula ainda o ano de 2050 como “limite” para, então, zerar as emissões de carbono.

Nesse sentido, em 2021, a montadora já lançou mais modelos elétricos do que com motores a combustão interna. Entre eles e-tron GT, RS e-tron GT, Q4 e-tron e Q4 Sportback e-tron. Dessa forma, a Audi prevê a produção da última formada de carros com motores tradicionais daqui a apenas quatro anos. Ou seja, já em 2025.

Depois disso, por uma demanda da China, a marca de luxo do grupo Volkswagen continuará, portanto, fornecendo carros com motores a combustão fabricados localmente no país. Apesar disso, a companhia reforça que vai expandir a gama de veículos sustentáveis.

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Audi carros elétricos
Audi/Divulgação

Estratégia “decisiva” para alcançar a Tesla

Na Conferência do Clima de Berlim, o CEO Markus Duesmann afirmou que a Audi está pronta para migrar à era elétrica. E classificou, assim, o projeto como “decisivo” e “poderoso”. “O momento exato da descontinuação do motor de combustão na Audi será, em última análise, decidido pelos clientes. E pela legislação”, pontuou o CEO.

Entretanto, não é novidade que as marcas tradicionais estão correndo para alcançar a Tesla, que rapidamente se tornou uma das montadoras mais valiosas do mundo, justamente por produzir modelos elétricos. Ou seja, com a mudança de direção, a Audi pretende se aproximar cada vez mais da rival com sede na Califórnia (EUA).


Com a eletrificação no horizonte, a Audi reconhece a necessidade de ampliar a infraestrutura de carregamento. Assim como a necessidade de buscar por fontes de energia renováveis para o avanço da mobilidade elétrica. Recentemente, o chefe da Volkswagen no Brasil, Pablo Di Si, indicou que a montadora estuda o carro elétrico movido a etanol.



Modelos atuais vão evoluir

Embora vários dos carros atuais da Audi tenham sido projetados para usar motores a combustão, a marca alemã destaca que continuará melhorando as gerações já existentes. Até alcançar maior eficiência dos veículos. “O último motor de combustão interna da Audi será o melhor que já construímos”, promete o CEO Markus Duesmann.

Entretanto, o chefe da Audi não detalhou como será a evolução dos novos produtos. Bem como não especificou quando iniciará a desativação do motor a combustão nas Américas, o que incluí o Brasil.


Marca já tem elétricos no Brasil

No fim de maio, a Audi lançou no Brasil dois modelos totalmente elétricos de uma só vez. Depois de estrearem na Europa, Audi RS e-tron GT (o carro do Homem de Ferro nas telonas) e Audi e-tron S Sportback estão em pré-venda no Brasil. As entregas, assim, começam em setembro.

Com 646 cv de potência e a mesma plataforma do Porsche Taycan, o supercarro RS e-tron GT custa nada menos que R$ 949.990. Segundo a Audi, a aceleração de zero a 100 km/h leva só 3,3 segundos.

O e-tron S Sportback (R$ 799.999 na pré-venda) também não fica para trás. São 4,5 segundos da inércia aos 100 km/h. E velocidade máxima de 210 km/h. O modelo tem o maior torque de um Audi feito em série: são incríveis 99,2 mkgf. Já a bateria de alta tensão tem capacidade de 95 kWh e garante até 380 km de autonomia.


BMW e Mercedes mais cautelosas

Enquanto a Audi dá um passo enorme na eletrificação, marcas rivais alemãs adotam planejamento mais cauteloso. A Mercedes-Benz, por exemplo, sinalizou a mudança elétrica nos automóveis, mas não estabeleceu um prazo para a migração. Da mesma maneira, a BMW vislumbra que metade de suas vendas globais sejam de modelos totalmente elétricos até 2030.

Recentemente, a Toyota também se manifestou sobre a corrida para a eletrificação na indústria. Um executivo da marca japonesa disse que a montadora vê disputa entre combustíveis até 2050.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”