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Estudo revela perigo de dirigir com atenção na central multimídia
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Estudo revela perigo de dirigir com atenção na central multimídia

Em testes realizados pela AAA, alguns sistemas distraíram os motoristas por mais de 40 segundos

Redação

07 de out, 2017 · 4 minutos de leitura.

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Crédito: AAA Foundation for Traffic Safety
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A Associação Automobilística Americana (AAA) constatou que 12 de 30 veículos novos possuem centrais multimídias que exigem demanda “muito alta” de atenção do motorista. Ao todo, 130 pessoas participaram dos testes em carros de várias montadoras. Nenhuma tecnologia recebeu um grau “baixo” de distração.

O estudo da AAA foi coordenado por pesquisadores da Universidade de Utah. Os especialistas usaram câmeras e testes mentais para medir o nível de distração de uma pessoa ao volante. Os motoristas tiveram que realizar comandos de voz e outras tarefas específicas na central multimídia, como sintonizar em uma estação de rádio ou fazer uma ligação.

Como referência para o experimento, a organização definiu “ouvir música” como baixo nível de distração. Uma demanda muita alta de atenção seria como “preencher um talão de cheque”.

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De acordo com a pesquisa, algumas centrais multimídias podem tirar a atenção do motorista por mais de 40 segundos. Isso ocorreu durante tarefas como programar o destino do passeio. Para piorar, à medida que as pessoas sentiam dificuldade em operar o sistema, o nível de distração aumentava.

“Os motoristas querem tecnologia segura e fácil de usar, mas muitos dos recursos adicionados às centrais multimídias hoje resultam em experiências excessivamente complexas e, às vezes, frustrantes”, disse o presidente e CEO da AAA, Marshall Doney.

A associação está apresentando os resultados para as fabricantes de automóveis e os fornecedores. Enquanto a tecnologia não estiver bem desenvolvida, a organização recomenda evitar usar algumas funções do sistema ao dirigir, como enviar mensagens de texto ou verificar mídias sociais.


Segue abaixo a classificação para cada um dos modelos avaliados:

Baixa: Nenhum

Moderado: Chevrolet Equinox LT, Ford F-250 XLT, Hyundai Santa Fe Sport, Lincoln MKC Premiere, Toyota Camry SE, Toyota Corolla SE e Toyota Sienna XLE.


Alto: Cadillac XT5 Luxo, Chevrolet Traverse LT, Ram 1500, Ford Fusion Titanium, Hyundai Sonata Base, Infiniti Q50 Premium, Jeep Compass Sport, Jeep Grand Cherokee Limited, Kia Sorento LX, Nissan Maxima SV e Toyota Rav4 XLE.

Muito alto: Audi Q7 QPP, Chrysler 300 C, Dodge Durango GT, Ford Mustang GT, GMC Yukon SLT, Honda Civic Touring, Honda Ridgeline RTL-E, Mazda3 Touring, Nissan Armada SV, Subaru Crosstrek Premium, Tesla Model S e Volvo XC60 T5 Inscription.

 


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”