A versão Stepway do Sandero chegou em 2008, com suspensão elevada e adornos de estilo aventureiro. Com ela, além de disputar clientes com o Volkswagen CrossFox, a Renault jogava algum tempero em um modelo de apelo racional, nascido de um projeto de baixo custo. O visual agradou o consumidor, mas as opacas respostas do antigo motor 1.6 de até 106 cv não credenciavam o hatch a uma compra mais emocional.
Isso acaba de mudar. Na linha 2017, o compacto produzido em São José dos Pinhais (PR) e com preço sugerido a partir de R$ 60.700, manteve o visual atualizado em 2015. Sob o capô, porém, está o motor SCE 1.6 de origem Nisan, que gera 118 cv quando abastecido apenas com etanol.
Os 12 cv a mais fazem a diferença e o novo motor tem respostas bem convincentes. O torque máximo é entregue a altas 4 mil rpm, mas as retomadas satisfazem também em giros menores. Na prática, o motorista não precisa mais ficar reduzindo marchas o tempo todo para ganhar velocidade.
Outra boa nova está no câmbio. Os engates, agora feitos por meio de cabos, são mais precisos que no sistema por varão.
Na cidade, a condução ficou agradável. Já o start&stop, sistema que desliga o motor em paradas curtas para poupar combustível, parece não “saber” quando deve atuar e fica o tempo todo no “modo liga religa”.
Em rodovias, o 1.6 se mostra um tanto ruidoso a partir dos 90 km/h, em quinta marcha. E os bancos, que ficam devendo em firmeza, podem cansar as costas em viagens longas.
No geral, as virtudes e limitações do Sandero continuam presentes. O espaço interno para todos os ocupantes é imbatível no segmento – o que faz dele uma ótima opção de hatch aventureiro para famílias.
A central multimídia com navegador GPS tem interface pouco elegante, mas intuitiva. Já os comandos do sistema de som, em uma haste na coluna de direção, são difíceis de operar.
Por outro lado, o desenho datado do painel e o excesso de plástico duro na cabine não deixam esquecer a origem simples do Stepway. Um carro que custa mais de R$ 60 mil poderia ter acabamento mais caprichado.
Prós
Desempenho e espaço
Hatch está bem mais gostoso de guiar com o novo motor de 118 cv. Cabine é a maior do segmento no País.
Contras
Acabamento
Materiais simples e desenho datado são difíceis de aceitar em um carro com esse preço
Ficha técnica
Motor
1.6, 4 cil., 16V, flexível
Potência (cv)*
118 a 5.500 rpm
Torque (mkgf)*
16 a 4.000 rpm
Câmbio
Manual, cinco marchas
Porta-malas
320 litros