O compartilhamento de veículos pode ser a solução para quem precisa de um carro por períodos curtos. Mais barata e prática que o sistema convencional é a possibilidade de alugar diretamente de outra pessoa física, o proprietário do veículo, por meio de uma plataforma online.Essa é a proposta de aplicativos como o Fleety, que atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, e Pegcar, por ora restrito à capital paulista. Em comum, permitem que quem tem um veículo a disposição o alugue a quem não tem.
O preço é definido pelo dono do carro, que pode ser alugado por algumas horas ou vários dias. O locatário também paga uma taxa (até 16% do valor da locação, no caso da Fleety) que bancará a assistência 24 horas e o seguro do veículo.
Tudo pode ser negociado. Inclusive o eventual pagamento da limpeza após a locação e se o carro será devolvido com o mesmo nível de combustível.
Ao aceitarem os termos do acordo, locador e locatário firmam contrato virtual no qual o segundo fica responsável por eventuais multas ocorridas durante a vigência do acordo.
“Há proprietários que chegam a abater os custos com a manutenção do carro só com os aluguéis temporários”, diz o responsável pelas estratégias digitais do Fleety, Guilherme Nagüeva. É o caso do corretor de seguros Jefferson Floriano, que oferece seu sedã Focus ano 2012 por R$ 20 a hora por meio do aplicativo. “Com os aluguéis de 2016, paguei IPVA e a manutenção anual”, conta.
Como tem outro carro, Floriano deixa o Ford parado boa parte do tempo. “A plataforma aproxima locatário e locador. Acabam virando amigos”, diz.
O Fleety só aceita veículos feitos há até dez anos, que estejam com a documentação em dia e tenham seguro ativo. Este, porém, jamais será usado, garante Nagüeva. “Temos um seguro para locações curtas que cobre eventuais danos.” Seguradoras como a Mapfre e o Banco do Brasil já têm apólices para carros compartilhados.
Para o locatário, as vantagens ante as locadoras convencionais são poder pegar um carro próximo de casa, só pelo tempo necessário e por valores menores. Basta preencher um cadastro no site do aplicativo.
O pagamento é feito sempre por meio de cartão de crédito. No Fleety não há valor de caução, ao contrário do Pegcar, que bloqueia R$ 500 que serão liberados após a devolução do veículo ao locador.
Alugamos um Sandero, por meio do Fleety, por cerca de duas horas. Após falar com a dona do Renault e confirmar o negócio, local e horário para a retirada do carro, recebemos um SMS no celular com telefones de emergência.
O carro foi usado para levar uma pessoa do centro ao aeroporto de Congonhas, na zona sul. A locação custou pouco mais de R$ 43. O custo para 24 horas de uso é de R$ 100.
Como comparação, a diária mais barata da locadora de carros Localiza, para um Fiat Uno em versão sem ar-condicionado, sai por R$ 112,64. Esse valor já inclui o seguro.
Elétricos começam a chegar às locadoras
Os carros elétricos também já começam a fazer parte das frotas de empresa, mas ainda em número limitado. Por ora, estão disponíveis em poucas cidades do País.
A Fleety tem frota própria de BYD E6 a R$ 15 a hora – a diária custa R$ 120. Por enquanto, o monovolume elétrico chinês só está disponível em Curitiba.
No segundo semestre, o Renault Zoe passará a ser oferecido para locação no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O francês elétrico é parte da frota da CPFL Energia, que fez parceria com a locadora Hertz para promover a ação.
Para recarregar o carrinho, que é similar a uma moto (leva apenas duas pessoas, uma atrás da outra) e tem autonomia para rodar 150 quilômetros, a CPFL Energia oferece cinco postos em Campinas e Jundiaí, também no interior – um deles fica em Viracopos. O plano é instalar outros 20 postos na região até o fim deste ano.