É fato que a Toyota lidera o segmento de carros híbridos no Brasil. E o grande motivo é o Corolla Cross Hybrid. O SUV se destaca por conta do sistema híbrido flex nacional, que combina o motor 1.8 flexível a outro propulsor elétrico. Dessa forma, tem potência combinada de 128 cv. Apenas em setembro, o modelo da marca japonesa emplacou 914 unidades, sendo o híbrido mais vendido do Brasil. Entretanto, outros modelos já estão na cola do SUV.
O primeiro deles é o Haval H6. O SUV da GWM estreou em março deste ano no Brasil com mira no Corolla Cross. No entanto, o modelo chinês tem como trunfo o maior desempenho. Afinal, o Haval H6 conta com um conjunto híbrido que une o motor 1.5 turbo a gasolina a uma bateria pequena de 1,6 kW. Assim, gera 243 cv de potência e um torque robusto de 54 mkgf. O modelo, inclusive, empacou 881 unidades no nono mês do ano. Ou seja, ficou atrás do SUV da Toyota por apenas 33 vendas.
Embora o Toyota Corolla Cross híbrido tenha ocupado o 1° lugar no ranking dos híbridos mais vendidos, o Haval H6 já superou o modelo da marca japonesa. Em agosto, por exemplo, o SUV da GWM registrou 1.452 emplacamentos, contra 1.021 unidades do modelo da Toyota. A façanha, aliás, se repetiu em maio e junho deste ano. Assim, o Haval H6 tem se tornado um concorrente a altura do Corolla Cross.
A comparação de preços, por sua vez, é acirrada. O Toyota Corolla Cross Hybrid conta com duas configurações no mercado brasileiro. A primeira é a XRV que parte de R$ 202.690. Já a configuração topo de linha XRX está disponível por R$ 210.990. Enquanto isso, o Haval H6 tem preço único de R$ 214.000.
BYD Song Plus também é uma ameaça
Outro modelo que também ameaça o império do Toyota Corolla Cross híbrido é o BYD Song Plus. Um dos veículos cotados para ganhar produção na fábrica de Camaçari, na Bahia, o SUV estreou no começo deste ano no Brasil e custa R$ 229.800 (após uma redução de preços). Em setembro, o modelo vendeu 863 unidades. Ou seja, ficou apenas 51 unidades atrás do Corolla Cross.
Sob o capô, o BYD Song Plus é equipado com um sistema híbrido que une o motor 1.5 a gasolina de 110 cv a outro motor elétrico de 179 cv. Juntos, os dois geram 235 cv de potência e um torque máximo de 40,8 mkgf.
Seja como for, a grande ameaça do Song Plus em relação ao Corolla Cross é o consumo. Isso porque o SUV da BYD faz nada menos que 38,4 km/l em ciclo urbano. É um consumo de motos e scooters de baixa cilindrada, por exemplo. Na estrada, a média alcança 28,1 km/l. O Corolla Cross, por sua vez, faz 17,8 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada com gasolina. Ainda de acordo com o Inmetro, o Haval H6 registra 13,8 km/l e 12 km/l, respectivamente.
Toyota Corolla Cross lidera
De acordo com o levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o mercado de eletrificados registrou um dos melhores números. Ao todo, categoria que une veículos híbridos e elétricos somou 49.052 emplacamentos. Dessa forma, apresentou um crescimento de 76% na comparação com o mesmo período de 2022.
Quando o assunto é modelos híbridos, o Toyota Corolla Cross Hybrid lidera no acumulado com 7.636 unidades vendidas entre janeiro e agosto deste ano. Assim, tem uma participação de 15,6% no mercado. Logo em seguida, vem o GWM Haval H6 com 4.564 unidades. O Song Plus aparece em 7° lugar com 2.300 vendas no acumulado do ano.
GWM e BYD apostam em produção nacional
Seja como for, o fato é que as marcas chinesas estão chegando com tudo no mercado brasileiro. E as apostas nos veículos híbridos é uma tendência. Dessa forma, o que pode assustar a Toyota é que tanto a GWM quanto a BYD esperam produzir seus modelos nacionalmente no Brasil, o que vai acirrar ainda mais os números de vendas.
No caso da GWM, o plano de tornar o Haval H6 em um produto nacional está em curso. Tudo depende do volume de vendas para justificar a produção do modelo na planta de Iracemápolis (SP). Entretanto, em setembro, a montadora revelou que já está conversando com fornecedores nacionais, cotando peças para poder tomar a decisão definitiva.
Caso saia do papel, a expectativa é que o Haval H6 nacional aconteça no final de 2024. A produção nacional do modelo surtiria mais um efeito benéfico ao modelo, uma vez que, segundo o executivo da marca, cada modelo nacionalizado passa por estudos para receber etanol, por exemplo. Nesse caso, se o modelo for mesmo feito localmente, receberá um motor 1.5 turboflex. No entanto, a mudança só será feita em caso de produção no país, e não se estenderá caso o modelo continue sendo importado.
Song Plus será feito na Bahia
Após oficializar a devolução da unidade de Camaçari pela Ford ao Estado da Bahia, a BYD avança nos planos de produção nacional. A marca, aliás, já tem um acordo com o governo local e está livre para iniciar sua operação. A marca chinesa, inclusive, fez o lançamento da pedra fundamental da unidade hoje (9). E, assim, dará início às obras no local, que será reformado para abrigar três fábricas. Conforme o Jornal do Carro antecipou em junho, um dos modelos que vai entrar em produção é o BYD Song Plus. Dessa forma, é bom a Toyota se preparar.
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