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Sai A3 sedã, entram Q3 e Q3 Sportback: Audi voltará a produzir no Brasil
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Sai A3 sedã, entram Q3 e Q3 Sportback: Audi voltará a produzir no Brasil

Audi Q3 e Q3 Sportback serão feitos na fábrica paranaense do Grupo Volkswagen; SUVs terão peças importadas da Hungria e motores a combustão

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

18 de dez, 2021 · 7 minutos de leitura.

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Audi
SUV Audi Q3 será nacionalizado em 2022 junto com o Q3 Sportback, que tem estilo cupê
Crédito:Audi/Divulgação

A linha de produção da Audi, parada desde o início de 2021 no complexo do Grupo Volkswagen, em São José dos Pinhais (PR), será retomada em meados do ano que vem. Entretanto, o protagonista por lá não será mais o A3 Sedã, que recentemente ganhou nova geração no Brasil. Agora, a linha paranaense montará os SUVs Q3 e Q3 Sportback.

Por ora, a marca das argolas não fala sobre redução de preços ou versões híbridas. Mesmo com o investimento em elétricos (veja abaixo), a Audi aparentemente não planeja opções eletrificadas dos dois SUVs. Ao contrário, a alemã confirmou que vai oferecer motores maiores e mais potentes que na linha atual do Q3 e do Q3 Sportback.

A aposta, portanto, será no motor 2.0 gasolina de quatro cilindros com injeção direta, turbocompressor e 231 cv. Ele substituirá o 1.4 TFSI turbo de 150 cv. A dupla de SUVs também terá tração integral (Quattro). Dessa forma, a Audi equipará o Q3 e o Q3 Sportback com motor transversal e câmbio Tiptronic de oito marchas.

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Audi
Q3 Sportback tem traseira com estilo cupê (Audi/Divulgação)

Design e conteúdo

Ainda sem data certa de chegada ou lista de equipamentos e preços definidos, os SUVs têm no design um de seus trunfos. Nota-se a forte inspiração no SUV Q8, com destaque para a grade frontal Singleframe com desenho octogonal (preta no Q3, cromada no Sportback).

Afora isso, ambos diferem apenas pelo caimento acentuado do teto na versão com estilo cupê. O Q3 Sportback é inédito e estreou em 2019 lá fora. Com visual mais esportivo, reúne itens de série como rodas de liga leve de 20 polegadas e faróis de LEDs Matrix. Atrás, o SUV-cupê compartilha as lanternas com o Q3, assim como a tampa do porta-malas.




Por dentro, a dupla tem tela MMI com display de 8,8″ sensível ao toque e sistemas de assistência, como controle de cruzeiro adaptativo, Park Assist e detector de pedestres, ciclistas e veículos por meio de radar. Entre os opcionais destacam-se itens como acionamento elétrico da tampa do porta-malas, iluminação interna com 30 variações de cores e bancos esportivos.

Os assentos também podem ter sistema de aquecimento. E há soluções interessantes de fábrica, como o assento traseiro que corre em trilho. São 13 centímetros no Q3 Sportback, e de 15 cm no Q3 tradicional.

Interior dos SUVs é o mesmo, com painel voltado ao motorista (Audi/Divulgação)

Ainda em espaço, destaque para o porta-malas com generosos 530 litros. Com os encostos do banco traseiro rebatidos, todavia, o volume salta para 1.525 litros. Já no SUV-cupê, por causa do teto curvado, são 1.400 l.

Operação

A produção do SUV em suas duas carrocerias será feita em uma linha de montagem exclusiva no complexo de São José dos Pinhais. É de lá que saía a geração anterior do Q3, produzida até 2019. De acordo com a Audi, os SUVs chegarão no porto de Paranaguá divididos em conjuntos de peças e partes vindos da fábrica de Györ, na Hungria, para a montagem aqui.

Mais pontos de recarga para elétricos

Além da retomada da produção nacional, a Audi do Brasil se uniu à rede de revendas e anunciou investimento em eletrificação no País. Assim, a Audi garante que sua rede de concessionárias vai ampliar a infraestrutura de recarga ultrarrápida nos próximos meses.


e-tron
Q3 tradicional tem teto mais alto na traseira (Audi/Divulgação)

Nesse sentido, já no ano que vem, a promessa é investir mais de R$ 20 milhões. O montante servirá para a instalação de estações de recarga de corrente direta (DC) com potência de 150 kW em quase todas as concessionárias da marca no País. Nestes equipamentos, o Audi e-tron, por exemplo, recarrega 80% de sua bateria em menos de 25 minutos.

Desmotivação por parte do Governo

Além de tirar o A3 Sedan de circulação, em dezembro de 2020, a Audi paralisou a produção local pelo não pagamento dos créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A devolução de parte do imposto era prevista no programa Inovar-Auto, mas não aconteceu. O programa pretendia estimular a produção nacional de veículos, com o retorno de parte do IPI às montadoras com fábricas e centros de pesquisa no País.


Confira o teste do novo SUV de 7 lugares da Mercedes-Benz

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”