Se você fosse comprar um SUV de luxo hoje, ele seria flex, híbrido ou elétrico? Eis a grande questão que envolve o segmento premium no momento. Enquanto o mercado avança rapidamente na oferta de modelos eletrificados, muitos clientes ainda preferem os veículos tradicionais – leia-se com motores a combustão. Nesse ponto, o Range Rover Evoque é um dos SUVs que logo vem à cabeça do público brasileiro.
Há boas razões para ainda termos o Evoque como referência no segmento. Mesmo ainda sem a recente atualização feita no exterior (que logo chegará ao Brasil), o SUV de entrada da Range Rover continua a impressionar no visual e no capricho de montagem. Uma vez a bordo, os materiais e arremates impressionam até quem se senta no banco traseiro. A marca não economiza nessa parte e encanta quem quer luxo.
Como porta de entrada da Range Rover, o Evoque é perfeito nesse ponto. O SUV só não mergulhou na eletrificação. Enquanto concorrentes premium, como BMW X1, por exemplo, já dispõe de versões 100% elétricas, o SUV feito na fábrica da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ) continua a ser apenas turboflex. Sob o capô, traz o 2.0 Ingenium turboflex que gera 250 cv de potência e um torque máximo de 36,3 mkgf a partir de 1.300 rpm.
O câmbio é o automático de 9 marchas da alemã ZF, com tração integral AWD. Além disso, o SUV vem de fábrica com o Terrain Response, programa de tração da Range Rover que oferece vários ajustes eletrônicos e permite encarar um 4×4 mais difícil. Aqui temos outra vantagem do Evoque sobre os concorrentes: enquanto alguns avançam na eletrificação, o Range Rover entrega alto desempenho sobre o asfalto e a terra.
Range Rover Evoque capricha no conteúdo
O Range Rover Evoque 2023 está disponível apenas nesta versão HSE R-Dynamic, que é a mais cara da gama, com preço de R$ 459.990. Por isso, tem um pacote completo. Por exemplo, traz itens desejados por clientes da categoria, como teto solar panorâmico e rodas de liga leve de 20 polegadas. A bordo, o exemplar avaliado pelo JC tinha acabamento bicolor nas cores vinho e preto, combinação muito elegante.
Um dos equipamentos mais legais no Range Rover Evoque é o retrovisor interno. Ele reproduz imagens da câmera que fica junto à antena tipo tubarão no teto. A qualidade da imagem é ótima e amplia o campo de visão. O conforto é outro ponto alto, embora o espaço interno não seja dos maiores, com um entre-eixos de 2,68 metros. Há ajuste elétrico na coluna de direção, e o volante e o banco se afastam para melhorar o acesso.
No Brasil, o Evoque ainda não recebeu a recente atualização, o que acontecerá em breve. Por isso, ainda traz as duas telas de 10 polegadas no meio do painel – em vez do novo display curvo de 11,4″. A de cima, mais estreia, serve ao multimídia com o sistema Pivi Pro, que tem espelhamento sem fio com smartphones via Android Auto e Apple CarPlay. Já a tela inferior traz ajustes do ar-condicionado e do programa de tração Terrain Response 2.
O Evoque também tem na lista de equipamentos os assistentes de condução semiautônoma, com farol alto automático, frenagem de emergência e monitoramento ativo de faixa. Há ainda Head-Up Display e borboletas no volante para trocas de marcha manuais. Já o sistema de som da marca Meridian entrega alta qualidade até nas ligações. Aliás, o isolamento acústico excelente deixa a cabine do Evoque sempre silenciosa e agradável.
À espera da eletrificação, Evoque é ágil ao volante
Ao entrar na cabine do Range Rover Evoque, o capricho nos detalhes chama a atenção. Não há uma parte de contato coberta com plástico rígido. Até o assoalho tem carpete macio e agradável. O SUV de luxo também tem visual moderno e itens tecnológicos. Há três telas no painel e o volante tem botões capacitivos que mudam de forma ao acessar as configurações. No geral, o nível de requinte é o destaque.
Ao volante, o Evoque 2023 também encanta, embora esteja atrasado na eletrificação. O SUV da marca inglesa ainda traz um conjunto tradicional, com motor térmico. Por outro lado, a maioria continua a comprar motores a combustão pela facilidade de abastecimento. Por isso, faz sentido o Evoque manter o motor 2.0 turboflex e o câmbio automático de 9 marchas.
Assim, enquanto a JLR não lança o Evoque a bateria, o jeito é se contentar com o turboflex, que tem ótimo desempenho. O SUV responde rápido ao acelerador e o câmbio faz trocas de marcha muito rápidas. A tração é integral AWD. Outros pontos altos são a suspensão com ajuste excelente para as ruas brasileiras, bem como os ótimos ângulos de entrada (19,5°) e de saída (30,6°), e os 21,2 cm de vão livre. Dessa forma, encara com naturalidade lombadas e valetas.
O Range Rover Evoque tem poucos pontos negativos. O primeiro deles é o tamanho compacto. Por causa do desenho do teto, que faz uma linha reta, o vão para cabeças é mais estreito, sobretudo no banco traseiro. Além disso, o SUV não tem portas USB para o banco traseiro e o consumo de combustível é ruim, com médias de 5,4 km/l (cidade) e 7,1 km/l (estrada) com etanol e de 8,2 km/l e até 10,4 km/l com gasolina.
Range Rover Evoque 2023 é uma boa compra?
Mesmo com tantos concorrentes novos e eletrificados chegando às lojas, o Range Rover Evoque ainda continua a ser uma referência entre os SUVs compactos de luxo. É um nome que conquistou um grande público no Brasil ao longo da última década. E que continua forte, com produção nacional na fábrica de Itatiaia (RJ) e um dos poucos modelos 4×4 com capacidade off-road. Mas o Evoque precisa urgentemente de atualização e versões híbridas.
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