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Projeto de Lei quer baratear habilitação de motos elétricas e cinquentinhas
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Projeto de Lei quer baratear habilitação de motos elétricas e cinquentinhas

PL 1163/21, do deputado Augusto Coutinho (Republicanos/PE), propõe simplificar acesso à habilitação para scooters e motos de baixa cilindrada

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

14 de jun, 2022 · 6 minutos de leitura.

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PL quer alterar a Lei nº 9.503, de 1997 do Código de Trânsito Brasileiro que fala sobre a autorização para conduzir ciclomotores
Crédito:Shineray/Divulgação

O Projeto de Lei 1163/21, do deputado Augusto Coutinho (Republicanos/PE), quer baratear e simplificar o acesso à habilitação para pilotar scooters e motos elétricas e de baixa cilindrada (50 cc). Em tramitação no Congresso Federal, o PL propõe facilitar a emissão da Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC), que é obrigatória para utilização desses veículos.

Normalmente, as motos de uso urbano têm velocidade máxima de até 50 km/h. Dessa forma, não podem circular em vias expressas e rodovias. Na prática, a proposta é dispensar algumas etapas, como as aulas práticas e teóricas para a obtenção da ACC. Assim, o PL, caso aprovado, pode reduzir em mais de 60% o custo para obter a habilitação.

Salvo quem já tem CNH de moto (categoria A da Carteira Nacional de Habilitação), o candidato a piloto precisa da ACC. Para isso, há necessidade de fazer exames médicos, assistir 20 horas-aula do curso teórico, bem como cinco horas-aula de prática de direção veicular, além da prova prática em si (exame final). A princípio, a proposta é manter apenas os exames médicos. Entretanto, a Comissão de Viação e Transportes alterou o texto.

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Hoje, o projeto tramita em caráter conclusivo e passará por análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso aprovado, vai para o Senado Federal e, posteriormente, para sanção do Presidente Jair Bolsonaro (PL).

Como fica?

Caso aprovado o PL, os portadores de carteira B ou superior passam a eliminar a burocracia e vão direto para a prova prática. Essa, portanto, a bordo da própria scooter do candidato. Já quem pretende tirar a primeira habilitação, irá direto para a prova de legislação. Assim, fica liberado de curso teórico. Mas as aulas práticas continuam obrigatórias.

Custos

“O objetivo é baratear o custo da obtenção da ACC, e, assim, trazer para a legalidade os milhares de condutores que, em razão dos altos valores, pilotam ciclomotores sem habilitação”, disse o autor. Cabe lembrar que, entre setembro de 2019 e setembro de 2020, o Contran suspendeu a exigência de cursos para a obtenção da ACC.


Hoje, o valor médio da ACC fica em R$ 1.000, contando exames, taxas e aulas – estas ministradas pelas autoescolas. Porém, a proposta do PL é exigir apenas as avaliações médica e psicológica, além das taxas. Dessa forma, o valor para obtenção do documento ficará em R$ 389,04. Para conferir os valores, basta consultar o site do Detran.SP. Os custos dos exames médico e psicológico saem por R$ 105,50 e R$ 123,08, e as taxas somam R$ 160,46.

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ALEX SILVA / ESTADÃO

Deveres de quem pilota

Cabe ressaltar que as motos e scooters elétricas e de baixa cilindrada devem seguir as coordenadas das demais motocicletas. Assim, o piloto deve usar capacete, acender o farol, além de emplacar, licenciar e pagar o IPVA do veículo.


Os ciclomotores possuem motor de até 50 cm³ (por isso são chamados popularmente de “cinquentinhas”) e velocidade máxima de 50 km/h. Por isso, a lei determina que devem ser conduzidos pelo lado direito da pista, preferencialmente no centro da faixa. E nada de rodar em ciclovias ou em cima das calçadas. A lei não permite trafegar em velocidade inferior à metade da velocidade máxima da via, com isso, os ciclomotores não podem rodar em rodovias cujo limite seja de 120 km/h, por exemplo.

Em síntese, quem for pego pela fiscalização sem ACC ou com o documento suspenso ou cassado, o CTB prevê a aplicação de multa gravíssima. E não só isso, a lei determina a multiplicação dessa multa por 3. Ou seja, nessas ocasiões, o condutor paga R$ 880,41 e, com base no artigo 162, pode ter o veículo retido até regularização.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.