Rafaela Borges
Mesmo pagando 35% de imposto de importação, os chineses e sul-coreanos são competitivos no País. Por R$ 22.900, por exemplo, o Chery QQ chega em maio com a promessa de ser o mais barato do Brasil. E qual é o “milagre”? “Há uma distorção muito grande no Brasil, em todos os setores”, diz o presidente da JAC, Sérgio Habib.
“Na China a energia elétrica custa metade do preço cobrado aqui e o aço, 60% do valor”, diz. “E a mão de obra lá é bem mais barata.”
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Luís Curi, da Chery, ressalta a preocupação dos chineses com a redução de custos. “Todos os executivos voam na classe econômica e as negociações com os fornecedores são muito duras”, afirma. “As margens também são apertadas.” Ele diz que, por ora, a empresa não visa lucro no Brasil.
“Além da mão de obra, o transporte também é mais barato na China”, explica o consultor da ADK Automotive, Paulo Garbossa.
Por que, então, produzir no Brasil? “Nossos fornecedores são mundiais, então podemos aproveitar as peças aqui”, conta Curi. “Deixaremos de pagar o imposto de 35% e vamos economizar com logística. Assim, a produção local ficará só um pouco mais cara, mas se justifica pela rapidez de abastecimento para a América do Sul.”
Habib conta que os pedidos feitos à China levam seis meses para ser atendidos. “E o custo com logística é muito alto.”