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Carros guiarão sozinhos em até dez anos
Tecnologia

Carros guiarão sozinhos em até dez anos

Consórcio europeu apresentou novas tecnologias em evento na Suécia para diminuir o número de mortes no trânsito. De acordo com especialistas, o piloto automático que assume a direção será real num período de seis a dez anos

28 de jun, 2011 · 7 minutos de leitura.

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 Carros guiarão sozinhos em até dez anos

CLEIDE SILVA

Imagine-se voltando da viagem do feriado prolongado de Corpus Christi: trânsito congestionado, cansaço e sonolência. Você aperta um botão e o piloto automático assume a direção durante parte do trajeto. A cena, hoje futurística, será real num período de seis a dez anos, quando tecnologias similares àquelas adotadas pela aviação vão estar disponíveis nos automóveis

Protótipos de sete veículos automatizados com diferentes funcionalidades foram testados na semana passada na cidade sueca de Boras, vizinha a Gotemburgo. Um consórcio formado por 17 montadoras, fabricantes de autopeças, centros de pesquisas e universidades, com patrocínio da União Europeia, passou três anos e meio trabalhando num projeto para tornar a mobilidade veicular mais segura.

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Entre as principais conclusões está a de que a máquina comete menos erros que o ser humano. Segundo pesquisas, 90% dos acidentes de trânsito ocorrem por erro do motorista, 30% pelas condições das estradas e 10% por problemas nos veículos. Alguns índices se sobrepõem.

Diante do desafio, o consórcio denominado HAVEit (sigla em inglês para Highly Automated Vehicles for Intelligent Transport ou Veículos Altamente Automatizados para Transporte Inteligente) criou novas tecnologias e juntou-as a outras já existentes para tornar o automóvel mais seguro e mais confortável e, com isso, reduzir o índice de mais de 1,2 milhão de mortes por ano em acidentes de trânsito no mundo.

O sistema apresentado pela Volkswagen permite acionar o piloto automático temporariamente em situações de congestionamentos em estradas ou longas distâncias em linha reta, quando o dirigir torna-se monótono.


“Não é um carro robotizado, o motorista mantém responsabilidade de condução e está sempre no controle”, adverte Jürgen Leohold, diretor executivo do grupo de desenvolvimento da Volkswagen. Ou seja, o sistema ainda não permite que o condutor leia jornal ou durma enquanto o piloto automático estiver acionado. Uma câmara instalada no veículo detecta a distração do condutor e o programa computadorizado chama sua atenção.

Segundo Leohold, o carro totalmente automatizado, que pode percorrer longas distâncias sem intervenção do motorista e pode circular por vias urbanas “é para o futuro mais distante, daqui a uns 20 anos”. Já o altamente automatizado pode estar nas ruas em “seis a dez anos”, ao menos da Europa. “O custo é muito alto”, admite o executivo, sem revelar números.

Um carro sem piloto está sendo testado pelo Google. A Volkswagen apresentou, há quatro anos, uma experiência similar nos Estados Unidos em que o veículo percorreu um trajeto de seis horas sem controle humano. Mas são experiências específicas, com soluções inviáveis para produção em série.


As novas tecnologias foram associadas às já disponíveis em alguns veículos, como sistemas que mantêm distância segura do veículo à frente, que avisam se o motorista sai da faixa da rodovia, se está com sono, alcoolizado ou a presença de veículos nas laterais, como forma de evitar o ponto cego.

Para Francisco Ferreira, diretor da Comissão Europeia para a área de transporte, atingir morte zero é idealista, mas “precisamos diminuir os índices o máximo que conseguirmos pois a morte por acidente no trânsito é estúpida”.

Em outubro, os membros do HAVEit vão se reunir para debater formas de implementação das novas tecnologias. Ferreira defende ações políticas por país e sugere a redução de impostos para veículos com automação voltada à segurança. A ideia é preparar, no encontro, um plano de adoção dos sistemas de segurança para o período de 2014 a 2020.


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Jornal do Carro
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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.