A Renault não fabrica mais a linha Megane com motor a combustão na Europa. Após 29 anos à venda no Velho Continente, o modelo deixou as linhas de produção e o configurador da marca em alguns mercados, como a Itália, por exemplo. Já na França, por enquanto, hatch e perua permanecem à venda ao lado de outros modelos, como o novo Captur e o crossover movido a baterias Megane E-Tech.
A última fornada saiu da fábrica de Palência (Espanha) na sexta-feira (5). No total, foram quatro gerações e até versão esportiva. No Brasil, cabe recordar, saiu de linha no começo da década passada, quando era vendido nas opções sedã e perua. Esta última, concorrente de modelos como Toyota Corolla Fielder, Peugeot 307 SW e Volkswagen Jetta Variant.
Por que saiu de linha?
De uns tempos para cá, a realidade é dura para modelos que não seguem a eletrificação. Assim, caso não seja movido por baterias ou empurrado por propulsão híbrida, não há escapatória. Principalmente na Europa, onde as leis anti poluição e ruídos são ainda mais rígidas. Além disso, o modelo, datado de 2016, já é considerado velho e, sobretudo, não passará ileso pelo novo regulamento europeu sobre segurança a bordo, que entra em vigor em julho.
O advento da “SUVização” é outro ponto que atrapalhou a vida do Megane na Europa, afinal, embora os consumidores locais ainda prezem por hatches e peruas, a compra de utilitários vêm atropelando todas as demais categorias. E isso vale para o mundo inteiro. Na gama da marca, o Megane sai de cena e abre espaço para irmãos maiores como Austral, por exemplo, uma opção no segmento médio, mas na categoria de SUVs.
Trajetória no Brasil
Importado da Argentina (vinha da fábrica de Córdoba) pela primeira vez no fim da década de 1990, o Renault Megane, a princípio, caiu no gosto dos brasileiros. Na Europa, no entanto, onde já circulava desde 1995, nasceu para brigar com modelos do naipe de Ford Escort, Opel Astra, Volkswagen Golf e companhia. Tinha para todos os gostos: hatch, sedã, coupé, cabriolet e station wagon.
No Brasil, no entanto, o modelo de primeira geração – que substituía o Renault 19 – desembarcou apenas nas opções hatch e sedã. As versões RN e RT vinham, respectivamente, com motores 1.6 8V de 90 cv e 2.0 8V de 115 cv. O motor maior também equipava a variante RXE, exclusiva do três-volumes.
Em 2001, a montadora francesa apresentou a primeira reestilização do Megane. Além de um tapa no visual, ganhou nova opção de motor e mais equipamentos de série. A história durou até 2003 para o hatch e se estendeu até 2005 para o sedã.
Com o sucesso batendo à porta, a Renault decidiu iniciar a produção da segunda geração do Megane em São José dos Pinhais (Paraná). De qualquer forma, a marca decidiu continuar com a opção sedã, mas trocou o hatch pela perua Grand Tour. Além de possuírem belo design, os modelos se destacavam pela tecnologia. Um dos pontos altos era a chave em formato de cartão, por exemplo, algo inovador para a época. A motorização se dividia entre 1.6 (115 cv) e 2.0 (138 cv) e havia opção de câmbio manual e automático. Este último, com apenas quatro marchas.
Por fim, em novembro de 2010, o Megane sedã saiu de linha no Brasil. A perua Grand Tour vendeu seus estoques até o fim 2012, mas havia parado a produção em julho daquele ano a fim de adequar a planta paranaense para a produção do novato Renault Duster.
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