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Impressões: Novo Hyundai Creta tem bom fôlego com motor 1.0 turbo flex
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Impressões: Novo Hyundai Creta tem bom fôlego com motor 1.0 turbo flex

Novo Creta adota motor 1.0 turbo do HB20 com 120 cv e 17,5 mkgf de torque, que é entregue cedo e rende agilidade ao SUV com câmbio automático

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

29 de ago, 2021 · 9 minutos de leitura.

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Black Friday
Novo Hyundai Creta enfim adota o motor 1.0 turbo flexível de 120 cv da família HB20
Crédito:Vagner Aquino/Estadão

Foi em 2017 que a Hyundai resolveu apostar no segmento mais rentável do Brasil: o de SUVs. Para isso, readequou a fábrica de Piracicaba (SP) e passou a montar o Creta ao lado do HB20. O utilitário logo se tornou um sucesso e, já em 2018, foi o SUV compacto mais emplacado, superando Honda HR-V e Jeep Renegade, que, até então, eram os mais vendidos.

Agora, o Creta finalmente chega à segunda geração no Brasil, com algum atraso, como de costume, já que, na Ásia, o SUV é vendido nesta nova linha desde 2019. Mas, apesar de a Hyundai chamar de uma nova geração, o modelo mantém a plataforma utilizada desde 2017. A arquitetura é a mesma do sedã médio Elantra, e traz apenas aprimoramentos, tal como foi feito na renovação do HB20, também em 2019.

A base do Elantra garantiu, por exemplo, a oferta o motor 2.0 16V naturalmente aspirado, que continua em linha no novo Creta – e até ganhou uma reforma, entregando agora 167 cv. Por outro lado, o SUV compacto, em termos de acabamento e estilo, estava mais para um HB20. Ou seja, faltava um pouco mais de requinte a bordo.

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Hyundai Creta
Vagner Aquino/Estadão

Agora, a proposta é outra, até porque o Creta subiu de nível – e de preços, com tabela de R$ 107 mil até R$ 147 mil. Por isso, a nova geração do SUV da marca sul-coreana aposta justamente na sofisticação, entregando lista de equipamentos de alta tecnologia, além de conteúdos modernos, como a multimídia de 10 polegadas conectada à internet e o serviço BlueLink.

Outro ponto importante no novo Creta é o visual exterior. O modelo mantém o estilo das versões asiáticas, com algumas exclusividades para o Brasil. O design é arrojado e tem forte personalidade. Os faróis – divididos em duas partes – e as lanternas traseiras, com quatro pontos de iluminação, são os destaques. Mas o design divide opiniões.


Na pista

Se o estilo pode ser de gosto duvidoso, a mecânica promete agradar. Ela traz o motor 1.0 turbo de três cilindros, que, enfim, chega ao Creta. Assim como no HB20, o propulsor gera 120 cv de potência. Para provar do que o SUV é capaz, a Hyundai convidou a imprensa para um primeiro test-drive em pista fechada, no interior de São Paulo. Sobre o asfalto cheio de curvas e subidas, dá para dizer que o utilitário foi bem.

Hyundai Creta
Vagner Aquino/Estadão

Embora estejamos falando de uma pista (ou seja, asfalto com boa qualidade), em termos de suspensão, o Creta se mostrou confortável. Nem macio demais, nem rústico. Como em todo SUV, por ser mais alto, a carroceria joga um pouco nas curvas. Mas está longe de transmitir insegurança. Nesse sentido, aliás, atuam os controles de estabilidade e de tração, para conter qualquer escapada.


Direção

A direção elétrica tem leveza na medida certa. Seu comportamento, aliás, pode ser modificado. Basta pressionar um botão no console que os modos Sport, Normal, Smart e Eco se encarregam de adequar as características “ao gosto do freguês”. Mudam, assim, aceleração e ajustes do câmbio. Por falar nisso, a transmissão automática de seis velocidades (única opção, independente da motorização do Creta) fez um bom casamento com o motor 1.0 turbo. As trocas são suaves.

