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Análise: novo VW Polo vai para cima de Onix e HB20 e quer alto volume
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Análise: novo VW Polo vai para cima de Onix e HB20 e quer alto volume

Apesar da pretensão, Volkswagen Polo não deve incomodar rivais de peso nesse primeiro momento, afinal, ainda precisa conquistar a clientela

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

21 de set, 2022 · 9 minutos de leitura.

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Polo
Polo vai somar vendas com Polo Track a partir de 2023, o que vai facilitar alta nos números
Crédito:Volkswagen/Divulgação

A Volkswagen nunca brigou pela liderança do mercado brasileiro com a atual geração do Polo, que estreou no País em 2018. Mesmo com a evolução dos hatches compactos, o modelo da marca alemã, que é feito na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), não conseguiu fazer frente aos líderes Chevrolet Onix e Hyundai HB20 até hoje.



Mas a Volks vai mudar essa história já nos próximos meses. E não só com a reestilização lançada nesta semana, mas também com a chegada do novo Polo Track, versão de entrada que será feita em Taubaté (SP) e substituirá o Gol logo no início de 2023.

Ou seja, com as vendas somadas de Polo e Polo Track – tal como fez a GM por um tempo com Onix e Onix Joy – os números deverão subir. Contudo, o Jornal do Carro procurou a fabricante, que não revelou estimativas de vendas para a dupla.

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Polo
Volkswagen/Divulgação

Presente há 20 anos no Brasil, o VW Polo começa a sua mudança de estratégia agora. O hatch sempre foi considerado “acima da média” dos concorrentes. Por causa disso, no início do século, vendia a imagem de hatch compacto “premium”. Porém, a linha 2023 chegou com preços mais competitivos. As versões Comfortline e Highline, por exemplo, baixaram os valores – a intermediária ficou R$ 5.900 mais barata, e a de topo custa R$ 7.000 a menos que antes.

Novo motor 1.0 turbo flex 170 TSI

Para encarar os bem-sucedidos Onix e HB20 em suas respectivas versões de entrada, o Polo 2023 de entrada traz o motor 1.0 MPI flex de três cilindros, 12 válvulas e 84 cv. Junto com ele vem o câmbio manual de 5 marchas. Assim, parte de R$ 82.990. Por esse preço, o modelo da Volkswagen continua mais caro que os rivais. O Onix com motor 1.0 flex de 82 cv custa R$ 79.730, e o HB20 Sense 1.0 de 80 cv tem tabela de R$ 76.690.


Polo
Volkswagen/Divulgação

Mas o Polo tem seus trunfos. Para justificar o preço mais alto, a Volkswagen aposta em soluções como faróis iluminados com LEDs, central multimídia com Apple Car Play e Android Auto (conexão por cabo) e sistema de frenagem automática pós-colisão.

Já a partir das versões intermediárias – que costumam concentrar as vendas – o Polo passa a oferecer itens mais desejados. Na TSI, por exemplo, tem rodas de liga leve, painel de instrumentos digital, comando elétrico para todos os vidros e retrovisores externos, além de sensores de obstáculos traseiros. Ele também traz o motor 1.0 turbo 170 TSI de até 116 cv, que equipava o UP! TSI. Ele é mais econômico e menos poluente, para cumprir as novas regras de emissões. Contudo, o preço de R$ 93 mil é da versão com câmbio manual de cinco marchas.


Volkswagen/Divulgação

Dessa forma, quem quiser o novo Polo com o câmbio automático de 6 marchas, terá de escolher entre as configurações Comfortline e Highline, que custam, respectivamente, R$ 102.990 e R$ 109.990. Ambas vêm com o mesmo motor turbo flex de injeção direta. Ou seja, perdeu potência em relação à linha anterior, que tinha o 1.0 200 TSI de até 128 cv.

Assim, talvez não seja tão fácil conquistar os clientes de Onix e HB20. Afinal, os concorrentes de GM e Hyundai tem opções automáticas abaixo dos R$ 100 mil.


Polo Track

Mas a principal aposta para embalar as vendas do hatch será o Polo Track. A futura versão de entrada terá preço lá embaixo, perto de Fiat Mobi, Renault Kwid e Citroën C3. Estes são atualmente os três carros mais baratos à venda no mercado brasileiro. Caso o Polo chegue com tabela na faixa de R$ 70 mil, como esperado, pode ser que o público passe a vê-lo com bons olhos. Afinal, vai unir preço acessível com a imagem de um produto “melhor”.

VW Polo Track Gol
Kleber Silva/K Design

Nesse sentido, o “pulo do gato” para reverter as baixas vendas atuais do Polo (apenas 190 em agosto) é aproveitar essa momentânea sucessão do Gol – que vai virar um mini SUV nos próximos anos. Hoje, o veterano hatch é o automóvel mais vendido do mercado (11.719 emplacamentos). Só perde para a Strada, com mais de 14.000 (veja o ranking).


Polo
Volkswagen/Divulgação

Por ora, a ideia é que o Polo Track seja uma versão do Polo com simplificações. Ou seja, ao abrir mão de vários itens de série, deve ter ar-condicionado, direção elétrica, preparação para som e o que mais for obrigatório pela lei – como duplo airbag, por exemplo.

A VW ainda mantém o novato em segredo e diz que “em breve dará novos detalhes sobre o produto”. O que sabemos, de fato, é que a produção será na fábrica de Taubaté (SP), que recebeu atualizações para fabricar a plataforma modular MQB. Desse modo, haverá redução de custos e possibilidade de adequação às novas exigências de segurança. Ou seja, ao contrário do Gol, o Polo Track terá dispositivos eletrônicos como controle de estabilidade, que será obrigatório no Brasil em todos os carros novos a partir de 2024.


Em síntese, para conseguir boas vendas a ponto de balançar as estruturas da concorrência, o Polo ainda precisa conquistar seu espaço. E, nesse ponto, a Volkswagen sabe que não será tarefa fácil transformar um carro que, ao longo de 20 anos, nunca foi protagonista da marca.

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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.