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Stellantis vai lançar carros híbridos flex no Brasil em 2024; veja a tecnologia
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Stellantis vai lançar carros híbridos flex no Brasil em 2024; veja a tecnologia

Stellantis revela quatro plataformas eletrificadas, três delas híbridas flex, que chegarão aos carros de maior volume das marcas do grupo

Rodrigo Tavares, Especial para o Jornal do Carro

01 de ago, 2023 · 9 minutos de leitura.

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Stellantis terá quatro plataformas eletrificadas já para 2024
Crédito:Rodrigo Tavares/Jornal do Carro

A Stellantis, dona de marcas como Citroën, Fiat, Jeep, Peugeot e RAM, apresentou planos para a eletrificação da sua linha de automóveis em evento na fábrica de Betim (MG). A montadora lançará quatro plataformas de carros no País, todas com algum tipo de eletrificação. Dessa forma, haverá desde modelos híbridos leves e do tipo plug-in até os puramente elétricos, com alimentação por bateria e sem motor a combustão.

Portanto, as marcas da Stellantis com presença no Brasil irão encorpar a estratégia de descarbonização do grupo a partir de 2024. Justamente por isso, a montadora planeja produzir veículos elétricos no País, que é o maior mercado da América Latina. Confira abaixo como serão as quatro arquiteturas eletrificadas que o grupo vai lançar no mercado nacional.



As plataformas de eletrificação Bio-Hybrid da Stellantis

Stellantis híbridos
Sistema Bio-Hybrid (Rodrigo Tavares/Jornal do Carro)

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A primeira das plataformas é chamada de Bio-Hybrid. Esta arquitetura traz um gerador de 4 cv que atua como um alternador e auxilia na partida do veículo. Além disso, o sistema traz uma bateria de íons de lítio que aumenta o torque em determinadas situações. Ou seja, o conjunto tem a função “boost”. O motor elétrico gera 3 kW de potência e, assim, garante menor consumo de combustível. Bem como melhora o desempenho em acelerações.

Stellantis híbridos
Bio-Hybrid e-DCT (Rodrigo Tavares/Jornal do Carro)

Mais acima virá a base Bio-Hybrid e-DCT. Esta tem dois motores elétricos – com tensões de 12V e de 48V – que fornecem energia para mover o veículo em modo totalmente elétrico. Mas o conjunto também trabalha com um motor a combustão. A diferença está na aplicação do segundo motor elétrico, que atua na caixa de marcha. Na apresentação, a Stellantis sugere que este sistema se destinará aos modelos mais pesados, como SUVs e comerciais leves, por exemplo.


Sistema promete quase zerar emissões na partida

Uma das vantagens do sistema Bio-Hybrid da Stellantis é o funcionamento do motor elétrico na partida. A promessa é eliminar quase totalmente as emissões nos primeiros dois minutos de funcionamento, justamente o pico de poluição. Em seguida, entra em ação o catalisador, com a tarefa de conter 98% dos gases nocivos vindos do escape.

Stellantis híbridos
Plataforma elétrica BEV (Rodrigo Tavares/Jornal do Carro)

A terceira e última opção de híbridos da Stellantis será o Bio-Hybrid Plug-In, que combina motor a combustão com motores elétricos. Desta forma, é possível a condução 100% elétrica, 100% térmica ou híbrida, por exemplo. Contudo, nesse caso, os motores elétricos (ligados diretamente ao eixo traseiro) reduzem o uso do a combustão e, então, priorizam eficiência energética e a redução das emissões de gases poluentes.


Por fim, a Stellantis terá ainda uma plataforma BEV, exclusiva para carros elétricos. Neste caso, o motor elétrico é alimentado por uma bateria de alta tensão que fica no assoalho. Uma novidade é a possibilidade de customizar a sonoridade do motor, algo até então inédito em elétricos das marcas do grupo. Os destaques ficam por conta do desempenho, com rápida aceleração e torque disponível de imediato, por exemplo.

Por enquanto, a montadora não confirmou quais veículos terão as novas plataformas, Mas Antonio Filosa, CEO da Stellantis América do Sul, deu pistas de onde poderemos ver tais tecnologias. Segundo o executivo, as bases Bio Hybrid e Bio-Hybrid e-DCT serão para as marcas mais acessíveis, como Fiat e Citroën, por exemplo. Já a Bio-Hybrid Plug-in e BEV terão maior valor agregado, para Peugeot e Jeep. Entretanto, todas as marcas terão as tecnologias.

A Stellantis, o etanol e a descarbonização

Estratégia de eletrificação faz parte da descarbonização da empresa (Rodrigo Tavares/Jornal do Carro)

No evento em Betim (MG), executivos da montadora mostraram-se adeptos à ideia da eletrificação, mas com um porém: uma proposta de transição menos “radical” que a transição imediata para o elétrico, como pretende a General Motors, por exemplo. Dessa forma, o sistema híbrido flex da Stellantis pretende combinar a arquitetura elétrica com o uso do etanol.

Na proposta de descarbonização, o etanol será crucial. Isso porque, como biocombustível, auxilia a reduzir as emissões. Segundo a montadora, combinar o etanol com a eletrificação é uma alternativa competitiva nessa corte de carbono. Por isso, foi apresentado um motor totalmente a etanol (E4). Este poderá ser usado nos híbridos leves.

A descarbonização da Stellantis, com prazo de conclusão previsto para 2038, também contempla as futuras normas de emissões do Proconve L8, que entrarão em vigor em 2025. Bem como o Rota 2030. A intenção é oferecer opções de eletrificação para diferentes fatias do mercado.


Stellantis planeja fabricar elétricos no Brasil

As novidades do grupo para 2023 (Rodrigo Tavares/Jornal do Carro)

A Stellantis pretende produzir elétricos no País. No entanto, isso não será logo e sequer tem data para acontecer. O grupo espera contar com a fábrica em Goiana (PE) para a produção. Assim, poderá compartilhar fornecedores com a BYD, da fábrica de Camaçari (BA) que era da Ford.

Da mesma forma, a montadora conduz estudos e pesquisas para a criação de uma tecnologia de célula de combustível a partir do etanol. Esse sistema permitirá gerar hidrogênio via reação química, por exemplo, para alimentar um motor elétrico. Mas tal tecnologia é, atualmente, a mais distante da realidade. Por isso, só deve chegar ao mercado por volta de 2040. Até lá, o Brasil já terá a maioria dos carros eletrificados.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.