Entretanto, quando há abuso do acelerador, o giro sobe e o berro é alto. Afinal, como já deu para notar, esportividade não é a proposta do Creta, mesmo com o volante de base reta.

Creta
Hyundai/Divulgação

Com 17,5 mkgf de torque, o Creta entrega força total a breves 1.500 rpm. É esperto o suficiente para bater o antigo 1.6 – que, aliás, se mantém no modelo atual, ainda disponível na versão 2022 como opção de entrada por R$ 96.490. Ainda em desempenho, o motor enche rápido, graças aos méritos do downsizing. Por outro lado, o tricilíndrico é mais vibrante. Para complicar, o Creta sequer tem manta acústica na tampa do motor.

Dentre os equipamentos, destaque para o painel de instrumentos com tela digital de 7 polegadas. Nela, são exibidas imagens externas quando a seta é acionada. No mais, o novo Creta traz a central multimídia com tela de 10,25″ (levemente voltada ao motorista), freio de estacionamento por botão, teto solar panorâmico elétrico (item inédito no SUV) e a ventilação para o banco do motorista. Pelo conjunto, a Hyundai pede R$ 135.490.

Hyundai Creta
Vagner Aquino/Estadão

Degrau acima

Aos consumidores que ainda torcem o nariz para os motores menores, a Hyundai mantém o propulsor 2.0 flexível na gama, mas a versão deve ter apenas 10% da clientela. O aspirado equipa a versão topo de linha (Ultimate, de R$ 146.990) e foi recalibrado, gerando, agora, 1 cv a mais. No total, desenvolve 167 cv de potência.

De acordo com a engenharia da marca, são 8% a mais de economia quando comparado à versão anterior. O torque é farto (20,6 mkgf), mas entregue mais tarde – aos 4.700 giros. Isso embaralha o momento da retomada, com uma corrida contra o tempo para encaixar a melhor marcha. Isso, porque, durante o test-drive, estávamos com o carro vazio.

Em termos de desempenho, tem mais potência que os modelos topo de gama de outras marcas. Por exemplo, o T-Cross 1.4 turbo tem 150 cv e o Chevrolet Tracker 1.2 turbo gera até 132 cv quando bebe etanol. Por outro lado, é mais pesado, tem tecnologia antiga e bebe mais. Em comparação aos 1.0 e 1.2 turbo, o 2.0 aspirado do Creta é 30 km mais pesado.


Novo Hyundai Creta
Hyundai/Divulgação

Sem contar que, de acordo com a marca, são 190 km/h de velocidade máxima e 0 a 100 km/h feito em 9,3 segundos. Ou seja, pouca vantagem frente ao 1.0 turbo, que chega aos 180 km/h e vai de zero a 100 km/h em 11,5 segundos.

Mais equipada, a versão topo de linha do Creta tem como atrativo os sistemas de frenagem autônoma e de permanência e correção em faixa. No mais, controle de cruzeiro adaptativo, faróis (em LEDs) adaptativos, detector de fadiga e sensor de obstáculos dianteiro fazem parte do pacote. Em relação à estética, destaque para as rodas de liga leve com 18″ (17″ no Platinum 1.0 turbo) e, da porta para dentro, o acabamento bicolor.


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Prós

  • Agilidade do motor turbo
  • Vasta lista de equipamentos
  • Espaço maior que a geração anterior

Contras

  • Porta-malas perdeu 9 litros em relação ao antigo
  • Acabamento é bom, mas tem grande porcentagem de plástico
  • Direção semiautônoma só na versão 2.0

Ficha Técnica

Hyundai Creta Platinum 1.0 turbo flex

Motor

1.0 litro, 3 cilindros, turbo, Flex

Potência

120 (g/e) a 6.000 rpm

Torque

17,5 (g/e) a 1.500 rpm

Câmbio

Automático com 6 marchas

Comprimento

4,30 m

Largura

1,79 m

Altura

1,64 m

Entre-eixos

2,61 m

Porta-malas

422 litros

Peso (ordem de marcha)

1.270 kg

Aceleração 0-100 km/h

11,5 segundos

Velocidade máxima

180 km/h

Preço

R$ 135.490

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.