Os rumores de que o governo pode aumentar o IPI a pedido da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para favorecer a indústria automobilística nacional está causando grande repercussão entre as marcas associadas à Abeiva, que reúne importadoras sem fábrica no Brasil.
O presidente da associação – e também da Kia -, José Luiz Gandini, diz que a pressão da Anfavea não faz sentido, já que as associadas à Abeiva – entre elas chinesas e sul-coreanas – representam apenas 5,77% dos importados vendidos no País. Já os estrangeiros das marcas que produzem veículos aqui têm 71%, aproximadamente.
Para o presidente da chinesa JAC, Sergio Habib, aumentar o IPI para os importados é um processo complexo. “Se é uma medida para proteger as marcas da Anfavea, o governo teria de excluir desse aumento carros trazidos do México e da Argentina?”, questiona o executivo.
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A maior parte dos carros importadas pelas fabricantes é feita na Argentina e no México. “E nem todos têm peças brasileiras”, afirma Habib.
Gandini esteve com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, nesta semana. Segundo o executivo, Pimentel é contra a alta do IPI para importados. Diferentemente do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que apoia a medida.
Nos bastidores, fala-se também em uma possível alta do IPI não para os importados em geral, mas apenas para veículos acima de 2.0 – nesse caso, a Kia seria a marca associada à Abeiva mais prejudicada, assim como a conterrânea Hyundai, que integra a Anfavea.