O primeiro pedágio Free Flow (sem cabines de cobranças) do Brasil está em operação desde fevereiro na Rio-Santos (BR-101). E agora vai começar a cobrar tarifa após receber aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A cobrança automática será feita nas três praças que já contam com os pórticos do sistema. Uma fica em Paraty (RJ), no km 538, outra em Mangaratiba (RJ), no km 447 e outra em Itaguaí (RJ), no km 414.
A cobrança do pedágio começa no próximo dia 31 de março. E a tarifa terá preço fixo de R$ 4,10 por trecho percorrido para carros de passeio e veículos comerciais. Mas, a depender do número de eixos, a tarifa sobe para R$ 8,20 e alcança R$ 32,80 em caminhões de oito eixos. Além disso, nos finais de semana, o valor do pedágio será de R$ 6,80. Ficam isentos ambulâncias, veículos oficiais, motos, scooters e triciclos, bem como bicicletas.
Como pagar o pedágio Free Flow
A cobrança das tarifas nestes pontos da BR-101 será feita de forma automática por meio das câmeras e leitores de radiofrequência do sistema. Estes equipamentos ficam nos pórticos que substituem as cancelas de cobrança. Tal como ocorre hoje nas praças de pedágio tradicionais, grande parte dos veículos já utiliza alguma Tag de cobrança. Estas normalmente ficam coladas no para-brisas e são de operadoras como Sem Parar, ConectCar e Veloe, por exemplo.
Esta, portanto, será a forma mais popular de cobrança do pedágio Free Flow neste início de operação. Entretanto, quem não tem Tag de cobrança no veículo poderá efetuar o pagamento via WhatsApp, no site ou no aplicativo da CCR RioSP, com cartão de crédito ou ainda por Pix. O sistema Free Flow faz a leitura da placa do carro e envia a cobrança para o dono.
Por fim, quem tem ou decidir instalar uma Tag no carro terá descontos no pedágio Free Flow. O valor da tarifa terá reduções de 5% a 70%, a depender da quantidade de vezes que o veículo utilizou os trechos. Nesse caso, a conta tem pagamento mensal junto à operadora.
Como funciona o pedágio Free Flow
O pedágio com livre passagem elimina as cancelas e praças de pedágios. Além disso, o usuário paga pelo trecho percorrido ou por quilômetro rodado nas estradas e rodovias. Para evitar fraudes, o pedágio Free Flow usa leitura visual automática de placas, feita com câmeras com OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres). Estes equipamentos são similares aos que identificam infratores de rodízio municipal na cidade de São Paulo (SP), por exemplo.
Também é possível identificar carros por meio de RFID (Identificação por Radiofrequência). Por exemplo, o método é o mesmo utilizado nas atuais “tags” de cobrança rápida, como as de empresas como Sem Parar e Veloe. Neste caso, as câmeras e sensores ficam nos corredores das praças de pedágio, que terão pórticos em vez de cabines. Assim, o motorista precisa apenas trafegar em velocidade mais baixa para a identificação, sem ter de parar o veículo.
Para o futuro, a implantação do pedágio Free Flow pode trazer para o debate o projeto polêmico do chip nacional veicular. A CNT (Confederação Nacional do Transporte) aponta que o sistema está em testes em quatro rodovias de São Paulo. Nele, as placas dos veículos trazem chips que identificação que serviriam, portanto, para fazer a cobrança do pedágio.
Multas no lugar de cabines e cancelas
A CNT considera o sistema Free Flow vantajoso, mas teme o aumento da inadimplência. Por outro lado, sem cabines de pagamento e cancelas de pedágio, a lei prevê multa específica da infração de trânsito para quem não pagar o pedágio. Assim, ideia é usar a arrecadação para reembolsar as concessionárias pelo não pagamento da tarifa.
Entretanto, será necessário estabelecer um limite do total arrecadado com as multas na região. A ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) vai definir quem fiscalizará o novo sistema.