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Porsche Macan encara Jaguar F-Pace em briga de SUVs de luxo
Comparativo

Porsche Macan encara Jaguar F-Pace em briga de SUVs de luxo

Nova versão de entrada do Porsche Macan, por R$ 321 mil, desafia o Jaguar com motor a diesel, a R$ 322.500

Rafaela Borges

04 de abr, 2018 · 7 minutos de leitura.

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Porsche Macan e Jaguar F-Pace em versões de entrada
Crédito:Foto: Felipe Rau/Estadão
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Durante a apresentação do F-Pace, em 2016, no Salão de Paris, os executivos da Jaguar deixaram claro qual era o alvo do SUV inédito: o Porsche Macan. Os dois carros, de fato, têm muito em comum: são semelhantes em dimensões e produzidos por marcas emblemáticas – a alemã é tradicionalmente focada em carros esportivos e a britânica, em luxuosos. E é exatamente o contraponto entre esportividade e sofisticação que dá o tom a este comparativo entre a nova versão de entrada do Macan, com motor 2.0 de quatro cilindros a gasolina, e o F-Pace com seu 2.0 turbodiesel.

Os dois têm preço semelhante. O Macan, com potência de 252 cv, sai a R$ 321 mil. O destaque é a ótima dirigibilidade, que se traduz em esportividade (marca registrada da Porsche). A versão Prestige do F-Pace, com motor 2.0 turbodiesel de 180 cv, custa R$ 322.500. Por investir no conforto e ter excelente autonomia, é a versão mais racional da gama.

Embora cada um seja focado em um tipo de consumidor, o F-Pace conseguiu levar a melhor nas notas do comparativo. O Jaguar é mais espaçoso, tem porta-malas mais versátil e é superior em ergonomia, consumo e usabilidade.

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Por isso, trata-se da vitória da racionalidade. O Macan, muito bem acabado e tão belo por fora quanto o F-Pace, agradará mais quem faz questão de esportividade. Até por isso, seu ponto fraco é o conforto: o motorista do Porsche chega a ficar cansado após longo trajetos, principalmente se houver predominância de piso irregular. Trata-se de um utilitário-esportivo que transborda emoção.

Tanto que somente nos quesitos que remetem a esportividade o Macan consegue dar uma “surra” no F-Pace. Mesmo com torque inferior e peso semelhante, o Porsche é dois segundos mais rápido que o Jaguar para ir de 0 a 100 km/h. O alemão acelera com vigor e tem um câmbio automatizado de sete marchas rápido e preciso.

O motor fica sempre acima das 2.000 rpm (o conta-giros, aliás, fica no centro do painel), para permitir respostas imediatas. É como se o carro estivesse implorando para acelerar mesmo contra a vontade do motorista. Se isso é bom para agilidade, acaba comprometendo o consumo (8 km/l na cidade).


O Jaguar não faz feio na hora de acelerar, mas é mais lento que o Porsche. Seus 43,9 mkgf (37,7 mkgf no Macan) estão disponíveis em faixa menor de rotação, como é típico de motores a diesel. Em compensação, ele faz 10,6 km/l na cidade. Também merecem destaque no F-Pace os baixíssimos níveis de ruído e vibração do propulsor.

Jaguar é mais confortável

A estabilidade é um dos pontos fortes do Macan. O ajuste de suspensão é rígido e as respostas de direção, mais diretas que as do rival. Guiar o Porsche em alta velocidade e encarar curvas é equivalente a dirigir, nas mesmas condições, um carro mais baixo e esportivo.


O Jaguar não passa sensação de insegurança ao motorista, principalmente no modo de condução dinâmico, que deixa sua suspensão um pouco mais dura. No entanto, seu foco é o conforto, quesito em que é muito superior ao Porsche. Os ocupantes do F-Pace mal tomam conhecimento das imperfeições do solo.

Interior

O Jaguar acomoda melhor seus passageiros atrás, mas, como o Macan, penaliza quem viajar no meio por causa do túnel central muito alto. O porta-malas do F-Pace tem capacidade semelhante à do rival, mas é mais alto, o que facilita a acomodação de bagagens.


De série, só o Jaguar traz ajuste elétrico do volante e câmera na traseira, além de rodas de 20” – as do Porsche têm 19”. Pesa contra o F-Pace as duas zonas de temperatura do ar-condicionado, ante três do Macan. Os dois saem de fábrica com seis air bags e assistência a manobras de estacionamento.

Opinião

Ao gosto do freguês
Nem sempre o carro preferido do jornalista é o vencedor de um comparativo. Foi este o caso no duelo entre Macan e F-Pace. Embora sejam rivais diretos, eles atendem pessoas que têm objetivos diferentes na hora de escolher um veículo. Fiquei apaixonada pelo Macan porque o SUV honra a palavra esportivo. No Porsche, o centro das atenções é o motorista, que acelera e faz curvas entorpecido pela adrenalina. Se fosse para escolher um dos dois, eu iria de Porsche sem pensar duas vezes.


Porém, quem quer um SUV geralmente não pensa como eu. Conforto, espaço e amplo porta-malas são primordiais para esse público – tanto que esses quesitos têm peso “2” na tabela do comparativo (confira à direita). Desse ponto de vista, o britânico é superior. Vale ressaltar que F-Pace e Macan estão defasados ante rivais como Velar, XC60, X3 e Q5. Mereciam sistemas semiautônomos de condução e, no caso do Porsche, multimídia mais moderna.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.