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São Paulo Motor Experience, o novo Salão do Automóvel, é adiado
Mercado

São Paulo Motor Experience, o novo Salão do Automóvel, é adiado

Organizadora do SPMX anuncia adiamento da nova versão do Salão do Automóvel de São Paulo por "dificuldades na cadeia industrial" em 2022

Redação

10 de mai, 2022 · 6 minutos de leitura.

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Salão
Conversas já foram iniciadas com as montadoras a fim de definir formato do evento
Crédito:SERGIO CASTRO/ESTADÃO

A RX, antiga Reed Exhibitions, anunciou nesta terça-feira (10) o adiamento do São Paulo Motor Experience (SPMXP). O evento aconteceria entre os dias 6 e 14 de agosto no Autódromo de Interlagos, na zona Sul da capital paulista. Entretanto, a organização, em conjunto com a Anfavea, representante das montadoras, confirmou o adiamento (por tempo indeterminado). A feira surgiu como uma versão moderna do tradicional Salão do Automóvel.

“O novo formato do São Paulo Motor Experience é sensacional, atende as novas demandas e expectativas do público. Mas as nossas associadas há mais de um ano enfrentam paradas de fábrica e complexos desafios logísticos. E julgam ser mais adequado adiar temporariamente este grande evento que celebra a força do setor automotivo e a paixão do nosso povo por carros”, afirma Márcio de Lima Leite, novo presidente da Anfavea.



Falta de quórum

Tal como o Jornal do Carro publicou no início de abril, o principal motivo para o adiamento do SPMXP foi a falta de adesão das fabricantes. Embora a RX não comente no comunicado, oito montadoras já tinham confirmado que não participariam – General Motors, Kia, JAC Motors, Lexus, Mercedes-Benz, MitsubishiSuzuki e Toyota. “Ao assumir a missão de ser o maior evento automotivo da América Latina e um dos maiores do mundo, o SPMXP ganhou relevância antes mesmo da sua realização. Em razão dos desafios que persistem, optamos por adiá-lo. Mas logo retomaremos os trabalhos”, garante Cláudio Della Nina, presidente da RX.

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salão sp
Divulgação

Poucas confirmações

Até o adiamento, apenas BMW e MiniRenault, além da chinesa BYD, estavam confirmadas. Entretanto, a feira contaria com expositores de outros segmentos, bem como com atividades nas áreas de boxes e por todo o autódromo. A organização também anunciou testes de pista com modelos a combustão e com carros elétricos – para matar a curiosidade do público.

Último Salão de SP aconteceu em 2018

A última edição do Salão do Automóvel aconteceu em 2018, no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes, capital paulista. Até então, a mostra era bienal. Ela abriria os portões em 2020, entretanto, não aconteceu por causa da desistência de 15 montadoras – o que ocorreu antes da pandemia. A RX tentou manter o evento e chegou a adiá-lo para 2021.


Contudo, a crise sanitária impediu a volta do Salão, assim como a debandada das marcas e a falta de interesse no evento. Desde 2019, as montadoras preferem investir em ações pontuais, como relacionamento com potenciais clientes, por exemplo.

Algo custo afastou montadoras

Apesar de justificativas como formatos alternativos e experiências de mobilidade, o que realmente afastou as fabricantes foi o alto custo. O aluguel de espaço, montagem, decoração e gastos com pessoal, por exemplo, custavam até R$ 20 milhões. Os estandes menores, da mesma forma, não saíam por menos de R$ 5 milhões para cada fabricante.

Além disso, os salões já não têm a mesma relevância de outrora, quando as marcas esperavam para lançar automóveis no evento. Atualmente, não dá para esperar tanto tempo, tudo ficou mais dinâmico. Com isso, as fabricantes vão promovendo lançamentos ao longo do ano. E, por essa razão, não têm uma grande novidade para apresentar na feira.


Dessa forma, o Salão do Automóvel segue no imaginário do público, com alta adesão. Na edição de 2018, de acordo com a organização, mais de 700 mil pessoas visitaram o pavilhão de exposições. Agora, resta saber como o público vai reagir aos valores. Afinal, a organização já divulgou que os ingressos custarão entre R$ 40 e até R$ 7.000.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”