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Indústria argentina sofre com crise no Brasil
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Indústria argentina sofre com crise no Brasil

Com queda na demanda pelos automóveis exportados ao Brasil, VW, Ford, Fiat e GM começam a demitir

19 de mar, 2016 · 3 minutos de leitura.

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 Indústria argentina sofre com crise no Brasil
Na fábrica da VW de onde sai a Amarok, um turno de produção foi eliminado, com corte de 1.200 pessoa

O agravamento da crise econômica no Brasil já começa a respingar na Argentina, um de seus principais parceiros comerciais. Com a retração no consumo, causada por fatores como inflação, desemprego e crise de confiança, cai a demanda do mercado brasileiro pelos carros exportados pelo país vizinho. E a indústria argentina está sentindo o baque.

Na planta de Pacheco, onde Volkswagen fabrica a picape Amarok, metade da produção é para exportação e 80% do volume têm como destino o Brasil. Com a crise, a montadora teve de eliminar um dos três turnos de produção, afetando cerca de 1.200 operários a partir de abril, e começar um plano de demissão voluntária, com a meta de conseguir outros mil desligamentos. “Não podemos continuar fabricando se não temos compradores”, justificou um porta-voz da marca.

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Ford, Fiat e General Motors, que também produzem no país vizinho parte da gama comercializada no Brasil, também já estão fazendo cortes de pessoal pelo mesmo motivo.

Na Ford, que fabrica Ranger e Focus na Argentina, as 200 demissões voluntárias não foram suficientes, já que parte dos 3.900 empregados remanescentes está ociosa. A Fiat, que destina 60% de seu volume de produção ao Brasil, teve 500 demissões voluntárias e suspendeu outros 200 operários da planta de Ferreyra, de onde sai a linha Palio vendida aqui. Na GM, foram 240 vagas de trabalho eliminadas, por enquanto.

Fontes do mercado projetam que a produção de carros na Argentina cairá 5,7% em 2016, fortemente influenciada pela queda no ritmo das exportações para o Brasil – que desabou 40% nos últimos doze meses. Para segurar as pontas, o setor automotivo argentino vai apostar numa receita bem conhecida do consumidor brasileiro: o financiamento com taxa zero.


BÔNUS: Os carros exportados do Brasil em 2015

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”