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Citroën pode ter primeiro carro híbrido flex da Stellantis no Brasil
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Citroën pode ter primeiro carro híbrido flex da Stellantis no Brasil

Investimentos na fábrica de Porto Real (RJ) mostram intenção da Stellantis em modernizar sua produção, abrindo espaço para a eletrificação

Rodrigo Tavares, especial para o Jornal do Carro

26 de set, 2023 · 4 minutos de leitura.

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Citroën C3 Aircross
Nova geração do Citroën C3 Aircross deverá ser o primeiro híbrido flex da Stellantis no Brasil
Crédito:Citroën/Divulgação

O primeiro carro da Stellantis feito no Brasil a receber a arquitetura BioHybrid pode ser um Citröen. Na semana passada, em visita ao Rio de Janeiro, o CEO da Stellantis América do Sul, Antonio Filosa, teve um encontro com o governador do Estado, Cláudio Castro. No evento, foi firmado um acordo com investimento de R$ 2,5 bilhões na fábrica de Porto Real até o ano de 2025.

No encontro, a Stellantis confirmou que foram investidos R$ 330 milhões no desenvolvimento de uma variação da plataforma global CMP, criação da antiga PSA Peugeot Citröen, por exemplo. Em comunicado, o Grupo Stellantis afirma agora a planta de Porto Real tem condições técnicas para produzir veículos híbridos, com a nova plataforma BioHybrid da empresa.



Stellantis
Stellantis/Divulgação

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A plataforma permite três níveis diferentes de eletrificação, utilizando motores a combustão, movidos a gasolina ou etanol. Assim, espera-se que as marcas Fiat e Citroën fiquem responsáveis por receber a variante MHEV, sigla de Mild Hybrid (híbrido leve). A opção é a mais barata para o consumidor e também para a montadora, pois não representa um alto valor de eletrificação, e permite até 10% de economia de combustível, por exemplo.

Além disso, o sistema reduz consideravelmente os gases emitidos pelo escape durante a partida do motor. Com grande flexibilidade em seu uso, a plataforma pode estar em diversos modelos da Stellantis, sendo compatível com motorizações puramente a combustão, elétricas ou híbridas.

Stellantis busca descarbonização

Stellantis híbridos

Estratégia de eletrificação faz parte da descarbonização da empresa (Rodrigo Tavares/Jornal do Carro)

Assim, tal flexibilidade agora se aplica às 3 plantas da Stellantis no Brasil: Betim (MG), Goiana (PE) e Porto Real (RJ). Na planta fluminense são feitos os modelos Citröen C3 e o novo C4 SUV, cujo lançamento nacional está próximo. No entanto, o projeto de eletrificação faz parte da estratégia de descarbonização da Stellantis.

Por fim, com prazo de conclusão previsto para 2038, o projeto também contempla as futuras normas de emissões do Proconve L8, que entrarão em vigor em 2025. Bem como o Rota 2030. Contudo, a intenção pretende oferecer opções de eletrificação para diferentes fatias do mercado.


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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.