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Stellantis fará aporte bilionário em Porto Real e deve aposentar motor 1.6 de Citroën e Peugeot
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Stellantis fará aporte bilionário em Porto Real e deve aposentar motor 1.6 de Citroën e Peugeot

Stellantis não fechará fábrica de motores em Porto Real (RJ), e prepara anúncio de aporte bilionário para a planta na próxima segunda (27)

Rodrigo Tavares, especial para o Jornal do Carro

23 de mai, 2024 · 5 minutos de leitura.

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Novo Citroën C3
Stellantis afirma que manterá a produção, e anunciará aporte bilionário para a fábrica
Crédito:Citroën/Divulgação

Apesar das notícias de que fecharia sua fábrica de motores em Porto Real, no interior do Rio de Janeiro, a Stellantis desmentiu a informação, e afirmou que manterá a produção da planta. Atualmente, produzem-se por lá os motores 1.6 aspirado e 1.6 THP, utilizados em modelos da Peugeot e Citroën. Entretanto, a montadora fará mudanças em breve.



(Peugeot/Divulgação)
Novo 2008 não usará motor 1.6 (Peugeot/Divulgação)

A informação surge logo após o anúncio do investimento de R$ 454 milhões da Stellantis na fábrica de motores de Betim (MG). O montante deve selar o fim da produção do motor 1.6 EC5 feito na planta de Porto Real (RJ) e que ainda está disponível em modelos de Citroën e Peugeot.

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O conjunto 1.6 aspirado flex atualmente aparece nas versões intermediárias do Peugeot 208. Além disso, está nos SUVs 2008 (geração atual) e Citroën C4 Cactus, e em uma versão de exportação do C3 Aircross. Por fim, a marca do duplo chevron também oferece o motor 1.6 flex na versão topo de linha do hatch compacto.

Fábrica de motores em Porto Real (RJ) não será fechada

Citroën/Divulgação
Citroën/Divulgação

Em nota de esclarecimento, a assessoria da Stellantis garante que a planta fluminense continuará produzindo motores. Contudo, o comunicado oficial não fala em qual motor terá sua produção por lá. Vale lembrar que o 1.6 (turbo ou aspirado) não cumpre com as regras do Proconve L8. A nova fase da lei de emissões entrará em vigor em 2025.


A Stellantis vem sinalizando a possibilidade de dar adeus ao longevo 1.6. O conjunto deve ser substituído pelo 1.0 turboflex GSE, feito em Betim. Este terá configuração a combustão ou híbrida leve (MHEV), por exemplo. O Peugeot 208 já utiliza o motor Turbo 200 há algum tempo, e o Citroën C3 fará o mesmo e virá turbo em breve. Além disso, o SUV 2008, que está próximo de ganhar nova geração no Brasil, utilizará o novo conjunto, ao contrário do C4 Cactus, que deixará a linha de produção.

Para a fábrica mineira, fica a tarefa de produzir os conjuntos 1.0 e 1.3 GSE Turbo e Firefly, de mesma litragem. Além disso, também as variantes Bio-Hybrid (MHEV), possivelmente destinadas aos Fiat Pulse e Fastback, e Bio-Hybrid e-DCT (HEV, híbrida completa). Esta, já esperada para os Jeep Compass e Commander, por exemplo.

Abaixo, o comunicado enviado pela Stellantis:

“A Stellantis anunciou recentemente o maior ciclo de investimentos da história da indústria automotiva do Brasil e América do Sul: R$32 bilhões de 2025 a 2030. Parte desses recursos já foram detalhados para os Polos Automotivos de Goiana e Betim. Na próxima segunda-feira, 27 de maio, anunciaremos como será investido o aporte bilionário destinado à planta da empresa em Porto Real. A fábrica, localizada na região sul fluminense, é — e continuará sendo — estratégica para os planos de desenvolvimento, industrialização e exportação da Stellantis no Brasil e região. Isto vale para todo o polo industrial, incluindo a planta de motores, que seguirá com a produção.


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Sistema de controle de emissão exige manutenção e bom combustível

Filtros e catalisador podem sofrer danos irreversíveis com produtos de má qualidade

17 de jun, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os carros possuem equipamentos que filtram a saída do ar e até captam vapores dispensados no abastecimento. Quanto mais novo for o carro, mais sofisticado e eficiente será esse sistema de controle de emissões.

Modelos com motores a diesel, que dispensam a centelha da vela e causam a explosão somente com a compressão dos pistões, usam o filtro de particulado (DPF). E, em alguns casos, também o conversor de redução seletiva (SCR). Os veículos pesados acrescentam ainda um conversor catalítico de oxidação.

Todos esses sistemas exigem cuidados na hora da manutenção preventiva.

“O plano de manutenção determinado pelo fabricante contempla as ações necessárias para o funcionamento adequado dos sistemas”, explica Fernando Fusco, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

“Durante as manutenções, deve-se atentar principalmente à correta especificação do óleo lubrificante e à substituição do filtro de óleo, à substituição das velas de ignição, bem como dos filtros de ar e de combustível no momento correto.”

Segundo Fusco, o uso de óleo lubrificante diferente do indicado também pode danificar os sistemas de controle de emissões. Além disso, outro ponto importante é não encher o tanque do veículo acima do volume máximo. Ou seja, evitar colocar combustível após o desligamento automático do bico da pistola.

Fusco salienta que todos os aparelhos de controle de emissões são sensíveis à qualidade do combustível: “Fora do especificado pelo fabricante do veículo, ele pode contaminar os sistemas de maneira irreparável, abreviando significativamente sua vida útil”.

O professor recomenda o mesmo cuidado com a utilização correta do Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), conforme especificado nos veículos a diesel em que se aplica. É o caso, por exemplo, dos Jeep Commander e Compass. A solução é injetada antes do segundo catalisador do sistema do escapamento.

É nesse ponto que o reagente entra em contato com a fumaça residual, contendo óxido de nitrogênio, e faz a quebra das moléculas. Assim, apenas vapor d’água e nitrogênio são liberados na atmosfera.

Mudanças nas regras

Em 2025, a oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) entrará em vigor. Serão três ciclos.

O primeiro, que vai até 2026, terá exigências mais brandas. O segundo, entre 2027 e 2028, será mais rígido. Finalmente, o terceiro, a partir de 2029, contará com determinações ainda mais restritivas.

Hoje, na sétima fase, a lei exige um máximo de emissões de 80 mg/km de Nmog + Nox (gases orgânicos não metanos + óxidos de nitrogênio) para carros de passeio. A oitava reduzirá o teto para 50 mg/km, mas levará em conta a média da frota. Atualmente, a emissão é calculada por unidade vendida.

A partir de 2027, o limite de emissão cairá para 40 mg/km de Nmog + Nox. E, em 2029, a estimativa é que seja reduzida para 30 mg/km. Com essas exigências, motores mais antigos devem se adequar ou simplesmente sair de linha. Carros já em circulação não serão afetados.