As linhas levemente sisudas do Audi S3 Sedan escondem a arte moderna de sua engenharia. Tabelado a R$ 208.800, o modelo começou a ser vendido no Brasil com pinceladas de conforto, mas esculpido pela marca alemã para ser um sedã divertido, com entre-eixos relativamente curto e muita potência despejada pelo motor 2.0 a gasolina turboalimentado.
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São 300 cv e 38,7 mkgf disponíveis já a 1.800 rpm, distribuídos de forma equilibrada pelos 1.430 quilos do sedã. Uma fórmula encantadora que faz o carro acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 4,9 segundos – com o controle de largada acionado. Já a velocidade máxima é limitada em 250 km/h. Números capazes de despertar no motorista, ao abandonar o volante, a sensação que só a língua portuguesa tem uma palavra para descrever: saudade.
Além da força, o S3 tem mais três outros segredos de sedução. Um deles é o câmbio S tronic, automatizado com dupla embreagem e seis marchas, que trabalha mais rápido que as talhadeiras de Michelangelo para traduzir em dinâmica o que os pés do motorista querem dizer.
Na sequência, a tração integral se torna responsável por grudar o carro no chão em curvas, jogando poder às rodas igualitariamente para que nenhuma delas perca a aderência. Mesmo sem ter o diferencial central Torsen das trações 4×4 mais robustas, o que equipa o carro, da Haldex, consegue nitidamente levar 50% do torque às rodas traseiras em situação de condução “esportiva”.
Basta acelerar, pressionar o pedal que leva aos eficientes freios a disco ventilados, tangenciar e acelerar de novo na saída de curva sem susto, que o modelo alinha e segue vigoroso rumo ao infinito. A culpa é do terceiro segredo, aquele que não é tão bem guardado, o da plataforma MQB do Grupo Volkswagen (do qual faz parte a Audi). Rígida e leve, com 30% de aço de alta resistência, dá ao S3 uma base sólida de carroceria que se reflete no desempenho.
O trabalho das suspensões, que ganharam amortecedores mais rígidos, também é primoroso ao não esmagar os pneus no chão e deixá-los trabalhar no arrasto do carro. Os quatro modos de condução selecionáveis, esportivo, conforto, econômico e personalizado, ajudam o motorista a extrair tudo que o carro pode dar. Acelerador, suspensões, rigidez da direção, tempo das trocas de marcha e mais alguns outros parâmetros podem ser administrados, para a alegria dos puristas.
Por dentro, a ousadia é menor, mas os bancos esportivos com costura de losango, indicador de pressão do turbo, detalhes de alumínio e volante com base chata, entre outros, mostram que há mais um pouco de vida por trás da obra.
