Michel Escanhola
Um risoto, em resumo, é um arroz turbinado. A Peugeot, em uma campanha publicitária, decidiu associar o prato típico italiano à Hoggar, sua primeira picape compacta. E aproveitando o toque culinário, a versão XR da novata, que tem motor 1.4 de 82 cv e tabela a partir de R$ 35.350, convida para a mesa a Volkswagen Saveiro Cabine Simples, que traz o propulsor 1.6 de 104 cv e parte de R$ 32.450.
Mas entre as duas picapes, a Saveiro mostra ser mais próxima de um risoto. A Hoggar praticamente vira um arroz de forno diante da concorrente. Isso porque o modelo da Volkswagen traz conjunto mecânico mais refinado e acerto de suspensão impecável, oferece melhores dirigibilidade e posição de dirigir, além de ter seguro e peças de reposição mais em conta.
Porém, tudo isso não faz do arroz de forno um prato insosso. A vantagem é da Peugeot nos quesitos itens de série e tamanho da caçamba. A Hoggar acomoda 227litros a mais que a Saveiro na parte traseira. Isso ocorre porque a novata é fruto de uma plataforma híbrida, que mistura a base do 207 nacional (igual à do 206) com a do furgovan argentino Partner. Assim, a Hoggar tem 30 centímetros m a mais de entre-eixos que os demais 207 e suspensão traseira independente com amortecedores instalados em posição quase horizontal.
Construída a partir do Gol G5, a Saveiro suporta mais peso, com capacidade de carga 55 quilos maior. Os R$ 2.900 a menos da tabela da Volks têm uma justificativa: o modelo sai de fábrica com menos que o básico. Até conta-giros e temporizador do limpador do para-brisa são opcionais. Equiparando as listas de equipamentos, o preço da Saveiro sobe para R$ 35.870, R$ 520 a mais que o da Hoggar, que já tem direção hidráulica de série. As tabelas se aproximam ainda mais quando ar-condicionado, vidros e travas elétricos entram em cena: são R$ 39.540 para modelo da Volkswagen contra R$ 39.350 do da Peugeot. A Saveiro leva boa vantagem no desempenho. Ela vai de 0 a 100 km/h 3,9 segundos mais rápido que a Hoggar. Os dados são das respectivas fábricas.