Desde o início da pandemia da Covid-19, a indústria automobilística enfrenta grandes dificuldades no mundo inteiro. Primeiro, fábricas foram forçadas a parar para conter o coronavírus. Depois, veio a crise dos chips, que parece longe do fim. A escassez de semicondutores afeta várias marcas, e a BMW acaba de anunciar mudanças por falta do componente.
De acordo com as informações dos sites norte-americanos, Edmunds e Autoblog, a marca alemã está removendo telas touchscreen (sensíveis ao toque) de vários de seus modelos. A notícia surpreende, visto que é um equipamento esperado nos carros de luxo.
Dessa forma, os modelos Série 3, Série 4 Coupé e Conversível, Grand Coupé (excluindo o i4), o Z4 e os SUVs X5, X6 e X7 virão provisoriamente sem tela multimídia de fábrica. Uma mudança e tanto.
”Esta medida é o resultado dos problemas da cadeia de suprimentos em toda a indústria, que estão afetando a fabricação automotiva em todo o mundo e causando limitações na disponibilidade de alguns recursos ou opções”, afirmou um porta-voz da marca para o site Edmunds.
Perda de mais recursos
O infoentretenimento continuará funcionando normalmente. Contudo, voltará para alguns anos atrás quando o controlador iDrive, que faz parte do console central, comandava o sistema. Por ter controles automáticos e botões no console, a mudança não dificultará a vida do cliente, mas, claro, incomoda quem já está habituado.
Além da perda da tela sensível ao toque, a postagem do Bimmerfest, fórum dedicado a BMW, anunciou que esses mesmos carros também perderão o BMW Backup Assistant. Para quem não sabe, a funcionalidade faz parte do pacote opcional e tem como objetivo oferecer um relatório de direção ao motorista, principalmente para auxiliar e estacionar o veículo.
Crédito de US$ 500 na compra
Com os modelos sem a tela touch chegando em breve nas concessionárias, a BMW vai oferecer um crédito para os clientes. Assim, quem comprar um desses veículos terá um desconto de US$ 500 no ato da compra. Além disso, também terão uma autilização de software que estará disponível a partir de 11 de novembro.
Crise dos chips no Brasil
Aqui no Brasil, a crise de semicondutores também afetou significativamente. A Chevrolet, por exemplo, paralisou a produção da dupla Onix e Onix Plus, e do SUV Tracker, por cerca de 5 meses. A Volkswagen, por outro lado, também teve a produção reduzida e paralisada de alguns modelos, incluindo o Nivus, Polo, Saveiro e Virtus.
Já a Renault interrompeu a produção , tanto de carros quanto de comerciais leves, da fábrica de São José dos Pinhais (PR). Dessa forma, deixaram de ser produzidos por um tempo os modelos Captur, Duster, Kwid, Logan, Sandero e Stepway. Hyundai e Nissan também foram montadoras muito afetadas no mercado brasileiro.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a crise deve se estender até o início de 2022. Um dos motivos, é que a produção mundial de semicondutores em 2021 não será suficiente para cobrir a produção de todos os veículos no mesmo período.