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Honda CB 650F enfrenta Yamaha XJ6 N
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Honda CB 650F enfrenta Yamaha XJ6 N

Nova geração de nakeds brasileiras se encaram em comparativo; modelos custam R$ 31.190 e R$ 31.990 cada

17 de dez, 2014 · 8 minutos de leitura.

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 Honda CB 650F enfrenta Yamaha XJ6 N

Para se adequarem às novas regras de emissões de poluentes, que ficarão mais rígidas a partir de 1º de janeiro de 2015, as motos acima de 450 cm³ estão recebendo adaptações. É o caso da CB 650F, sucessora da CB 600F Hornet e que enfrenta a Yamaha XJ6 N, substituta da Fazer 600 – ambas nas versões com freios ABS. Seus quatro-cilindros têm 15 cv e 20,5 cv, respectivamente, menos potentes que os de suas antecessoras.

Tabelada a R$ 31.190, a Honda levou a melhor sobre a rival, que sai a R$ 31.990. E não apenas pela tabela menor, mas também por ter apólice de seguro mais em conta. Além de os valores cotados pela reportagem terem até R$ 1.100 de diferença (confira na próxima página), a Honda oferece cobertura, independentemente do perfil, com preço fixo de R$ 3.300.

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A CB 650F também é mais barata de manter. Sua cesta de peças é R$ 950 mais em conta que a da XJ6 N. A maior diferença é para o farol, a R$ 482 da Honda e R$ 1.085 da Yamaha.

Em movimento, independentemente de o percurso ser curto ou longo, a CB 650F prova que pequenos detalhes fazem a diferença. Seu banco inteiriço é mais confortável do que o bipartido da rival, além de acomodar melhor os pilotos mais altos. O garupa também viaja melhor na Honda, mas na Yamaha é mais fácil segurar nas alças, que são bem abertas.

A altura e o recuo da pedaleira de ambas são bons para pilotos de qualquer estatura, que não precisam dobrar muito as pernas enquanto guiam essas motos. O guidom mais alto da CB proporciona condução bastante confortável, enquanto o da XJ, que é mais baixo e com perfil esportivo, deixa a desejar por exigir uma posição “pouco natural” dos braços.


Nas duas motocicletas o acabamento é bom, seja nas peças plásticas, nos punhos de comandos ou mesmo na moldura do painel. No visual, a XJ se sobressai por abusar de elementos chanfrados e vários adesivos, como o “6” destacado nas laterais, que lembra a numeração de motos de corrida. Na comparação, a CB chega a ser sisuda.
A leitura dos dados no painel de instrumentos é fácil em ambas, mas o quadro da Honda agrada por ser digital. Enquanto isso, o da XJ6 é clássico, com o conta-giros analógico.

CB 650F é superior do começo ao fim

Com redondos 600 cm³, o motor da Yamaha gera 77,5 cv de potência e 6 mkgf de torque, disponíveis a 10.000 rpm e 8.500 rpm, respectivamente. Por entregar torque em rotação alta, a XJ6 responde melhor com o motor “cheio”. Em giros baixos, demora mais a responder aos comandos do acelerador – não que seja lenta, mas é menos esperta que a rival.


Na Honda, além de o propulsor ter 50 cm³ extras, é mais moderno, entrega 87 cv e tem torque mais alto (6,4 mkgf), que chega 500 rpm antes. Para rodar em velocidades baixas, algo comum nas cidades, ela também é melhor.

Os dois modelos têm câmbio seis marchas. Em ambas os engates são curtos, mas o da CB 650F é mais preciso. O da XJ6 N exige, mesmo que eventualmente, uma segunda tentativa para engatar a marcha.

As suspensões da Honda, com 120 milímetros de curso na dianteira e 128 mm na traseira, trabalham melhor que as da Yamaha, que têm curso maior – 140 mm na frente e 42 mm atrás. Por serem firmes, proporcionam bastante segurança em curvas – a frente da CB não oscila tanto com as imperfeições do piso. Isso sem sacrificar o conforto em vias com pavimento ruim.


O sistema de freios da Honda tem discos duplos de 320 mm na dianteira, ante os 298 mm da Yamaha. Atrás, são 240 mm e 245 mm, respectivamente. Na prática, a CB é mais equilibrada na hora de parar. No caso da XJ6, é necessário aplicar mais força para se obter o mesmo tipo de resultado.

Opinião

Melhor, mas com fardo mais pesado


Chegar depois ao mercado costuma ser um problema, pois a vantagem do pioneirismo e o desejo de compra não costumam perdoar. No caso da CB 650F, a Honda acertou nos pontos em que a XJ6, antes sem parâmetros para comparação por não ter concorrentes, pecava havia quatro anos.

Assim, a novata chegou mostrando que é melhor, mas, em contrapartida, sempre vai carregar o fardo de ser a sucessora da ótima Hornet, cujo principal mercado era o Brasil e que, entre as vantagens, tinha motor de 102 cv. Com comportamento totalmente diferente, a CB é superior à sua antecessora no uso diário, mas, quando o assunto é desempenho, os fãs do modelo antigo certamente vão se decepcionar. Se o objetivo é acelerar nos fins de semana, para diversão, o melhor é recorrer, na própria linha CB, aos 125 cv da 1000 R.

CB 650 F


XJ6 N



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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”